Amigos! Cumprindo a nossa saga de decisões sul-americanas, depois finalmente do desfecho da Libertadores com o título do River, estamos de volta para cumprir a missão que se iniciou na ida desta decisão da Copa Sulamericana na última quarta, onde o time trouxe uma vantagem com o empate que nos levou a entender que a missão seria menos difícil na Arena da Baixada com recorde de público, mas não foi o que de fato aconteceu. Num jogo muito duro, novo empate em 1 x 1 com o adversário jogando melhor inclusive, mas nos pênaltis a competência do Furacão falou mais alto e o time conquista o título continental.


O Athlético (nos parágrafos finais a gente fala também disso) Paranaense começou como manda o figurino, melhor na partida, começou como a gente esperava que fosse, mais á vontade digamos assim. Jogando dentro do campo adversário, criando as melhores possibilidades, tendo o efetivo controle do jogo, a impressão que se tinha era de que o gol era questão de tempo, de fato foi. Logo aos 25 minutos de jogo ele veio em uma bola recuperada e com a jogada começando com Léo Pereira, que tabelou com Raphael Veiga em sua despedida do clube e deixou Pablo, sempre ele, em condições de tocar na saída do experiente Viera. Lição de casa importante, sair na frente, mas assim como na partida de ida, a postura foi muito passiva e os visitantes cresceram no jogo.

O Junior então passou a levar perigo, inclusive tendo um lance onde pediu pênalti e não teve a revisão pelo VAR, o crescimento do time colombiano nos 15 minutos finais do primeiro tempo acabou dando a tônica do que seria o segundo tempo.


Veio a segunda parte e o time do Junior foi crescendo, ganhando confiança no jogo, exigiu boa defesa de Santos pra salvar, mas aos 12 em escanteio veio o empate, o artilheiro Téo Gutierrez completa para o gol após o desvio de Gómez e inicia um drama para o torcedor rubro-negro.

Os minutos que se seguiram foram difíceis, os colombianos comandavam a partida e o Furacão se segurava e tinha alguns raros contragolpes. Porém a torcida foi fundamental, não deixando de empurrar em momento algum e no fim do tempo normal o time teve ainda chances para evitar a prorrogação com Nikão, mas ficou no quase, mais uma prorrogação nas duas competições da América do Sul.


A prorrogação tomava ares cada vez mais dramáticos, os colombianos seguiam melhor no jogo. Do outro lado, os dois principais jogadores do CAP acabaram não tendo mais condições de jogo, Nikão e Pablo.

No segundo tempo da prorrogação após dois pedidos, no terceiro a arbitragem marcou para o Junior o penal cometido por Santos, na cobrança porém a grande referência técnica do time colombiano acabou mandando por cima, Barrera deu ao torcedor e a nós a impressão de que o título não escaparia das mãos do time paranaense. O meia colombiano acabou sacado em seguida, como fosse vilão, uma decisão complicada do treinador. Depois disso a impressão era de que ambas as equipes aceitavam o destino das penalidades.


Claro que é sempre difícil aferir favorito em disputa de pênaltis, mas o time do Junior vive um verdadeiro inferno na marca da cal, e isso acabou sendo decisivo. Com o placar de 4 x 3 nas penalidades, com direito a perda de pênalti de Téo Gutierrez e gol decisivo de Thiago Heleno, o Athlético garantiu a festa da torcida na Arena da Baixada e coroou um grande ano, um ano de reviravolta da equipe.



Vejam, eu realmente critiquei na partida de ida a postura da equipe em chamar muito o adversário pra dentro, em abdicar por vezes do contragolpe. Neste jogo eu critico a equipe por não ter exercido a superioridade técnica que eu entendo que tem e tomou sufoco e poderia ter perdido o titulo dentro de casa de forma frustrante, mesmo tendo mais time como eu realmente entendo que tem. Faltou demonstrar ser mais time durante boa parte desses 150 minutos.

Essa é uma avaliação necessária como comentarista, mas que pouco ou nada importa agora. Temos que enaltecer o extraordinário trabalho deste senhor acima, Tiago Nunes pegou um time desfigurado pela desorganização. Eram IDEIAS muito boas de Fernando Diniz, no que tange ao toque de bola, as transições rápidas, ao futebol total, mas faltava organização, com isso os resultados não vieram e o time perdeu confiança. Sabemos bem que a confiança é fator fundamental no futebol. Nunes deu padrão tático ao time, organizou taticamente a boa ideia de futebol e de fundamentos que já existia, o time passou a atacar com uma transição ofensiva muito rápida e jogar com excelente compactação, os resultados foram aparecendo, uma grande campanha no returno do Brasileirão, aliada ao avanço nesta Sulamericana, até a chegada á decisão e ao merecido título, pelo que foi a temporada. Grande trabalho coroado com título continental, que deve ser muito comemorado. E agora o time vai perder algumas peças como o Veiga de forma garantida e vai ter trabalho pra segurar outras, vejamos o que será feito nesse sentido pois o assédio será grande.

Aliás, essa é uma crítica que quero aqui fazer. Muito se repercute em geral nas mídias e esse PROBLEMA SÉRIO acaba acometendo o torcedor, que é enaltecer mais a vaga que o título dá do que o título. Temos que parar com isso definitivamente, a importância da Copa do Brasil e da Sulamericana não vem das vagas que ambas dão na Libertadores e no caso desta competição, também na Recopa onde o CAP vai enfrentar nada menos que o River Plate, sem esquecer da Copa Suruga. A importância é o TÍTULO, é a festa que o torcedor faz no Paraná e no Brasil. É a memória de quem esteve no estádio, ou mesmo em casa, a emoção da conquista, algo que fica marcado no coração. Nunca que vaga será o mais importante em um título, esse pensamento precisa mudar e isso só vai acontecer quando os formadores de opinião se posicionarem a respeito, é deles que vem tal movimento.


Por fim, vou falar rapidamente (bem rapidamente mesmo, pois esse é momento de falar de coisas boas, de comemoração) sobre as mudanças que foram anunciadas pelo agora Club Athletico Paranaense e mobilizaram tanto a torcida do próprio clube evidentemente, como o torcedor Brasileiro em geral. Vejam, hoje em dia tudo é meme, o nome do clube apenas voltou a ser o nome de fundação. É um nome em uma grafia antiga, quando o português Brasileiro ainda se confundia com o de Portugal. Se cabe hoje em dia ou não, é uma questão que cada um vai ter uma interpretação.

O novo símbolo NO MEU ENTENDIMENTO é muito controverso, parece que se inspirou na ideia da Juventus da Itália, com as linhas que remeteriam um Furacão, lembra demais o logo da Honda, infelizmente. Porém, bonito ou feio, ao menos enquanto essa gestão aí estiver será este o símbolo e paciência, lembro que em relação ao time italiano as críticas ao redor do mundo (inclusive minhas) foram enormes e hoje está todo mundo habituado ao simbolo, teremos de nos acostumar. O clube (e praticamente todos os clubes) já passou por diversas mudanças de escudo, esta é apenas mais uma, o impacto é natural por entendermos que nos tempos atuais os logos já estão consolidados.

O que o torcedor do CAP precisa ficar atento é que nenhum dirigente tem o direito de SE APROPRIAR do clube. Querer impor a este uma posição política, querer impor mudanças na identidade do clube. De certa maneira nas arquibancadas da Arena, com as bandeiras exaltando o símbolo do clube e suas cores, o torcedor deu uma resposta apropriada a isso. Me sinto na obrigação de lembrar que se não fosse algo que exigisse mudanças estatutárias, Petraglia teria mudado o nome e as cores do clube sem ouvir o torcedor. Isso é muita pretensão, ninguém tem o direito de fazer isso, a menos que se consulte o torcedor. Claro que é hora de comemorar, claro que a organização diretiva tem também papel nesta importantíssima conquista, mas o torcedor precisa ficar ligado e não engolir tudo que vem de quem manda no clube. O clube não tem um dono, o clube é do torcedor.




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Imagens: Folhapress e AFP. 



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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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