Haddad e “Ele Não” se isolam na dianteira; atos pró e contra Bolsonaro marcam final de semana
Vídeo: Reprodução / Canal Mídia Ninja no Youtube
A observar os últimos levantamentos de intenção de voto, a
estratégia petista de explorar em todos os aspectos o poder eleitoral do
ex-presidente Lula e lançar o candidato de fato, Fernando Haddad, somente a
poucos dias da eleição deve se confirmar exitosa no próximo domingo (07). O
ex-prefeito de São Paulo já empata tecnicamente em uma das três principais
pesquisas, a encomendada pela Confederação
Nacional dos Transportes – CNT ao Instituto
MDA, e consolida-se na segunda colocação das outras duas – tanto IBOPE quanto DATAFOLHA mostram o presidenciável petista a menos de seis pontos
percentuais de Jair Bolsonaro (PSL). A transferência de votos daquele que
liderava as mesmas pesquisas com larga vantagem, algumas com diferença igual ou
superior a soma da preferência dos demais, tem dado certo.
Nos cenários analisados pela pesquisa divulgada na madrugada
de domingo (30), o capitão da reserva lidera, em primeiro turno, com 28,2% ante
25,2% do apadrinhado de Lula, que abriu vantagem considerável para o pelotão em
que estão Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB), também tecnicamente
empatados com 9,4% e 7,4%, respectivamente. Ainda de acordo com o levantamento,
Bolsonaro continua sem vencer os principais concorrentes no segundo turno. Com
margem de erro de 2,2%, os entrevistados de 137 municípios visitados pelo
instituto entre os dias 27 e 28 de setembro conferem vitória a Jair apenas no
confronto com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Quando a
disputa é entre Bolsonaro e os progressistas Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes
(PDT), ambos os candidatos à esquerda política ganham com ao menos cinco pontos
de frente.
Os principais institutos, IBOPE e DATAFOLHA – este mais conservador nas amostragens, que estão para divulgar novas pesquisas
todos os dias desta semana que se incia, apontam a mesma tendência: a
necessidade de um segundo turno, a ser realizado em 28/10, em que o eleitorado
brasileiro deverá escolher entre um petista e um candidato que reúne o
sentimento genérico do “anti”, como o foram as últimas quatro eleições.
A difusão de candidaturas e a narrativa de que o pleito que
se aproxima remontava ao primeiro após a redemocratização, em 1989, trazida ao
debate apenas pela exaustão – já que, a não ser pelo alto número de
postulantes, nada se assemelha àquela disputa –, pareciam dar coro a uma
alegoria diferente, sem espaço aos principais personagens da política
partidária brasileira. Exceção feita ao tucanato histórico e seu presidenciável
Geraldo Alckmin, peso-morto eleitoral com resultado pífio nos levantamentos, a disputa pela Presidência
da República, a se confirmar o que dizem as pesquisas, ficará entre PT e o “NEOPSDB”. A nova versão do PSDB
é levada a cabo pela figura de Jair Bolsonaro, o falso catalisador de
sentimentos como “indignação” e “insatisfação”.
Numa eleição em que as pesquisas de intenções de votos parecem
ter peso, os movimentos políticos, por vezes, são antecipados. A falta de fôlego
de Alckmin apontada nas amostragens levou ao desembarque não formalizado do PRB, legenda criada pela Igreja Universal do Reino de Deus para
abrigar seus pastores e bispos em forma de lobby velado. A consumação da
demandada que parece se iniciar veio em live
de Edir Macedo no domingo (30), líder mor da Universal e, por consequente, do PRB, em que afirma o apoio à candidatura do PSL. A curiosidade fica por
conta da sigla, que não chegou a embarcar de fato na campanha tucana, apesar de
o apoio ter sido anunciado. O PRB
estava entre os partidos que deixaram de ratificar em convenção partidária a
participação na coligação de Alckmin e incorreram em erro na documentação
registrada junto ao TSE. Isso, além
de o então pré-candidato da legenda à Presidência, empresário Flávio Rocha, já
ter dado a letra de que no ninho Universal
as preferências se dão pelo grupo MBL
com carícias ao líder das pesquisas.
Líder das pesquisas enquanto não se dá a chamada “virada”,
termo usado por um usuário do metrô paulistano em papo rápido com o articulista
entre as estações Sé e Bresser-Mooca, da linha 3-Vermelha, na
tarde “bolsominia” de domingo (30). Trajados de verde e amarelo, de um nostálgico
2016 e com adesivos colados, militantes bolsonaristas voltavam do ato realizado
na Av. Paulista até o momento em que as águas – há quem diga que de São Pedro –
caíram sobre a capital paulista. O homem do verbete “virada”, o qual não
sabe-se o nome, voltava do trabalho e comentava, a base de sussurro para os de
verde e amarelo não ouvirem, que de todos os candidatos Bolsonaro é o único no
qual não vota.
Ele confundira o “capitão”, cantado pelos militantes que
invadira os vagões, com o “campeão” daquele hino de arquibancada em que se
afirma que “voltou” e declarou, veladamente, ser tricolor paulista. Perguntou como
o campeão voltou se o São Paulo Futebol Clube estava, àquela hora,
entrando em campo. Para ele tratava-se de autoconfiança palmeirense, que havia assumido a liderança do Campeonato Brasileiro. Ledo engano do homem
que deixou o cronista após afirmar que toda a estratégia bolsonarista,
inclusive o autogolpe do general Hamilton Mourão ao falar sobre 13º salário, trata-se
de uma “jogada” para levar Alckmin ao segundo turno.
Os bolsonaristas foram às ruas um dia após dezenas de
milhares de pessoas tomarem as ruas sob tag
do “Ele Não”. No sábado (29), dia em que
este JC! ganhou novo pacote gráfico,
layout e domínio “.com”, mulheres brasileiras,
a princípio do grupo de Facebook “Mulheres Contra Bolsonaro”,
convocaram atos por todo o País contra a candidatura do capitão da reserva. Sem
repercussão na mídia tradicional televisiva, que começou a transmitir imagens
das manifestações apenas ao anoitecer e via helicópteros – como foi feito à
época da prisão do ex-presidente Lula –, o movimento foi o maior contra um candidato a
presidente na história do Brasil e aguarda a apuração dos votos para avaliar se
obteve sucesso no combate ao fascismo e o vazio de propostas programáticas de
Jair.
A propósito, o JC! está
ao lado da tag “É pela Vida das Mulheres” também defendida pelo grupo “Ele Não”.
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Realmente amigo Claudio, o indicativo é este, porém, temos ainda uma semana, Haddad foi atacado de todos os lados na Record, vejamos se isso gera algum efeito, a princípio não há esse indicativo, mas, a confirmar.
ResponderExcluirPor isso a importância em ressaltar que "a se confirmar o que dizem as pesquisas". Apesar de estarmos na última semana antes do 1° turno, é análise de momento e sobre a tendência que, na minha opinião, é a mesma apontada por você em texto publicado neste blog sob o título de "O cenário presidencial em 20/09".
ExcluirExato, a progressão dessa tendência que vai se consolidando, até aqui e muito provavelmente se mantendo.
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