Haddad e “Ele Não” se isolam na dianteira; atos pró e contra Bolsonaro marcam final de semana

A observar os últimos levantamentos de intenção de voto, a estratégia petista de explorar em todos os aspectos o poder eleitoral do ex-presidente Lula e lançar o candidato de fato, Fernando Haddad, somente a poucos dias da eleição deve se confirmar exitosa no próximo domingo (07). O ex-prefeito de São Paulo já empata tecnicamente em uma das três principais pesquisas, a encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes – CNT ao Instituto MDA, e consolida-se na segunda colocação das outras duas – tanto IBOPE quanto DATAFOLHA mostram o presidenciável petista a menos de seis pontos percentuais de Jair Bolsonaro (PSL). A transferência de votos daquele que liderava as mesmas pesquisas com larga vantagem, algumas com diferença igual ou superior a soma da preferência dos demais, tem dado certo. 
Imagem: Arte / UOL
Nos cenários analisados pela pesquisa divulgada na madrugada de domingo (30), o capitão da reserva lidera, em primeiro turno, com 28,2% ante 25,2% do apadrinhado de Lula, que abriu vantagem considerável para o pelotão em que estão Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB), também tecnicamente empatados com 9,4% e 7,4%, respectivamente. Ainda de acordo com o levantamento, Bolsonaro continua sem vencer os principais concorrentes no segundo turno. Com margem de erro de 2,2%, os entrevistados de 137 municípios visitados pelo instituto entre os dias 27 e 28 de setembro conferem vitória a Jair apenas no confronto com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Quando a disputa é entre Bolsonaro e os progressistas Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), ambos os candidatos à esquerda política ganham com ao menos cinco pontos de frente.
Charge: Claudio Mor
Os principais institutos, IBOPE e DATAFOLHA este mais conservador nas amostragens, que estão para divulgar novas pesquisas todos os dias desta semana que se incia, apontam a mesma tendência: a necessidade de um segundo turno, a ser realizado em 28/10, em que o eleitorado brasileiro deverá escolher entre um petista e um candidato que reúne o sentimento genérico do “anti”, como o foram as últimas quatro eleições.

A difusão de candidaturas e a narrativa de que o pleito que se aproxima remontava ao primeiro após a redemocratização, em 1989, trazida ao debate apenas pela exaustão – já que, a não ser pelo alto número de postulantes, nada se assemelha àquela disputa –, pareciam dar coro a uma alegoria diferente, sem espaço aos principais personagens da política partidária brasileira. Exceção feita ao tucanato histórico e seu presidenciável Geraldo Alckmin, peso-morto eleitoral com resultado pífio nos levantamentos, a disputa pela Presidência da República, a se confirmar o que dizem as pesquisas, ficará entre PT e o “NEOPSDB”. A nova versão do PSDB é levada a cabo pela figura de Jair Bolsonaro, o falso catalisador de sentimentos como “indignação” e “insatisfação”.
Imagem: Quadrinsta
Numa eleição em que as pesquisas de intenções de votos parecem ter peso, os movimentos políticos, por vezes, são antecipados. A falta de fôlego de Alckmin apontada nas amostragens levou ao desembarque não formalizado do PRB, legenda criada pela Igreja Universal do Reino de Deus para abrigar seus pastores e bispos em forma de lobby velado. A consumação da demandada que parece se iniciar veio em live de Edir Macedo no domingo (30), líder mor da Universal e, por consequente, do PRB, em que afirma o apoio à candidatura do PSL.  A curiosidade fica por conta da sigla, que não chegou a embarcar de fato na campanha tucana, apesar de o apoio ter sido anunciado. O PRB estava entre os partidos que deixaram de ratificar em convenção partidária a participação na coligação de Alckmin e incorreram em erro na documentação registrada junto ao TSE. Isso, além de o então pré-candidato da legenda à Presidência, empresário Flávio Rocha, já ter dado a letra de que no ninho Universal as preferências se dão pelo grupo MBL com carícias ao líder das pesquisas.
Imagem: Quadrinsta
Líder das pesquisas enquanto não se dá a chamada “virada”, termo usado por um usuário do metrô paulistano em papo rápido com o articulista entre as estações e Bresser-Mooca, da linha 3-Vermelha, na tarde “bolsominia” de domingo (30). Trajados de verde e amarelo, de um nostálgico 2016 e com adesivos colados, militantes bolsonaristas voltavam do ato realizado na Av. Paulista até o momento em que as águas – há quem diga que de São Pedro – caíram sobre a capital paulista. O homem do verbete “virada”, o qual não sabe-se o nome, voltava do trabalho e comentava, a base de sussurro para os de verde e amarelo não ouvirem, que de todos os candidatos Bolsonaro é o único no qual não vota.

Ele confundira o “capitão”, cantado pelos militantes que invadira os vagões, com o “campeão” daquele hino de arquibancada em que se afirma que “voltou” e declarou, veladamente, ser tricolor paulista. Perguntou como o campeão voltou se o São Paulo Futebol Clube estava, àquela hora, entrando em campo. Para ele tratava-se de autoconfiança palmeirense, que havia assumido a liderança do Campeonato Brasileiro. Ledo engano do homem que deixou o cronista após afirmar que toda a estratégia bolsonarista, inclusive o autogolpe do general Hamilton Mourão ao falar sobre 13º salário, trata-se de uma “jogada” para levar Alckmin ao segundo turno.
                                                                       Vídeo: Reprodução / Canal Mídia Ninja no Youtube
Os bolsonaristas foram às ruas um dia após dezenas de milhares de pessoas tomarem as ruas sob tag do “Ele Não”.  No sábado (29), dia em que este JC! ganhou novo pacote gráfico, layout e domínio “.com”,  mulheres brasileiras, a princípio do grupo  de Facebook “Mulheres Contra Bolsonaro”, convocaram atos por todo o País contra a candidatura do capitão da reserva. Sem repercussão na mídia tradicional televisiva, que começou a transmitir imagens das manifestações apenas ao anoitecer e via helicópteros – como foi feito à época da prisão do ex-presidente Lula –, o movimento foi o maior contra um candidato a presidente na história do Brasil e aguarda a apuração dos votos para avaliar se obteve sucesso no combate ao fascismo e o vazio de propostas programáticas de Jair.
Imagem: Arte / Jovens Cronistas!
A propósito, o JC! está ao lado da tag “É pela Vida das Mulheres”  também defendida pelo grupo “Ele Não”.

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Claudio Porto

Jornalista independente.

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3 comments so far,Add yours

  1. Realmente amigo Claudio, o indicativo é este, porém, temos ainda uma semana, Haddad foi atacado de todos os lados na Record, vejamos se isso gera algum efeito, a princípio não há esse indicativo, mas, a confirmar.

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    1. Por isso a importância em ressaltar que "a se confirmar o que dizem as pesquisas". Apesar de estarmos na última semana antes do 1° turno, é análise de momento e sobre a tendência que, na minha opinião, é a mesma apontada por você em texto publicado neste blog sob o título de "O cenário presidencial em 20/09".

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  2. Exato, a progressão dessa tendência que vai se consolidando, até aqui e muito provavelmente se mantendo.

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