Amigos! Estamos mais uma vez juntos, hoje encerrando a nossa série de decisões pela Europa, com a principal delas. A decisão da UEFA Champions League entre o Tottenham chegando numa final inédita, contra um Liverpool já pentacampeão da competição, finalista ante o Real Madrid na temporada passada e que entrava pra este duelo como favorito, não só pela camisa que tem, mas por toda a qualidade do elenco e do padrão de jogo do hoje melhor técnico do mundo, Jürgen Klopp. No jogo, um duelo de xadrez, onde a aplicação tática e o costume de decidir, fizeram a diferença em favor dos Reds para que se construísse o 2 x 0 que valeu o título, apesar da abertura do placar ter sido polêmica. 


E foi o pênalti mais rápido da história de uma decisão europeia, apenas 23 segundos, na primeira jogada de ataque a bola bateu no peito e no braço de Sissoko, sem revisão indo até o VAR, o árbitro assinala pênalti. Sim, houve uma ampliação da área por parte de Sissoko, o que justificaria a marcação do pênalti, mas pelo fato de ela ter antes resvalado no corpo, eu não daria, assim como muitos que estavam vendo a partida ao redor do mundo. Na cobrança Salah colocou sua equipe na frente, o engraçado do pênalti é que entrou por "não ter sido tão bem batido", se tivesse ido no canto, Lloris pegaria. 

Depois disso a tônica do jogo foi a frieza do Liverpool de neutralizar a construção das jogadas por parte dos Spurs. Posicionados atrás da linha da bola, mas pressionando na primeira linha, forçando os zagueiros, as jogadas do time de Pochettino eram totalmente atrasadas, o time tinha quase 70% de posse, mas uma posse estéril, demorava demais pra chegar até a linha final, praticamente não chegou na etapa inicial, pra ser sincero.


Na etapa final o cenário permaneceu o mesmo, que obediência tática do Liverpool, os homens de frente na saída adversária chegavam muito rapidamente, atrasando demais a passagem dos rivais pela primeira linha de três, uma pressão que foi psicologicamente também prejudicando o time londrino. Com o passar dos minutos o Tottenham, muito necessitado, foi conseguindo vencer essa primeira linha de marcação e se aproximando da área do Liverpool, ainda que a construção demorasse muito, o time foi entendendo que o tempo estava passando e indo em definitivo pra cima, mas acabou por tomar muitas decisões erradas, muito por conta do nervosismo.

Um exemplo dessas decisões erradas era o medo de errar. Quantas vezes Trippier abriu por um lado e Rose por outro esperando a inversão de jogo e Eriksen, com medo de errar tocou curto, isso atrasou demais a criação das jogadas, com isso, o tempo na etapa final voou para o Tottenham.

Com tanto atraso o tempo foi passando e nessa maravilhosa obediência tática que só tem quem joga pelo técnico, como jogam os atletas do Liverpool, essa marcação pressão foi do início ao fim. Com isso, na parte final do jogo, já com Lucas Moura em campo, em muitos momentos o Tottenham desistiu de sair tocando de vez, enfiando o balão de qualquer jeito pra frente pra ver no que dava. Uma ou outra vez alguém escorou e deu certo, Dele Alli chegou a ter duas possibilidades de gol. Son e Lucas também exigiram grandes intervenções de um seguro e subestimado (só) no Brasil, Alisson. 

Na tentativa final (e tardia), Pochettino lançou no jogo Llorente, o problema é que daí em diante só veio tijolo, os Spurs estavam muito nervosos em campo e erravam demais, o espanhol conseguiu ajeitar um ou outro tijolo, mas faltou aquele levantamento certeiro em sua cabeça.

O torcedor Red deve estar pensando que estou falando demais do Tottenham, calma. O Liverpool teve conforme foi passando o tempo cada vez mais chances de matar, mas cometeu muitos erros na decisão final, vários deles por Salah. Mas em cobrança de escanteio e bate-rebate, Eriksen não chutou pro mato como pede jogo de campeonato e ela sobrou limpa de Matip para o talismã Origi finalizar e matar o jogo.

Depois disso o Tottenham seguiu bravamente lutando, bravamente chutando de qualquer maneira a bola pra frente mas era só esperar o apito final para a linda e merecida festa do Liverpool, foi um lindo sonho para o time mais popular de Londres, mas não deu. 


Vejam, muitos falaram que foi uma final "chata". Uns é porque "num tinha 'Mexi' 'i' 'crixtianu'". Esses nem merecem atenção. Outros disseram isso porque foi um jogo extremamente TÁTICO. Mas ora, isso faz parte do futebol minha gente. Pudemos ver como o time do Liverpool se entrega ao esquema e a proposta de jogo de Klopp. 

O que vimos hoje, um time pressionando a saída de bola por mais de 95 minutos e se houvessem 30 de prorrogação ainda fariam, pressionando o adversário desde a primeira linha, é algo que só consegue um técnico idolatrado por seus jogadores é que justamente é colocado como o melhor do mundo na atualidade. 


Em relação ao Tottenham claro que está de parabéns, mas eu falei em "camisa" no título do texto muito também por conta do comportamento em campo. Faltou não ter tanto medo assim de errar, faltou OUSADIA, entender que estava perdendo o jogo e arriscar mais bolas invertidas, passes longos, enfim, faltou muito do talentosíssimo Eriksen neste jogo, que não chamou essa responsabilidade e ainda falhou no gol decisivo.


Mas foi uma decisão linda, que premia, assim como premiou a decisão da UEFA Europa League (clique) , o futebol Inglês, da liga mais organizada, com maior investimento e consequentemente o maior número de grandes jogadores, com as decisões máximas do continente e do futebol em termos de clubes, no mundo. Linda também porque são os dois clubes de raízes populares de suas respectivas cidades. Quem me conhece sabe que na Inglaterra sou sim adepto do Liverpool, mas por conhecer o sofrimento do torcedor do Tottenham, meu coração chegou a bater por eles, mas não deu e merecidamente, o time que mesmo se defendendo, jogou como grande, venceu e fez uma festa muito merecida para Klopp, para a torcida e para todo o grupo.

Um registro final, eu acompanhei a decisão na estação Paraíso do Metrô de SP, onde o Facebook, detentor dos direitos de transmissão, fez uma transmissão com telões, vi muitas mulheres assistindo a partida, numa proporção de quase 40%. Isso mostra o quão Crivella está totalmente errado e o quanto esse preconceito patético precisa acabar. Parabéns ao Liverpool, hexacampeão da principal competição continental de clubes do mundo. 



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Imagens: Reuters e Getty.



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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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