Foto: Reuters (Manaure Quintero)

Amigos e Nação Corinthiana! Estamos juntos mais uma vez e hoje acho que é a primeira vez na minha vida em que uma vitória do Corinthians "me preocupa", o título já dá uma ideia, mas ao longo e sobretudo no parágrafo de análise do texto, vocês entenderão. O fato é que a força máxima do time foi por decisão de Carille passear na Venezuela e claramente arrastando o jogo e se poupando, enfiou novamente 2 x 0 no valente Deportivo Lara com Urso e Sornoza e traz na bagagem para o Brasil a classificação, mas também o desgaste sobretudo da viagem. 


O Lara tem uma característica muito interessante que é comum no futebol venezuelano, sobretudo nesse crescimento desde a virada do milênio, que é o toque de bola envolvente e a habilidade. Ante um Corinthians que claramente só queria fazer o tempo passar, essa foi a tônica dos 25 minutos iniciais, um Timão que deixava angustiado pela inércia e um Lara tentando de todas as formas atacar para tentar sair na frente e renascer na eliminatória. 

Depois desses 25 minutos iniciais e da primeira chegada aos 23, o time parece que acordou e passou a frequentar mais o ataque. E aí está o grande problema que persiste no futebol venezuelano, a ingenuidade defensiva. Bola parada lateral com Jadson que bateu a meia altura e a zaga adversária assistiu Urso desviar de coxa para abrir o placar. 

Depois de mais alguns minutos atacando, o gol arrefeceu ainda mais o Corinthians, que de forma ainda mais clara, arrastava o jogo esperando o tempo passar, via-se muitos jogadores andando em campo. Nos minutos finais da primeira parte o Lara produziu algumas jogadas interessantes, mas mesmo que fizesse, impossível meter 4 pra se classificar, claramente o que estava em jogo era a honra venezuelana. 


O Corinthians até começou quente a etapa final, exigindo duas grandes defesas do goleiro Salazar, alvo de afirmações injuriosas no duelo aqui no Brasil (no final a gente fala disso). Aos nove veio o segundo, mais uma grande jogada do jogador que está em uma sintonia diferente dos demais do time hoje, Fagner, que acabou com a defensiva esquerda adversária e rolou para Sornoza marcar. Em tempo, é aí que Sornoza tem de estar, perto do gol, na entrada e entrando na área, é aí que ele foi muito feliz no Nense. 

Depois disso o Corinthians começou a ter modificações e com isso o time passou a ter uma volúpia ofensiva por alguns minutos, justamente pra servir quem entrava no jogo. Fagner sentiu um problema muscular (olha aí) e vira preocupação. Michel entrou tentando manter a volúpia ofensiva pelo lado nos primeiros minutos, mas foi só, depois disso o time se limitou a arrastar pro fim do jogo enquanto o Lara guerreiro, tentava criar sem êxito algo. Fim de um jogo insosso, um jogo onde digo sem medo de errar, fossem os reservas, com toda disposição que demonstrariam, o placar poderia ter sido ainda mais elástico e os titulares estariam em SP, focados no duelo de volta ante o Mengo, sem prejuízo para a classificação. 


Qualquer pessoa que estiver lendo de mente aberta vai entender. Quem me conhece sabe que eu NÃO sou desses caras que fica pedindo toda hora pra poupar jogador, mas claro, esse é um caso em particular e eu explico. A ida (clique aqui) foi também 2 x 0 com a equipe fazendo os gols "quando quis", a grande realidade é essa. Depois de um primeiro tempo muito ruim, o Corinthians quando forçou a pressão na parte final resolveu e poderia ter feito mais. Sim, o futebol venezuelano cresceu muito e se há um cara que defende isso na crônica esportiva este sou eu.

Mas o Lara ficou apenas na DÉCIMA QUARTA posição entre 20 equipes na fase de pontos corridos do apertura venezuelano na temporada, ficando assim fora dos mata-matas da competição, vindo de vários resultados negativos em sequência, portanto, numa avaliação honesta e com conhecimento mínimo, não é "o Lara" quem melhor representa o futebol venezuelano hoje, aliás, comparar com o Caracas, que nesta mesma Sulamericana acaba de eliminar o Liverpool/URU mostra ou TOTAL DESCONHECIMENTO ou leviandade, pois o Caracas terminou a temporada regular na segunda colocação e está nas quartas de final do apertura, jogando a vida ante o Zulia. Então é preciso separar bem o "futebol venezuelano" do que vem apresentando hoje o Deportivo Lara.

Tudo isto posto, para mim fica claro que uma formação reserva da equipe faria o mesmo e até muito mais, porque SEM SE POUPAR, como claramente se poupou o time hoje, iria pra trocação franca os 90 minutos e aí o resultado poderia ser grandioso e melhor ainda, sem desgastar os titulares de uma longa viagem de mais de OITO HORAS, num voo fretado, com avião de menor porte que precisa fazer escala em Manaus pra abastecer. Realmente eu não entendo porque o time titular precisava passar por isso, tendo dentro de quatro dias o Mengo pela frente na Copa do Brasil. Este é o MEU ponto de vista. A discordância é democrática, XINGAR, tentar desmoralizar por  conta dela, evidentemente não é.


Por fim, eu quero me utilizar deste espaço o qual gerencio (e portanto nele me expresso da forma que quiser, respeitando claro a ética jornalística) para me manifestar sobre uma situação que me causou profundo desagrado, envolvendo a Venezuela e o Lara. Na partida de ida, na Arena, representantes do camarote FielZone resolveram aderir a um modelo de gentileza há muito adotado pelo clube e também alimentar os adversários. Legal, QUE FAÇAM COM TODOS, é um gesto bonito, parabéns (dentro de tantas discordâncias) à atual diretoria do clube por promover isso.

Mas Naninha, representante da empresa de camarotes foi até a imprensa dizendo que fez isso por "caridade social" e que o goleiro (baita goleiro por sinal) Salazar "até chorou" porque não tinha o que comer. Depois de UMA SEMANA do ocorrido, Naninha esteve na Rádio Transamérica em SP e instigado pelo âncora (conservador) Thomaz Rafael, manteve a versão de estar fazendo "caridade social", mesmo com todo tempo e todas as informações disponibilizadas sobre os venezuelanos.


Em SP, o Lara esteve hospedado no hotel de alta categoria, há cinco minutos do aeroporto de Guarulhos, Marriott, a imagem pode não dar exata noção, mas é um hotel imponentissimo, que é possível ser avistado de longe na Ayrton Senna.

Um hotel com restaurante e bar fino, academia, quadras poliesportivas, piscinas, um hotel pronto a realizar eventos e categorizado por seus clientes como 4,6 estrelas. Com 98% de boas recomendações de seus usuários (foto e informações provenientes do próprio site do hotel). Alguém realmente acha que o Lara "passou fome" neste hotel e que a ajuda foi "social". Vamos criar vergonha na cara. Se querem fazer "obra social" com os venezuelanos, levem hamburgueres para a fronteira em Roraima e principalmente DENUNCIEM OS CRIMINOSOS EMBARGOS ECONÔMICOS ESTADUNIDENSES que travam a economia local e prejudicam os mais pobres do país. Agora, querer se promover em cima de um clube de futebol, já é demais.



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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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