Um peixe foi até um ancião e disse:

—Tô procurando um negócio, um tal oceano.
— O oceano? — o ancião falou — Você está no oceano.
— Isso? — disse o peixinho — Isso aqui é água, o que eu quero é o OCEANO.

Soul (2020)


Recentemente estreou no serviço de streaming Disney+ o filme animado Soul. A proposta desse texto não é falar sobre o filme, mas sim refletir sobre a mensagem que ele passa. Na citação acima vemos uma reflexão sobre uma das propostas do filme, mas eu te pergunto, o que é felicidade?

Eu não sei responder essa pergunta, acredito que muitas vezes criamos falsas felicidades, montamos objetivos que nos entregarão esse sentimento, algo que nem sempre é real, ser feliz apenas por uma condição é um pouco limitador, ou seja, se apenas ao alcançar algo seremos feliz, o que seremos depois disso?

É difícil pensar sobre esse sentimento, é fácil dizer ser feliz com um objetivo apenas, mas e todo resto? E os dias comuns, onde está a felicidade neles? Você deve saber do que falo, onde está escondida a felicidade no cotidiano? Sinto que muitas vezes essa felicidade só é sentida quando não temos mais o cotidiano. Como quando perdemos alguém e até mesmo aquele dia comum sem grandes mudanças faz falta, a felicidade está ali o tempo todo, mas quando condicionada por objetivos nós a perdemos.

Como o peixe da citação não percebemos que o grande espetáculo está no agora. É como dizem algumas pessoas — só damos valor quando perdemos — que triste, não? Saber que o céu, a comida e até mesmo o ócio do dia comum são fantásticos, mas não notamos isso, a vida é uma soma de eventos maravilhosos, onde infelizmente somos anestesiados e perdemos os detalhes, mas após uma grande mudança sabemos que tudo que vivemos é único e belo.


Fonte: Divulgação.

Claro que coisas ruins existem, não estou querendo defender ou amaciar sentimentos e acontecimentos que nos prejudicam. Eu quero apenas celebrar o sorriso sobre uma piada, o vento em nossos rostos, o calor do sol em nossa pele e a refeição que nos alimenta, são as poucas coisas do nosso dia-a-dia que nos fazem únicos, são as conversas triviais, os filmes banais e as músicas de sempre. São nossas lembranças da infância e nossos desejos do agora, tudo isso é tão belo que somos castigados pelo destino e nos esquecemos disso, pelo menos até quando perdemos.

O agora, o antes e o depois, é neles que vive a felicidade. O filme da Disney me fez refletir sobre isso, algo que já tinha escrito outras vezes, mas sempre é bom lembrar que o percurso muitas vezes é melhor que o resultado, o objetivo é conquistado, mas se torna passado, o caminho até lá não, demora, tem conflitos e envolve muitos sentimentos, incluindo a felicidade.

Que em 2021, não sejamos como o peixe da história, que tenhamos a felicidade nas coisas pequenas, no cotidiano e que sejamos todos felizes da melhor forma possível.


Um feliz ano novo para você.

Minhas redes sociais:

Facebook

Instagram

Twitter

Medium


Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Compartilhe:

Pablo Barbosa de Oliveira

Sou Museólogo e Escritor. Escrevo sobre cultura na Revista Pauta e no Portal Jovens Cronistas. Criador do Museu de Instagram do IAPI. Fã de Fantasia e Sci-fi.

Deixe seu comentário:

0 comments so far,add yours