Faz tempo que não falo sobre museus aqui na minha coluna do Jovens Cronistas. Sempre deixei claro como o museu está em tudo e como a vida acaba sendo moldada por palácios de memórias que nos tornam museus únicos. Mas hoje é dia de pensar e refletir sobre que Museologia queremos em 2021.


O ano de 2020 foi diferente, os museus, em grande maioria, foram para dentro das casas das pessoas, foi através de mediações virtuais e de lives que os museus conseguiram se aproximar do público em um ano que o afastamento foi o necessário. Foi nesse ano também que os museus tiveram que se reinventar e buscar aprender novas linguagens para ter relevância com aqueles que usam a internet.

Nesse ano também surgiram diversos museus digitais, muitos com origem popular. Assim como o meu, o Museu de Instagram do IAPI, onde transformei um trabalho de conclusão de curso em um perfil na rede social Instagram. Foi um desafio alcançar o público, mas com muita divulgação e a estratégia certa consegui fechar o ano com mais de dois mil seguidores que receberam dentro de suas casas diversas fotos, relatos e informações sobre uma das regiões marcantes de Porto Alegre.

Acredito que um pouco desse espirito de 2020 deva continuar para sempre nos museus que de uma vez por toda devem ter a noção que não apenas a presença física importa. Temos que ir para o mundo digital, é lá que pessoas passam seus momentos no cotidiano, museu não deve ser apenas um passeio de final de semana, ele até pode ser um ponto de encontro e de diversão para aqueles que buscam descansar depois de uma semana corrida, mas não apenas isso. As instituições devem estar presentes todos os dias na vida de seus visitantes, saber se comunicar com eles e transformar uma experiência corriqueira em redes sociais em algo que vá além, que seja uma visita ao museu.

Em 2021 não existirá espaço para aqueles que ainda continuam pensando como no passado, e esse espaço será menor ainda com o passar dos anos. Temos que nos comunicar e nos fazer presente. Sem portas fechadas ou cara de poucos amigos, museu sem público é um museu obsoleto e esse público não deve ser apenas aqueles que visitam o espaço físico, deve ser também aqueles que abrem o celular e se identificam com uma exposição feita no Instagram, esses também são um público e por um bom tempo ainda vai ser o único público presente em museus até a situação ser controlada.


Que sejamos os museus do amanhã no futuro. Fonte:https://museudoamanha.org.br/


Eu desejo também uma Museologia mais ampla e feita por mais pessoas em 2021 e nos anos que vierem. Que os museus sejam resultados de um conjunto múltiplo e diverso, que sejamos ainda mais interdisciplinares e que todos que entrarem em um museu se sintam à vontade.

A nossa atual situação nos cobra mudanças e nos museus não será diferente. Que 2021 os museus evoluam e sejam ainda mais presentes e amplos na vida de todos.

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Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
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Pablo Barbosa de Oliveira

Sou Museólogo e Escritor. Escrevo sobre cultura na Revista Pauta e no Portal Jovens Cronistas. Criador do Museu de Instagram do IAPI. Fã de Fantasia e Sci-fi.

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