Olá fãs da velocidade! Estamos de volta nesse domingo para o último texto sobre Fórmula 1 nesse ano! A temporada 2020 da nossa categoria preferida chegou ao fim com o GP de Abu Dhabi, realizado no já conhecido circuito de Yas Marina. Mesmo com ambos os campeonatos já decididos, ainda haviam algumas lutas e narrativas em aberto: na Red Bull, Alex Albon teria provavelmente sua última chance para salvar uma vaga na equipe em 2021; enquanto um pouco mais atrás Racing Point, McLaren e Renault seguiam na luta pelo terceiro lugar no mundial de construtores. 

À parte de tudo isso, um outro personagem decidiu surpreender a maioria das expectativas. Max Verstappen fez um fim de semana praticamente perfeito, com direito a pole position e vitória liderando todas as voltas! O holandês levou sua Red Bull #33 ao topo do pódio pela segundo vez no ano, seguido por Valtteri Bottas em segundo e Lewis Hamilton em terceiro. Apesar de ser superada com veemência na pista, a Mercedes pode ficar mais tranquila do que o cronômetro sugere, afinal o próximo GP será o início de uma nova história, e com certeza os alemães já estão se preparando para ela. Confira conosco a análise do GP de Abu Dhabi a partir de agora

Foto: Getty Images

Já no sábado, o GP árabe dava sinais de que seria positivo para a equipe Red Bull. Os austríacos acumularam boas participações no treino livre, presenciando um resultado ainda mais encorajador na sessão de classificação. Com Verstappen sempre na mesma balada das Mercedes, a luta pela pole foi feroz, e o holandês fez valer sua fama de piloto rápido e agressivo. Com uma volta perfeita no Q3, Max desbancou ambas as flechas negras, conquistando a primeira pole position de um motor não-Mercedes em 2020! O próprio desempenho de Alex Albon tinha lá sua dose de otimismo, já que o tailandês andou boa parte da sessão no quarto lugar, colocando-se por final na quinta posição para o grid de largada. Pela primeira vez no ano, a Mercedes via-se superada em condições normais de pista, o que construía uma atmosfera no mínimo diferente para a corrida. 

Hora da largada, especialmente importante no travado circuito de Yas Marina. Partindo da ponta, Verstappen não decepcionou e manteve a primeira posição. Na sequência, os demais carros seguiram esse movimento, com as posições do grid sendo mantidas até o fim da primeira volta. Bottas permaneceu em segundo, seguido por Hamilton, Norris e Albon. 

Ainda nas primeiras voltas, Alex Albon já dava indícios de que poderia ter um domingo mais promissor. O piloto #23 era visivelmente mais rápido que Norris, que ocupava a quarta posição. Aos poucos, Alex foi se aproximando do jovem britânico, até se utilizar da zona de DRS para colocar de lado e completar a manobra. Rapidamente, Alex abriu uma vantagem sólida ante a McLaren, demonstrando de fato que nesse domingo estava muito mais confortável no cockpit de seu Red Bull. 

Apenas algumas voltas depois, veio o acontecimento que condicionou todo o restante da prova. Por volta da décima volta, a Racing Point de Sergio Pérez teve um problema de pressão de óleo, o que forçou o abandono do mexicano. Sem conseguir levar o carro aos boxes, a RP #11 parou junto ao guardrail, gerando um VSC que logo foi convertido em safety-car físico. A ocasião levou praticamente todos os pilotos para os boxes, naquela que seria a única rodada de pits do dia. 

Todos aqueles que se dirigiram ao pit-lane optaram por um jogo de pneus duros novos, deixando claro que a intenção era ir até o final da prova sem mais paradas. As exceções a essa escrita foram Daniel Ricciardo e as duas Ferraris, que optaram por ficar na pista e tentar algo diferente. Daniel foi alçado ao quinto lugar, enquanto Vettel era o sétimo e Leclerc o oitavo. 

Foto: Motorsport.com


Antes de seguir com a prova, cabe um breve parênteses para mencionar a situação de Checo Pérez. O mexicano, vencedor da última prova no Bahrein, pode ter feito hoje sua despedida da Fórmula 1. Ainda sem data para anunciar seu segundo piloto, a Red Bull deixará Checo na espera, minando também qualquer possibilidade de Pérez cavar uma vaga em qualquer outra equipe. Ainda assim, Sergio Pérez já se disse confiante de que, caso não assine com os austríacos, tem tudo para voltar em 2022. 

Mesmo sem citar nomes, é natural que venha a mente um assento na Alfa Romeo, antiga Sauber aonde Pérez iniciou sua trajetória na Fórmula 1. De qualquer modo, é justo dizer que o mexicano fez o suficiente para estar no grid ano que vem, e num carro de ponta. Mesmo com duas corridas a menos (por conta do diagnóstico de covid-19), Pérez levou para casa o quarto lugar no mundial de pilotos, o equivalente ao prêmio de "melhor do resto" da Fórmula 1. Além do mais, Pérez terminou nos pontos em todas as corridas que finalizou, demonstrando que sua boa e velha consistência ainda não foi perdida. Sem dúvida, é um talento e tanto para a maior categoria do esporte a motor. 

Passados os pensamentos sobre Checo, voltemos ao transcorrer da prova em si. Depois de um par de voltas, o SC deu adeus a pista, e para não mais voltar. Na relargada, Verstappen conseguiu fazer um bom trabalho, evitando ataques de qualquer uma das Mercedes que o perseguiam. A partida também foi limpa para os pilotos que vinham mais atrás, e as primeiras ultrapassagens só começaram a acontecer algumas voltas depois. 

O primeiro a forçar o ritmo foi Carlos Sainz. O espanhol da McLaren via-se em nono, atr´[as de ambas as Ferraris. Ciente de que seria importante ganhar posições na luta pelo terceiro lugar no mundial de construtores, Carlos deixou o modo Smooth Operator para trás e partiou ao ataque de ambos os carros vermelhos. Com manobras precisas, aliadas a um rendimento notoriamente melhor do carro laranja, Sainz deixou para trás tanto Leclerc como Vettel, subindo a P7 atrás de seu companheiro Lando Norris. 

Mas os problemas da Ferrari não pararam por aí. O rendimento de Charles Leclerc é visivelmente inferior ao dos demais pilotos, e o monegasco n~]ao pode fazer nada a não ser contemplar os adversários, um a um, ultrapassarem-no sem muita resistência. A estratégia alternativa também não facilitava as coisas, expondo ainda mais o já fraco carro italiano. Com pouco menos de metade da corrida, Charles foi aos boxes para sua única parada no domingo, retornando à pista numa melancólica última posição. 

Foto: Motorsport.com


A temporada ferrarista passou longe de ser aquilo que todo mundo imaginava. Depois da polêmica envolvendo o motor de 2019, o time italiano perdeu muito rendimento e não conseguiu ir além do pelotão intermediário em 2020. Mais do que isso: chegou a ser derrotado por AlphaTauri e por sua cliente Alfa Romeo em algumas ocasiões, como nesse GP de Abu Dhabi em específico. Certamente algo inadmissível para a tradição e o investimento que existem em Maranello. 

Para o ano que vem é difícil imaginar um grande salto, uma vez que o desenvolvimento dos carros está parcialmente congelado devido à questão da pandemia. Porém, não há dúvida de que progressos precisam ser feitos. Estar mais próximo da luta por pódios é quase uma obrigação para os italianos, que precisam desenvolver tanto o motor quanto os aspectos aerodinâmicos. 

Mas como transformar a abóbora em carruagem? É claro que esse processo passa longe de ser simples. aparentemente, a filosofia de trabalho da Ferrari parece ultrapassada. Um ambiente cercado de pressão, que deixa os funcionários intimidados e valoriza apenas os resultados. Esse ambiente tóxico e com uma liderança rígida pode ser aquilo que vem impedindo os italianos a retornarem aos seus dias de glória. Quem sabe, esteja na hora de uma reforma geral na Scuderia, partindo inclusive dos princípios internos. Através de uma gestão moderna (algo visível em McLaren e principalmente Mercedes) o time poderia maximizar as oportunidades e desenvolver um ambiente mais propício para melhores resultados. 

Mas, a julgar pelas declarações que saem na imprensa, essas ideias parecem apenas meros ensaios de um blogueiro que cobre Fórmula 1. Por enquanto, tudo deve ficar como está, e a Ferrari segue sem um panorama claro para 2021 e o futuro. Resta esperar parar ver quais ventos sopram sob o time vermelho, e se a velha receita da liderança dura trará de novo resultados. 

Seguindo com a prova, Verstappen ditava o ritmo da corrida, e de maneira até mesmo folgada. O holandês não teve problemas em abrir seus 4 segundos para Valtteri Bottas, que se mantinha também com facilidade à frente de Lewis Hamilton. O trio de frente era dessa vez seguido mais de perto por Alexander Albonm companheiro de Verstappen e que está na Berlinda para 2021. Albon se manteve sempre no mesmo ritmo do top-3, estando durante toda a corrida a menos de 10 segundos de distância atrás de Hamilton. 

Sem dúvida que a boa corrida do tailandês tem seu valor e deve render elogios ao mesmo, porém existem alguns pontos que não podem passar em branco. O primeiro é o mais óbvio deles: não se pode fechar os olhos à temporada péssima que Albon teve até hoje. Com menos da metade dos pontos do companheiro, Alex foi superado por pilotos como Pérez, Ricciardo e Sainz no campeonato, sendo que todos estes tem carros notoriamente mais lentos que o tailandês. 

Além do mais, é fato que já estamos na última corrida da temporada. Uma equipe como a Mercedes, que já havia vencido ambos os campeonatos, poderia muito bem ter focado todas as suas atenções em melhorar o projeto para 2021, enquanto a Red Bull sabidamente seguiu investindo em 2020. Isso explica em partes o porquê de Albon ter se equiparado a Hamilton, bem como o fato de Verstappen não ter sofrido ameaças durante todo o GP. 

Foto: Motorsport.com


Mas também há prós a favor de Alex, e além do resultado por si só, existe uma característica importante a ser mencionada. Segundo informações da imprensa, o carro da Red Bull em 2021 tende a ser muito parecido com o de 2020, tornando-se inclusive menos arisco quanto a guiada. Nessa situação, a chance de que Albon consiga uma temporada melhor no ano que vem cresce bastante. Afinal Alex já teria muita experiência no volante do bólido, que ainda por cima seria mais gentil com a guiada do tailandês. 

É claro que para nós, fãs do espetáculo, a escolha dessa vaga parece óbvia. Sergio Pérez tem totais condições de ser um adversário mais próximo de Verstappen, tornando-se um fator considerável em muito mais corridas. Porém pensando como chefe de equipe, a escolha pode ser um tanto mais complexa. Existem aspectos internos, e principalmente políticos que se sobressaem à questão esportiva. Vamos esperar pelas próximas semanas, afinal essa é a grande história que a F1 leva para a offseason. 

Enquanto Max abria cada vez mais na liderança já com a prova se encaminhando para o final, a corrida no meio do pelotão tomava sua forma decisiva. Com as paradas de Vettel e Ricciardo, todos os pilotos assumiram suas posições reais em pista, e o quadro da prova tornou-se mais visível a todos. Em P5 com Norris e P6 com Sainz, a McLaren destacava-se como a grande vencedora do dia, e quiçá da própria temporada.

Com um carro aparentemente inferior ao da Racing Point, a escuderia inglesa se baseou numa operação extremamente eficiente, se aproveitando de erros e falhas de confiabilidade dos rivais para se sobressair na pontuação. Outro ponto de destaque do time laranja foi a dupla de pilotos. Carlos Sainz e Lando Norris foram extremamente constantes, com raríssimos erros de pilotagem. Através dessa dinâmica, a McLaren somou mais pontos que qualquer uma das concorrentes no pelotão intermediario, retornando assim ao terceiro posto no mundial de construtores, algo que não conseguia desde a temporada 2013! 

Ainda existem pontos a serem melhorados, e o carro com certeza não está em seu máximo. Mas é para isso mesmo que a McLaren contratou Daniel Ricciardo: com a expertise de um vencedor de GPs que já esteve em uma equipe campeã do mundo, o time de Woking buscará dar o passo adiante para encostar de vez na briga por vitórias, seja em 2022 ou mesmo no ano que vem. 

Por fim, concluímos com o pódio do dia. Verstappen seguiu seu caminho tranquilo rumo a vitória, tranquilo até demais para que pudesse ser de fato representativo. É perfeitamente imaginável e compreensível que a Mercedes não estivesse 100% focada nessa prova, o que torna as projeções para o ano que vem ainda uma espécie de tiro no escuro. Quanto ao duelo Bottas x Hamilton, foi notório que o inglês não estava confortável em seu retorno pós-covid. Enfrentando problemas de adaptação com os pedais e reclamando ainda de sua própria forma física, Hamilton sofreu uma rara derrota no qualifying, sendo que na corrida jamais conseguiu efetivamente brigar pela segunda posição. 

A exemplo do que falamos sobre a forma da Mercedes, estes fatores não são necessariamente representativos. A situação de Hamilton é atípica, e os três meses de descanso até o início da nova temporada irão com certeza revigorar boa parte dos problemas do inglês. E serão longos, muito longos três meses...

Confira a classificação do GP de Abu Dhabi:



É isso pessoal, concluímos aqui mais uma temporada de análises da Fórmula 1 no Jovens Cronistas! Gostaria de agradecer a todos que me seguiram por esses loucos 6 meses com 17 corridas, uma experiência nova e que certamente ficará marcada em nossa memória. Queria agradecer também ao blog por disponibilizar o espaço, concedendo essa oportunidade de fazer algo extremamente prazeroso que é relatar, seja em texto ou em vídeo, as opiniões e os acontecimentos desse esporte que é parte importantíssima de minha vida. É um projeto que tenho sorte de fazer parte, e do qual me sinto grato por contribuir. 

Ainda teremos pelo menos um vídeo saindo nessa semana, então fique ligado em nosso canal para não perdê-lo. Me despeço de 2020 pela mídia escrita aproveitando para desejar um ano novo muito feliz a todos, que as dificuldades da pandemia e de quaisquer outros problemas pessoais sejam superadas, e que o simbolismo de um novo ciclo possa representar de fato uma trannsformação na vida dos que dela precisam. Abraço a todos, cuidem-se e até o ano que vem! 



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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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