A frustração é algo que acompanha a rotina daqueles que tentam algo. Ninguém é perfeito, e ao menos que você tenha um superpoder financeiro ou um controle estratégico, você também está sujeito aos erros e falhas. Muitas vezes focamos no resultado do percurso e não no percurso, isso é um potencializador de erros. Assim como Ícaro da mitologia grega se aproximamos do sol e esquecemos que nossas assas são de cera. O resultado é apenas a falha.


Eu tenho muitas frustrações na minha vida. Porém, não me considero uma pessoa frustrada, pois apesar de qualquer frustração eu conquistei bastante dos objetivos que tinha sonhado. Mesmo com erros e falhas, eu venci. Recentemente lembrando das minhas frustrações eu lembrei de uma antiga, bem antiga mesmo. Eu sonhava em ter superpoderes quando criança, eu sei, era uma fantasia infantil, eu sonhava em voar como Superman ou atirar teias como o Homem-Aranha, mas não aconteceu e meu eu de oito anos se frustrou em saber que pessoas não tinham dons de quadrinhos na vida real. Claro que depois a vida ensinou que se de um lado temos expectativas, do outro teremos realidades e quase sempre elas não conversam entre si.

A sociedade cobra bastante resultados, nós mesmos somos ensinados o que é belo e o que é bem-sucedido. Pessoas correm a vida toda em busca de resultados impossíveis. Outra passagem interessante sobre a minha vida foi quando tentei produzir para o Youtube, eu fazia vídeos sobre o que eu mais gosto (além de museus) que são filmes, séries, jogos e livros. O projeto de vídeos foi logo depois de me formar na faculdade, por um lado me ajudava com o passar do tempo e com a rotina, mas por outro me frustrava pois não tinha o resultado que queria, eu não alcançava grandes números de visualizações e ter um retorno financeiro estava cada vez mais distante, o resultado, no pouco tempo que fiquei, não veio e isso reflete em outro problema, o resultado instantâneo. Eu demorei praticamente dois anos para ter a ideia e finalizar a escrita do meu primeiro livro, hoje estou super contente com ele, mas se soubesse que demoraria quase dois anos para lançar, talvez nem me daria o trabalho de iniciar a escrita. Veja como o erro está antes mesmo de iniciar algo, meu objetivo é vender como o Stephen King ou G.R.R Martin, mas sem ao menos me esforçar como eles.

O resultado desejado é conquistado com esforço e dedicação. Contudo se deve refletir muito bem sobre o que queremos. Esse resultado que você quer é para quem? Não seria apenas uma busca desenfreada por aprovação? No meu ingresso na faculdade eu fui sem pressão em relação ao curso que escolhi, meus pais falaram que apoiariam meu curso, independente da minha escolha, mas sei de amigos que não queriam o curso que escolheram e foram apenas em busca de aprovação parental. Não acredito que tenhamos que desconsiderar a opinião alheia, pois cada escolha é recheada de consequências, mas não podemos nos deixar ser refém de resultados que não são nossos.
Fonte: correquepassa.wordpress.com

Como mencionei o erro vai estar lá, as oportunidades também. Vamos arriscar, tentar, refazer e até mesmo se frustrar e aprender com os erros, mesmo que seja difícil. Ao trabalhar com museus se aprende que tudo carrega história e simbolismo, somos rodeados por vitórias e derrotas e vale a pena escutar ambos os lados. Isso pode ser o significado da vida, descobrir e superar. Porém não devemos colocar o peso do mundo em nossas costas, pois apesar de tudo, resultados são apenas resultados.

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Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
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Pablo Barbosa de Oliveira

Sou Museólogo e Escritor. Escrevo sobre cultura na Revista Pauta e no Portal Jovens Cronistas. Criador do Museu de Instagram do IAPI. Fã de Fantasia e Sci-fi.

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