Olá, todos, todas e todes! Dentro do possível, tudo bem com vocês? Por aqui, vai-se levando...
As pessoas que precisam escrever semanalmente procuram o assunto que irão tratar. Nem sempre é fácil e essa busca pode ter vários resultados: da facilidade de escolha, como foi o caso da semana passada em que antecipei a publicação da coluna, leia aqui se quiser. Em outras vezes a caça ao tema torna-se infrutífera pela simples ausência de inspiração e em outros momentos somos salvos aos 49 minutos do segundo tempo, como foi o caso desta coluna.
Até ontem a proposta era escrever a respeito da gravação da reunião ministerial do dia 22 de abril. Porém, depois de tudo que foi dito, exposto e analisado durante a semana, resolvi esperar até agora pela manhã. E o que aconteceu? A deflagração de uma operação da Polícia Federal no Rio de Janeiro, afim de recolher provas de supostos favorecimentos nos contratos para a construção de hospitais de campanha, uma vez que dos sete contratados, apenas um foi entregue e, ainda assim, incompleto.
A PF deflagrar operações, nos acostumamos a ver em revistas, jornais, telejornais e portais de notícias desde sempre. Afinal, uma das funções da Polícia Federal é investigar e prender quem comete crimes federais, de empresários a políticos e, cá entre nós, eu gostaria de fazer parte do grupo que decide o nome das operações. É cada nome melhor que o outro.
Se vocês lembrarem na famosa da reunião do dia 22, a ministra Damares Alves fala em ações mirando governadores e prefeitos no cenário da pandemia: "Governadores e prefeitos responderão processos e nós vamos pedir, inclusive a prisão. Nós estamos subindo o tom." É bem verdade que o tema era outro. Mas, é impossível não relacionar com o ocorrido na manhã de hoje.
Outro aspecto importante a ser destacado foi o anúncio, pela deputada federal do PSL/SP Carla Zambelli, em entrevista de rádio acerca do que seria a ação da PF no dia de hoje. A deputada deu até o que seria o nome da Operação da Polícia Federal. Ao ser perguntado como Carla Zambelli sabia, Bolsonaro, tirando o corpo fora, saiu-se com essa: "Perguntem pra ela." Um dos alvos da Operação é o Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel que recebeu a visita de agentes da PF em cinco viaturas num ação de busca e apreensão tanto no Palácio das Laranjeiras, quanto em sua antiga residência. Alguns comentaristas deram conta que Witzel teria proposto uma ação de impeachment que partisse do conjunto de governadores, o que não teria sido aceito pela maioria.
Se há suspeita de fraude na construção de hospitais de campanha no RJ ou em qualquer outro lugar é evidente que deve ser investigado. O curioso é que a suspeita de fraude ocorra justamente no RJ que tem, no governador Wilson Witzel, um forte crítico ao governo Bolsonaro. Este forte crítico que fez campanha e elegeu-se colando no bolsonarismo, que o fez sair de um quarto lugar nas pesquisas para a primeira posição feito um foguete. É sempre bom lembrar o que as pessoas tendem a esquecer.
Carla Zambelli sabia de antemão da Operação da PF? É importante que a Superintendência da Polícia Federal responda essa questão. Afinal, quem tem que saber previamente das operações da PF, o ministro da justiça ou uma mera deputada federal?
Por outro lado, quando da solicitação de apreensão do celular de Bolsonaro, a resposta é que se isso ocorresse haveria uma resposta de proporção imprevisível. De outro lado, a pouco foi realizada a apreensão do celular do governador Witzel, sendo elogiada pelo presidente Bolsonaro. É o tradicional "dois pesos, duas medidas".
Por último, insisto:
Como a deputada Carla Zambelli sabia previamente da operação da PF que ocorreria na cidade do Rio de Janeiro?
Até semana que vem.Saudações,
Ulisses B. dos Santos.
Twitter e Instagram: @prof_colorado
Sobre a Coluna
A coluna SobreTudo é publicada sempre às terças-feiras.
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