Olá fãs da velocidade! Voltamos nesse domingo para comentar o GP do México de Fórmula 1, prova que aproximou de vez Lewis Hamilton do hexacampeonato mundial da categoria! O inglês venceu a corrida disputada no Autódromo Hermanos Rodríguez, com Sebastian Vettel terminando na segunda posição e Valtteri Bottas completando o pódio. Os holofotes porém ficaram em cima de Max Verstappen, que teve um final de semana bem questionável, com um resultado desapontante, e novas falhas da Ferrari, que eliminaram as chances de triunfo da escuderia italiana. Confira conosco o que de melhor aconteceu no GP mexicano a partir de agora:

Foto: Getty Images

Depois de herdar a primeira fila graças a punição à Max Verstappen, a Ferrari começava o domingo como favorita. O carro italiano parecia adequar-se perfeitamente ao circuito de grandes retas, e o bom ritmo ficou provado já no sábado, com Vettel e Leclerc classificando à frente de Lewis Hamilton. Sem ter o carro mais veloz, a equipe alemã apostaria suas fichas no que sabe fazer de melhor: jogar o jogo das estratégias, com escolhas aparentemente não convencionais, e se atentando à qualquer oportunidade que surgir para maximizar os seus resultados.

E já na largada, a ação começou! Partindo da quarta posição, Verstappen atacou Hamilton, que vinha no terceiro lugar. O inglês perdeu a traseira na curva 2 e acabou escapando, obrigando Max à passar pela área de escape, em lance parecido com o incidente de Suzuka entre Leclerc e o mesmo Verstappen. Hamilton caiu para o quinto lugar, enquanto Max parou no oitavo. Enquanto isso, Alex Albon aproveitou a confusão dos concorrentes para subir à terceira posição, seguido por Carlos Sainz, outra vez surpreendendo na largada e alcançando o quarto lugar.

Preocupada com o desgaste de pneus, a Ferrari aproveitou que estava liderando a corrida para controlar o ritmo da prova. Com Leclerc na ponta e Vettel em segundo, o time italiano permaneceu todo o primeiro stint no que parecia um modo conservador, sem forçar demais os carros e os pneus. O plano parecia correto, e o horizonte promissor, já que os adversários tiveram contratempos na largada. E mais um deles ainda estava por vir.

Foto: Motorsport.com
Tentando recuperar posições, Max Verstappen encontrou Valtteri Bottas pelo caminho. Com um carro muito veloz, o holandês tirou a diferença em poucas voltas e logo partiu para o ataque. Mas na ânsia de retornar às primeiras posições, Verstappen arriscou onde não devia, e comprometeu uma das mais promissoras corridas da temporada. Uma manobra desnecessária no Estádio até rendeu a ultrapassagem, porém o mergulho surpreendeu Bottas, que não teve como evitar o toque. Max teve um pneu furado, caindo para a última posição e deixando todas as chances de vitória.
Nesse ponto, a crítica não é necessariamente à manobra em si, mas sim sobre um ponto já exposto neste blog, inclusive no último texto sobre a Fórmula 1. As situações em que Verstappen se coloca são muito arriscadas, e é isso que gera esse tipo de abandono. Max ainda pensa com seu instinto de piloto: agressivo, indomável e imparável. Ter isso é fantástico, mas ao mesmo tempo, perigoso.
Max era mais veloz e notoriamente muito mais piloto que Bottas. A ultrapassagem iria ocorrer em algum momento, numa posição mais segura da pista e que não trouxesse risco para a corrida de Max. Infelizmente, o apetite exagerado cegou o piloto #33, e essa manobra impensada trouxe um fim precoce a um dos favoritos para a vitória. Porém, não há motivo para críticas descabidas ou rótulos prematuros ao holandês. Mesmo tendo algumas temporadas na bagagem, nota-se que Verstappen ainda está muito longe do auge da maturidade, que deve chegar em determinado ponto de sua carreira. Assim como aconteceu com Hamilton, o talento puro de Max terá tempo para moldar-se e aliar-se à experiência com o manejo de ritmo e leitura de corrida. Nada de apressar um talento, os grandes artistas tem seu próprio tempo.

Voltando ao andamento da corrida, os pilotos da Mercedes superaram as equipes intermediárias, e então, recompuseram o pelotão principal da prova. Com Hamilton em quarto e Bottas em quinto, dirigindo um carro que não demonstrou ser o mais rápido do grid durante o final de semana, a Mercedes precisava de alternativas, e então, foi hora de arriscar. Pouco depois das primeiras paradas da prova, que foram de Albon e Leclerc, Hamilton entrou para os boxes. Diferentemente dos adversários, o inglês trocou para os pneus duros, usando seu segundo composto diferente no dia e eliminando a necessidade de um segundo pit stop. A escolha era arriscada, afinal o desgaste havia se mostrado altíssimo nos dias anteriores, e com 50 voltas pela frente levar o carro até o fim parecia impossível!

E parecia mesmo, tanto é que os outros dois pilotos que optaram pela estratégia de uma parada única, Sebastian Vettel e Valtteri Bottas, permaneceram o dobro de tempo na pista, trocando para os pneus duros apenas por volta do giro 35. Nesse momento, Charles Leclerc assumia a ponta, ainda precisando de um pit stop. Porém, com pneus mais macios e mais novos, o monegasco ainda aparecia na luta pela vitória, bem como todos os outros carros das equipes de ponta!

Foto: Motorsport.com
Nessa hora, mais uma vez, a equipe Ferrari decepcionou. Tudo bem, o erro no pit stop e os 4 segundos perdidos por Leclerc não foram o único motivo pelo qual a vitória não veio no final de semana. Seja por sorte, arrojo ou conhecimento, a Mercedes trabalhou melhor com o timing das trocas de pneus, e dessa forma fez a concorrência comer poeira. Mas a chance de lutar por um pódio era grande, e graças à mais uma falha operacional, Charles não pode extrair todo o potencial de seu fim de semana. Não é necessário chutar cachorro morto, mas fica o destaque para mais desapontamento no time italiano.

Mudando um pouquinho o foco, hora do tradicional apanhado geral do meio do pelotão. E dessa vez, dois pilotos em especial conquistaram com sobras os méritos do pelotão alternativo. Começando pelo herói local: Sérgio Pérez, que vinha de um abandono na corrida de casa em 2018, teve o que foi o melhor dos cenários para sua corrida. Mesmo se classificando na 11a posição, o mexicano pode escolher com qual pneu largaria, tendo vantagem sobre as McLaren e Toro Rosso, que partiram com os compostos macios. Dessa forma, Checo fez o que sabe fazer melhor: um trabalho silencioso, cuidando bem de seus compostos médios e rumando para apenas uma parada. No fim, uma grande batalha com o outro destaque do dia, Daniel Ricciardo, da qual saiu vencedor para a alegria do público presente na capital mexicana. Checo fez o melhor que poderia nesse domingo, dando o presente que os apaixonados fãs mexicanos merecem.
Ricciardo teve uma caminhada parecida. Também se valeu da possibilidade de escolha dos pneus para subir no grid, porém com um trabalho um pouco mais complexo. Largando da 13a posição, o australiano optou pelos pneus duros, necessitando de um stint ultra longo e sólido para obter alguma vantagem. E assim o fez. Com uma guiada absolutamente limpa, Daniel emergiu na oitava posição, o segundo melhor do resto, e por muito pouco não alcançou o sétimo lugar. Grande prova do piloto da Renault, que se valoriza com esse bom resultado, colocando até certa pressão no time francês. Um bom carro em 2020 é tudo o que Ricciardo precisa para frequentar as posições de destaque ainda mais vezes.

Voltando à corrida, era hora da briga começar. Hamilton e seus pneus de quase 50 voltas deveriam perder rendimento, dando a possibilidade de Vettel e Bottas encostarem no inglês, ou ainda Charles Leclerc, com pneus duros de pouco menos de 20 voltas, encontrar um bom ritmo de prova e lutar por mais um pódio... Pois é, mas nada disso saiu do plano das ideias. Hamilton nunca perdeu rendimento, e os pneus que se desgastaram tão facilmente na sexta, duraram dois terços da prova no domingo à pleno vapor. Bottas não conseguiu tentar de fato uma manobra sobre Vettel, e Leclerc travou forte a dez voltas do fim, perdendo contato e praticamente desistindo da briga com os rivais. Fim de prova, com Hamilton vencedor, seguido por Vettel e Bottas.

Foto: Motorsport.com
Com o cenário atual, o título tem tudo pra ser definido no próximo GP, que acontece em Austin, Estados Unidos. Hoje, a conjunção de alguns fatores trouxe mais uma vitória para o currículo de Hamilton, especialmente o arrojo da equipe Mercedes, que jamais se acomoda com o rótulo de segunda ou terceira força em qualquer pista que seja, buscando sempre uma forma de maximizar seus resultados, e a guiada limpa, sem erros, de um dos maiores da história do esporte. A aposta se pagou, e o duo Hamilton-Mercedes, mais uma vez brilhou!

Lewis tem agora 74 pontos de vantagem sobre Bottas (363 a 289) e é virtualmente o campeão mundial da temporada. A briga pelo terceiro lugar continua quente, com Leclerc em vantagem: 236 pontos contra 230 do companheiro Sebastian Vettel. Max Verstappen aparece próximo com 220 pontos. Na sexta posição, outro enfrentamento interessante, mas com um destino bem encaminhado: Pierre Gasly aproveitou o vacilo da McLaren e retomou o sexto lugar, ultrapassando Carlos Sainz (77 a 76). Mas, Alexander albon vem logo atrás com 74, e com sua potente Red Bull deve conseguir os pontos necessários para garantir a posição sem maiores problemas até o fim do ano.

Nos construtores, tudo intacto no top 3. Mercedes líder com 652 pontos contra 466 da Ferrari e 341 da Red Bull. Destaque para a luta pelo sexto lugar, com Racing Point e empatadas com 64 pontos! As próximas corridas terão importância ainda maior para os dois times.

Confira a classificação do GP do México:

Resultado final do GP do Mexico — Foto: Reprodução/FOM
Foto: Divulgação/F1
Por hoje é só pessoal! Voltamos na semana que vem com a cobertura do GP dos EUA! Abraços e até lá!



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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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