Olá fãs de velocidade! Voltamos nesse domingo para falar sobre Fórmula 1, dessa vez abordando o GP de Singapura, terceira prova após as férias de verão e que trouxe a terceira vitória seguida da Ferrari! Numa exibição muito forte e até mesmo surpreendente, Sebastian Vettel voltou ao lugar mais alto do pódio depois de um ano de jejum, com seu companheiro de equipe Charles Leclerc na segunda posição e Max Verstappen completando o top-3. Líder do campeonato de pilotos e de construtores, a Mercedes teve um dia discreto, com Hamilton completando na quarta posição e Bottas fechando a corrida apenas em quinto. Confira conosco o que de melhor aconteceu na corrida à partir de agora!

Foto: Motorsport.com

Mesmo vindo de duas vitórias seguidas, a Ferrari chegava à Singapura sem qualquer tipo de favoritismo. Isso porque as características do circuito, travado e cheio de curvas, mostraram-se uma mistura letal para o time italiano quanto ao desgaste de pneus. Levando o GP da Hungria, que tem características semelhantes, como exemplo para comparação, o time italiano jamais chegou sequer a incomodar tanto Red Bull como Mercedes, terminando a mais de um minuto dos líderes da corrida.

Um novo pacote aerodinâmico, desenvolvido para a segunda metade dessa temporada era a última cartada para a equipe mostrar-se competitiva também nesse tipo de circuito. E as modificações mostraram resultados, especialmente no dia de sábado. Um FP3 forte de Leclerc acendeu as esperanças para a sessão de classificação, estas que foram correspondidas com um desempenho extraordinário: P3 para Vettel e pole position para Leclerc! Com a confiança lá no alto,  a Ferrari entrou otimista para a corrida de domingo, e na certeza que poderia sim lutar de igual pra igual com as flechas de prata.

A largada da prova foi tranquila no pelotão da frente. Leclerc partiu muito bem da posição de honra, não dando qualquer chance para Hamilton atacar. O inglês teve inclusive que defender o segundo posto frente à Sebastian Vettel nas primeiras curvas, conseguindo abrir uma vantagem segura apenas na segunda volta. Mais atrás, um lance importante na disputa do pelotão intermediário: Nico Hülkenberg, que ficou sem assento para 2020 nas últimas semanas, acertou Carlos Sainz, que vinha na sétima posição. O toque teve consequências desastrosas para os dois pilotos, com Hülk precisando trocar a asa dianteira e Sainz caindo para a última posição devido à um pneu furado.
Foto: Motorsport.com
Apesar de ostentar maior parte na culpa do acidente de hoje, poucas coisas justificam o fato de Hülkenberg estar momentaneamente a pé para a próxima temporada. Extremamente constante desde o início da carreira, Hülk faz uma temporada muito próxima a do companheiro Daniel Ricciardo, que batia de frente com um dos maiores talentos da F1 atual, Max Verstappen, até o ano passado. Por mais que Alain Prost tente justificar a escolha por Ocon, é claro que fatores políticos também pesaram na decisão. Ter um piloto francês numa equipe francesa e conservar uma relação amistosa com Toto Wolff, um dos homens mais poderosos no universo da Fórmula 1, é sempre algo muito bem-vindo. Porém, mais estranho ainda foi o fato de Hülkenberg não ter assinado com a Haas, uma equipe desesperada por pilotos capazes de entregar resultado! É compreensível que Gene queira premiar o caráter de Romain Grosjean e a lealdade que o francês teve em topar o projeto do time, mas há momentos em que é preciso saber jogar o jogo! Por mais boa praça que Romain seja, estamos falando de um esporte, e nele é o talento que se sobressai acima de tudo. Bola fora, possivelmente de ambas as equipes. Sorte de quem puder contar com o talento do alemão.

Já nas primeiras voltas da prova, era notório que Charles Leclerc controlava o ritmo da corrida. No traçado urbano de Marina Bay, as ultrapassagens sempre foram um grande desafio, e com carros largos como os atuais, aliados à uma grande turbulência, qualquer tipo de manobra torna-se bastante arriscada. Dessa forma, o monegasco se valeu das circunstâncias para cuidar o máximo possível de seu jogo de pneus macios, bem como os demais pilotos do pelotão de frente. Esse movimento deixou todos os carros bastante próximos, evitando aquele tradicional abismo entre as três equipes grandes e o pelotão intermediário.

Sem o espaço necessário para tentar o chamado "undercut" (parada mais cedo nos boxes), Hamilton decidiu por permanecer na pista o maior tempo possível, realizando a manobra inversa, o "overcut" (adiar a parada, priorizando posição de pista e pneus no final da prova). A decisão da Mercedes foi sim interessante, afinal a probabilidade de uma ultrapassagem em condições normais era praticamente nula. Sem contar que a chance de safety-car em Cingapura é das mais altas do ano, ou seja, o time prata arriscou, mas jamais viajou na escolha do seu plano de ação.

Foto: Motorsport.com
Enquanto isso, o outro momento chave da prova também ganhava forma. Lutando pela terceira posição contra Max Verstappen, Sebastian Vettel se via em maus lençóis com seu jogo de pneus macios. Sem encontrar o ritmo necessário, o alemão se distanciava dos dois líderes, mas a falta de pontos de ultrapassagem deixava Max de mãos atadas. Foi então que a Red Bull antecipou a parada do holandês, mas atenta aos movimentos do adversário, o time italiano reagiu e chamou Vettel na mesma volta, de modo que os dois entraram juntos nos boxes. Com pista limpa à frente e pneus duros, Vettel encontrou um ritmo muito forte, fazendo um par de voltas rápidas enquanto Leclerc seguia gerenciando o desgaste de seus compostos macios, sempre de olho na distância para Lewis Hamilton. Sem se preocupar com o alemão, Charles parou algumas voltas depois, voltando alguns metros atrás do companheiro, o suficiente para perder a posição.
Depois do final da prova, quando perguntado sobre as paradas nos boxes, Mattia Binotto declarou que não houve intenção deliberada de favorecer Vettel, que o time estava focado na batalha contra Hamilton e ficou bastante surpreso com o desempenho do alemão e seus pneus duros. E sim, foi justamente o que aconteceu. Sem teorias da conspiração nem ordens de equipe; Vettel ganhou a posição na pista e de maneira até "acidental", já que não se esperava pneus duros tão mais rápidos do que os macios. Vettel contou com a sorte de sair dos boxes sem trânsito, e foi competente o bastante para extrair o máximo possível das melhores voltas do pneu. Simples assim.

Hamilton seguiu liderando por mais alguns instantes, mas o aguardado safety car nunca chegou. Quando Vettel e Leclerc encontrariam tráfego pelo caminho, a possibilidade de ampliar a diferença voltou a surgir no horizonte, mas aparentemente os pneus do inglês já tinham chego em seu limite e a equipe preferiu não arriscar, o trazendo para o pit. Dessa forma, Antonio Giovinazzi despencou na liderança, já que não havia feito seu pit stop até então. Não tem grande relevância já que foi totalmente circunstancial, mas não deixa de ser o momento alternativo do final de semana.

Já nos encaminhando para o final da prova, o safety car finalmente deu o ar da graça nas ruas de Cingapura. E foi com um dos grandes personagens dessa semana, o francês Romain Grosjean. Mais uma trapalhada, dessa vez julgando mal a distância para a Williams de George Russel e tocando na traseira do inglês, que terminou no muro.
A verdade é que todas as vertentes jogam contra Grosjean e a sua permanência na Haas. Até mesmo Günther Steiner, team principal do time americano, foi irônico quanto à renovação do piloto francês na coletiva de quinta-feira. A decisão, que ao que tudo indica, é uma espécie de "voto de confiança" e retribuição pelos serviços prestados é no mínimo questionável. Resta saber se Romain conseguirá se reerguer ante todas as críticas e recuperar seu rendimento para 2020. O que, convenhamos, é (muito) difícil de se imaginar...

Depois de mais algumas voltas de ação e outro safety car, causado por um problema no motor da Racing Point de Sergio Pérez, o terceiro e último carro de segurança da noite evidenciou outro ponto que precisa ser destacado: a ânsia exagerada de Daniil Kvyat.
Mesmo levando a Toro Rosso à um inacreditável pódio em Hockenheim, o russo demonstrou em algumas oportunidades nesse ano um certo nível de imaturidade dentro do carro, e isso fica evidente na quantia de acidentes nos quais Daniil se envolve. Kvyat é sim muito rápido, mas apenas não é merecedor de estar em uma equipe de ponta. Na luta por vitórias, pilota-se o tempo todo no limite, com uma margem mínima para qualquer tipo de erro. E em situações como a de hoje é que vemos o porquê de Kvyat ter sido preterido por Albon na disputa pelo assento da Red Bull. uma manobra afoita sobre Räikkönen aniquilou as chances de pontos do piloto da STR, causando ainda o abandono do Iceman. Ainda acredito que Gasly deveria ter permanecido como companheiro de Max, mas se Marko queria uma mudança, a escolha certa sempre foi Albon.

Foto: Motorsport.com
Sem grandes alterações no pelotão de frente da prova, hora de dar aquela moralzinha para quem mais se destacou no meio do grid. E nesse fim de semana, todos os quatro carros que pontuaram tem ao menos uma lembrança positiva. Começando com Lando Norris, em outra corrida sólida da McLaren, termina como melhor do resto, tirando o máximo que pode de seu carro. Gasly na oitava posição talvz seja o grande vencedor: depois de ir do céu ao inferno na Red Bull, volta à marcar pontos pela Toro Rosso e segue recuperando sua confiança na pilotagem. Hülkenberg, mesmo depois do enrosco na primeira volta, remou para um bom nono lugar, enquanto Giovinazzi chegou a liderar a prova e tornou a marcar pontos, dessa vez pela segunda corrida consecutiva! Só sorrisos na parte mais simpática do grid.

E lá na frente, Hamilton até ensaiou um ataque pelo pódio em Verstappen no fim da prova, mas sem conseguir nenhuma manobra de fato. Leclerc se aproximou, mas nunca colocou em risco a vitória de Sebastian Vettel, 53a na carreira do alemão e a sua primeira nas últimas 22 corridas! Mesmo com pontos a melhorar, a vitória de Sebastian tira um certo peso das costas do alemão. Finalmente, Seb derrota o companheiro novato, recuperando parte de sua confiança que ficou pelo caminho.

Quanto à Leclerc, o monegasco mostrou-se muito irritado com as decisões que a equipe italiana tomou, chamando-o para os boxes mais tarde do que o companheiro de time e ocasionando a ultrapassagem. Já dentro do carro, Charles mostrava-se indignado, e mesmo após o fim da corrida parecia insatisfeito com seu resultado particular.
A atitude do piloto da Ferrari #16 é sim errada, mas acredito que não é motivo pra críticas exageradas. Charles ainda vivencia toda essa atmosfera de maneira muito inexperiente, aprendendo a lidar com as situações e até mesmo com seus sentimentos corrida a corrida. O próprio Vettel, que passou por um processo de amadurecimento muito grande, sabe bem do que se trata essa fase, e certamente entenderá o lado do jovem pupilo. Não há necessidade de forçar uma inimizade entre os dois ou de criar polêmica em cima do caso. Foi uma atitude errada e desnecessária de Leclerc, mas que tem totais e absolutas condições de ser resolvida sem causar nenhum tipo de problema.

Confira a classificação do GP de Cingapura:

Resultado final do GP de Singapura — Foto: Reprodução/FOM

Por hoje é só pessoal! Voltamos daqui a uma semana com o GP da Rússia. Abraços e até mais!



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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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