Olá fãs da velocidade! Estamos de volta nesse domingo para comentar mais uma grande corrida de F1, desta vez no circuito de Hungaroring, na Hungria. Depois de uma pole muito especial no sábado, Max Verstappen era o centro das atenções no domingo, e fazia uma corrida sem erros rumando para o segundo triunfo consecutivo. O holandês só não contava com a estratégia matadora da Mercedes, que aliada a um ritmo alucinante de Lewis Hamilton, deu ao inglês a oportunidade de mais uma vitória na temporada, sua oitava nas doze corridas desse ano! Quem completou o pódio foi Sebastian Vettel, que também fez uma prova muito decente, ultrapassando seu companheiro Charles Leclerc nas voltas finais e assumindo o terceiro posto. Confira conosco o que de melhor aconteceu a partir de agora.

Foto: Reuters


Saindo da pole e tendo largadas constantemente ruins, Max Verstappen era quem tinha os holofotes para a partida do GP. Com um ritmo forte todo o final de semana, o holandês roubou a pole de Valtteri Bottas por apenas um centésimo de segundo, deixando Lewis Hamilton mais de 2 décimos para trás. Depois de falhar na Alemanha, o time Mercedes chegava na Hungria sedento por uma recuperação, e o bom desempenho de Bottas o credenciava como ameaça para a corrida. Máxima que caiu por terra já nas primeiras curvas.

Max partiu bem ao apagar das luzes e imediatamente tomou o lado de dentro na curva 1, evitando que alguém tentasse alguma manobra naquela posição. Hamilton também tracionou bem, e conseguiu colocar de lado com o companheiro. Bottas contornou a curva 1 à frente apesar de fritar os pneus, mas Lewis mergulhou na curva 2, e por fora, tomou a posição, assumindo o segundo lugar. Bottas entrou lento na reta oposta e teve que se preocupar com Leclerc. O monegasco da Ferrari conseguiu colocar de lado e efetuar a manobra, mas ao retomar o traçado para a tangência da curva, acabou tocando no bico da Mercedes #77, o que ocasionou a perda de peças importantes para o funcionamento aerodinâmico do carro do finlandês. Sem rendimento, Bottas parou ainda nas primeiras voltas do GP, tendo que trocar o bico e retornando nas últimas posições.

Lá na frente, a corrida ia se desenhando. Verstappen e Hamilton seguiam em ritmos parecidos na ponta da prova, enquanto a Ferrari ia ficando para trás. Tanto Vettel quanto Leclerc não conseguiam acompanhar o rendimento dos adversários e acabaram numa briga paralela pelo último lugar no pódio, deixando evidente que o carro da equipe italiana não funciona em pistas de média/baixa velocidade. Com um problema grave em relação ao aquecimento de pneus, tanto Charles quanto Seb não conseguem a temperatura ideal em seus compostos, coisa que Red Bull e Mercedes fazem com maestria, construindo assim certa vantagem sobre a escuderia italiana.
As próximas duas corridas favorecem o time vermelho, é fato. Spa e Monza são pistas de alta, e devem proporcionar as primeiras vitórias da Ferrari na temporada, mas o temporal que a Scuderia vem tomando nas últimas etapas é bem grave, especialmente se analisarmos a expectativa depositada em cima da equipe desde os primeiros testes na pré-temporada. Houveram erros importantes no planejamento da equipe, e eles precisam ser trabalhados e corrigidos já pensando em 2020, porque apesar de bons resultados no horizonte, lutar pelo título já é passado em Maranello.

Foto: Motorsport.com
Já alcançando a altura de 20 voltas, os pneus médios de Max Verstappen começavam a sofrer com o desgaste, fazendo o holandês perder rendimento e permitir a aproximação de Lewis Hamilton. O conjunto carro-piloto da Mercedes #44 parecia ser mais gentil com os pneus, tudo isso sem perder o rendimento em pista, colocando Hamilton em condições reais de lutar pela vitória. Verstappen parou cedo, colocando um jogo de pneus duros e buscando frear o avanço de Hamilton. Mesmo perdendo a vantagem lentamente, Lewis optou por ficar mais tempo na pista, sabendo que teria pneus melhores nas voltas finais e poderia se valer desta vantagem.

Mais atrás, a principal candidata a decepção da temporada despontava novamente. Com uma exibição horrível no sábado, com direito a Ricciardo eliminado no Q1, a Renault não conseguiu em nenhum momento se intrometer na luta por pontos, e se limitou à brigas sem muita com Toro Rosso e Racing Point. Se analisarmos o time francês à fundo, os níveis de desempenho que a Renault vem tendo são inaceitáveis! Com os maiores investimentos do meio do pelotão e uma dupla de pilotos que notoriamente é muito talentosa, ficar tão longe da McLaren e, como no caso de hoje, sequer entrar no top-10, é uma humilhação! O trabalho de Cyril Abiteboul há muito vem sendo questionado, e não é por menos. Com os mesmos motores, a McLaren vai muito mais longe e consegue resultados cada vez mais consistentes. Sem dúvida, o time francês precisa de mudanças no corpo técnico urgentemente, afinal já está mais do que claro que os caminhos que estão sendo trilhados estão longe de corretos...

Hamilton entrou na volta 32, e com pneus mais novos tinha tudo pra se aproximar de Verstappen. Só não imaginávamos que seria tão rápido! Com um rendimento absurdamente forte, Lewis chegou em questão de poucas voltas, e não deu tempo para Max respirar, partindo pra cima na primeira oportunidade. Chegando com mais ação na curva 1, Hamilton colocou de lado, mas não conseguiu completar a manobra. Verstappen escolheu um traçado mais aberto na curva 2, evitando que Hamilron colocasse por fora para tentar manobra, mas com isso, saiu mais lento para a reta oposta, permitindo que Lewis atacasse. Hamilton chegou a estar à frente, mas uma escapada na curva 4 o impediu de completar a manobra, fazendo com que Max conservasse a liderança. Uma linda batalha entre dois grandes pilotos, que ilustra bastante a fase que vive o conjunto Honda-Red Bull-Verstappen. Com Max guiando o seu melhor até agora, um motor que atingiu a tão sonhada confiabilidade e com um nível decente de potência, a equipe austríaca tem as armas necessárias para pelo menos fazer frente aos líderes do campeonato, voltando a assumir uma posição de destaque na categoria. Só sorrisos nos boxes da Red Bull, que devolve a honra ao nome Honda.

Foto: Motorsport.com
Depois de passar algumas voltas resfriando o motor e freios, Hamilton tornou a baixar a diferença e encostar na traseira de Verstappen. A manobra era porém muito difícil, devido as características da pista e também da guiada de Max. Foi aí que o time alemão nos provou, mais uma vez, o porquê caminha para o sexto título seguido, construindo uma das maiores hegemonias da histórias da categoria. Depois de um final de semana onde tudo deu errado, que poderia desandar um campeonato até então dominado pelas flechas de prata, o time decide arriscar de novo, e dessa vez na mosca. Com 20 voltas para o final, Lewis entra e troca para um novo jogo de pneus médios, retornando a pista imediatamente muito mais rápido que Max. A tentativa deixa a Red Bull estática, já que um pit stop para cobrir a Mercedes não seria possível devido à diferença brutal dos pneus. Era agora uma questão de tempo até que Lewis diminuísse a diferença e chegasse em Max.

Com menos de 20 voltas para o final, Hamilton estava com um cenário favorável, mas claro, deveria manter um ritmo forte, sem cometer nenhum grande erro. E nesse tipo de missão, Lewis é fantástico! Uma sequência de três voltas mais rápidas seguidas deixou claro que Hamilton estava muito confortável naquela posição. Mesmo com Max dando tudo o que podia, conseguindo até mesmo manter a diferença por um par de voltas e evitar a aproximação precoce do adversário, a Mercedes #44 tornou a apertar o ritmo, baixando da casa de 10 segundos e então iniciando uma contagem regressiva para a ultrapassagem.

Com pneus cada vez mais gastos, Verstappen não conseguiu voltar a apertar, e se tornou presa fácil para Lewis. Uma manobra certeira na curva 1, a quatro voltas do fim, selou a vitória de um conjunto, que depois de cair na última corrida, voltou à sua normalidade: a perfeição! Estratégia vencedora, piloto preciso e rápido, e um carro que performa como nunca. O casamento Hamilton-Mercedes é um dos mais frutíferos da história desse esporte, e a nós só nos resta admirar a maneira como esse conjunto arrebatador domina a concorrência. Com a vitória dessa final de semana, a Mercedes restabeleceu a ordem na casa, e provou contra uma Red Bull forte e um Max impecável que ainda assim é a soberana na Fórmula 1.

Foto: Motorsport.com
Um pouco mais atrás, merecem destaque as grandes corridas de Sebastian Vettel e especialmente de Carlos Sainz. O alemão teve um primeiro stint muito longo com sua Ferrari #5, mas apostou numa estratégia diferente, colocando os pneus macios, notoriamente melhores no carro italiano, para a segunda metade da corrida. Seb conseguiu cuidar bem dos compostos, diminuindo a diferença gradativamente e chegando com os pneus inteiros para tentar a manobra na última volta. Muito superior, bastou colocar o carro por dentro na curva 1 para assumir a terceira posição e garantir um lugar no pódio. Mais uma corrida consistente de Seb, que precisava de exibições assim para recuperar a confiança e o amor pela Fórmula 1. Já muito longe de Hamilton e da Mercedes, não é hora de pensar em título, mas sim fazer um planejamento corrida a corrida. Os bons resultados recentes tendem a empurrar Vettel para uma maré mais generosa, o que aliado ao favoritismo da Ferrari nas pistas com grandes retas como Monza e Spa, o colocam como uma aposta interessante para as próximas corridas.

Já na McLaren, o trabalho que Carlos Sainz vem fazendo é realmente muito, mas muito elogiável. Largou bem, manteve um ritmo melhor que o companheiro durante a prova, conseguiu uma vantagem interessante sobre os carros equivalentes e no final ainda coroou o domingo segurando Pierre Gasy, de Red Bull, para fechar numa excelente quinta posição! Essa temporada vem sendo a melhor do espanhol em toda a sua carreira, e importantíssima para reafirmar a McLaren como um nome de respeito no grid. Com uma notável velocidade e ritmo de corrida ainda mais forte, o perfil de Sainz parece ser o ideal para liderar a equipe rumo ao protagonismo novamente, e o caminho para isso já vem sendo trilhado! Para colher os resultados, basta apenas seguir na direção certa e não cometer loucuras, o que parece justamente a intenção do time britânico, que já renovou com sua dupla de pilotos. Horizonte promissor à vista para a equipe de Woking.

Para encerrar, vale a pena mencionar as péssimas exibições de Valtteri Bottas e Pierre Gasly. Mesmo depois do acidente na primeira volta, Bottas sofreu para passar os carros do meio do pelotão, não conseguiu controlar o desgaste de pneus e acabou numa nada confortável oitava posição. A sequência sem vitórias já incomoda e muito o piloto finlandês, e a essa altura, é justo afirmar que Bottas pode sair à entrega de currículos para 2020. Esteban Ocon traz um potencial muito maior consigo, e especialmente, a sondagem de outras equipes do grid deve fazer a Mercedes optar pelo francês para a próxima temporada. Valtteri tampouco é um piloto incompetente e merece ser quicado da Fórmula 1; ele tem vaga em outras equipes, a questão é se ele consegue se encaixar em uma delas.

Quem sabe, o finlandês pode parar na Red Bull! Isso porque o desempenho de Pierre Gasly não melhorou como deveria, muito pelo contrário! Mesmo sem nenhum intercorrência ou condição adversa, Gasly não conseguiu superar todos os carros do meio do pelotão, terminando a corrida no sexto lugar, atrás de Carlos Sainz. Ainda acredito que o francês fica até o final de 2019, mas com esse tipo de exibição não faz sentido que o time o mantenha para 2020, o que abriria uma vaga interessante numa equipe em crescimento. Bottas não é brilhante como Verstappen, e evitaria um choque entre companheiros, algo que as equipes sempre querem evitar. Veremos como o mercado se desenha...

No final, bandeirada para Hamilton, seguido de Verstappen e Vettel. Com a vitória, Hamilton chega a impressionante marca de 8 triunfos em 12 corridas disputadas no ano! Agora a apenas 10 da marca histórica de Schumi, Hamilton caminha para eternizar seu nome no hall sagrado dos pilotos da Fórmula 1!
O inglês segue líder do campeonato de forma incontestável! Com 250 pontos, Hamilton abre 62 pontos de vantagem para Bottas, segundo colocado com 188. Na terceira posição parece Max Verstappen, colado no finlandês com 181 pontos ganhos. Vettel aparece em quarto com 156 e Leclerc em quinto, com 132. Vale destacar também o grande desempenho de Sainz, que vai para as férias de verão apenas 5 pontos atrás de Gasly (63 a 58 para o francês).
Nos construtores, mais do mesmo. Mercedes segue absoluta com 438 pontos contra 288 da Ferrari. Em terceiro aparece a Red Bull, com 244. Na briga pelo melhor do resto, a McLaren já encaminha sua "vitória": 83 pontos ganhos contra 43 da Toro Rosso e 39 da Renault, uma vantagem inalcançável dado o desempenho dos times em pista.

Confira a classificação do GP da Hungria: 

Resultado do GP da Hungria de Fórmula 1 — Foto: Reprodução/FOM
Foto: Reprodução/FOM

Por hoje é só pessoal! Gostaria de agradecer a companhia de vocês nessa primeira metade da temporada, retornaremos daqui a um mês para cobrir o GP da Bélgica. Grande abraço e até lá!






Se inscreva em nosso canal no Youtube: TV Jovens Cronistas e acompanhe a volta de nossos programas esportivos. 


 Curta nossa página no Facebook: Jovens Cronistas!, siga-nos no Insta: @jcronistas 


Compartilhe:

Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

Deixe seu comentário:

0 comments so far,add yours