Olá fãs da velocidade! Voltamos nesse domingo para comentar sobre o final de semana mais animado de todo o ano! Tradicionalmente, o último domingo de maio nos reserva as duas provas mais importantes do automobilismo mundial atualmente, sendo elas o GP de Mônaco na Fórmula 1 e as 500 milhas de Indianápolis pela Fórmula Indy. Em uma corrida de muita tensão, porém pouca ação na pista (como já é característico e esperado), Lewis Hamilton faturou o terceiro GP de Mônaco de sua carreira, aumentando ainda mais  vantagem na liderança do mundial de pilotos deste ano. A novidade ficou por conta da Ferrari, com Sebastian Vettel terminando em segundo e interrompendo a sequência de dobradinhas do time alemão. Já nos Estados Unidos, Simon Pagenaud mostrou-se imbatível na primeira metade de prova, e nem a forte oposição de Alexander Rossi nas voltas finais foi capaz de evitar o triunfo do francês. Momento histórico para a Indy 500, que não via um vencedor da França desde Gaston Chevrolet, no distante ano de 1920! Confira agora um resumo do que de melhor aconteceu nesse domingo recheado de velocidade!


O dia começou com a largada do GP de Mônaco já na parte da manhã. Depois de uma volta espetacular na classificação de sábado, Lewis Hamilton largava da posição de honra, seguido por seu companheiro de equipe Valtteri Bottas, que ficou a menos de um décimo da pole. Na terceira posição, Max Verstappen aparecia como o principal adversário das Mercedes na prova. Se valendo de um carro tradicionalmente rápido em pistas de baixa velocidade, o holandês tinha apenas um grande empecilho para o domingo: a posição de pista. Dessa forma, a largada e as paradas nos boxes seriam cruciais para que os pilotos pudessem ganhar posições e modificar a ordem natural da prova.

Porém, nada de especial aconteceu na partida do GP. Verstappen até tentou forçar por dentro, mas Bottas tracionou bem na saída da curva 1 e manteve o segundo lugar. O meio do pelotão passou ileso a primeira volta inteira, a exceção foi o toque de Raikkönen em uma das Racing Point na Loews. Destaque também para as boas largadas de Sainz e Ricciardo, com o australiano passando Magnussen para assumir a quinta posição da prova.

As expectativas estavam agora voltadas para Charles Leclerc. O jovem piloto da Ferrari corria em casa, e teve um início de fim de semana pra lá de desapontante. Um erro de cálculo do time italiano deixou Leclerc de fora da classificação já no Q1, o que somado as características travadas do circuito colocava Charles numa posição dificílima para o domingo. Largando de décimo quinto no grid, Leclerc precisava fazer milagre no domingo para sair com algo para comemorar. E não fez.
O monegasco até conseguiu algumas ultrapassagens no início da prova, mas uma manobra ansiosa sobre Nico Hülkenberg na volta 10 resultou no toque entre os pilotos. Pior para Charles, que teve um pneu furado e precisou fazer uma volta inteira para retornar aos pits, perdendo todo o tempo já conquistado e decidindo por abandonar a prova alguns giros depois.
Leclerc já cometeu erros graves nessa temporada e que lhe custaram duas possibilidades de pole position (GPs de Baku e Espanha respectivamente). Porém, o culpar sem dó por esse acidente em Mônaco é um tanto imediatista demais. Leclerc estava numa péssima posição, e precisava arriscar para sair do GP com pontos no bolso, caso contrário, permaneceria fora da zona de pontuação, a não ser que outro incidente viesse a acontecer.
Podemos questionar o momento em que Charles efetuou a tentativa, que como pudemos ver pelo resultado, se mostrou errado. Mas execrá-lo por tentar corrigir a trapalhada da equipe seria até injusto. Não se podem exigir corridas geniais. Leclerc vai ter tempo pra respirar e digerir esse fim de semana, pois seu maior vilão dessa vez foi a própria Scuderia.

O incidente de Leclerc causou outro acontecimento que interferiu em todo o andamento da prova: o único safety-car desse GP. Sabendo que o desgaste de pneus não é um problema em Mônaco, as equipes não hesitaram em chamar seus pilotos para os boxes, e os quatro concorrentes a vitória entraram na mesma volta. Tendo seus dois carros ainda na briga, a Mercedes tentou repetir o que realizou no GP da China deste ano, parando Hamilton e Bottas na mesma volta. Mas, dessa vez, não obteve o mesmo sucesso. A parada de Hamilton funcionou bem, já que o inglês tinha uma boa vantagem para os seus adversários. Porém Bottas estava quase que segurando Verstappen e Vettel, e
precisava de um pit-stop sem qualquer milésimo perdido. Com a equipe mais concentrada, a Red Bull trabalhou melhor e liberou Max ligeiramente à frente de Bottas. Ambos se tocaram ainda no pit-lane, porém Max voltou a pista na frente. O lance ocasionou um furo no pneu de Bottas, que precisou retornar aos boxes na volta seguinte, perdendo o terceiro lugar para Vettel. Os comissários analisaram a situação e decidiram punir Verstappen com o acréscimos de 5 segundos ao seu tempo total de prova.
Analisando a situação pela ótica da Red Bull, é justo dizer que o time não prejudicou Verstappen em nenhum momento, muito pelo contrário! Como percebemos no decorrer da corrida, a ultrapassagem entre os carros de ponta se mostrou praticamente impossível, ou seja, se a Red Bull tivesse obedecido as orientações da FIA e esperado os demais carros saírem do pit-lane para liberar Max, ele perderia as posições de Bottas e Vettel da mesma maneira, retornando no quarto lugar e lá ficando o resto da prova. O time austríaco tentou dar o pulo do gato fazendo um manobra arriscada, porém não obteve sucesso, nada mais do que isso.
Acredito que a punição foi mesmo acertada, especialmente por conta do pneu furado que Bottas teve após o toque. Além da infração do regulamento, que realmente aconteceu, o time austríaco prejudicou inteiramente a corrida de Valtteri, portanto decisão acertada dos comissários.

Após um curto período de safety-car, tivemos a relargada e a volta à ação nas ruas de Mônaco. Com pneus mais macios, a tendência era que Lewis Hamilton conseguisse abrir uma certa vantagem de Max Verstappen, para poder respirar na prova. Bem, foi exatamente o oposto que aconteceu!

Como o inglês não poderia ir pros pits mais uma vez, já que estaria fadado a terminar a prova atrás dos adversários, acabou tendo que iniciar um trabalho de economia dos pneus já nas primeiras voltas do seu stint! Sem ter essa necessidade, Max Verstappen seguiu por várias voltas colado na traseira de Hamilton, procurando um improvável espaço para a manobra, mas especialmente tentando forçar o erro do piloto inglês.

É aí que está o ponto alto de Hamilton neste domingo. O inglês fez as mais de 60 voltas necessárias com maestria, sem fritar os pneus ou errar o ponto de freada por nenhum momento sequer. Essa tocada certeira aniquilou qualquer chance que Verstappen teria de assumir a ponta, levando Lewis para mais uma vitória em 2019! Graças a punição de Max Verstappen, Sebastian Vettel herdou a segunda posição do holandês, conseguindo um improvável segundo lugar (melhor resultado dos italianos até aqui), com Bottas fechando o pódio.

Antes de terminarmos, vale a pena deixar dois últimos destaques: a boa atuação de Carlos Sainz, que mais uma vez terminou como "melhor do resto", mostrando que tem potencial para entregar bons resultados quando o carro ajuda, além da excelente exibição de ambas as Toro Rosso! Com um acerto muito bom para o circuito monegasco, tanto Kvyat quanto Albon marcaram pontos na prova e estiveram na mesma toada de Sainz, novamente mostrando o quão equilibrado está o meio do pelotão nessa temporada.
Vale a pena também abrir o olho com o departamento de estratégias da Mercedes, que deixou Hamilton na mão nesse GP. Nào fossem as circunstâncias da pista, a vitória teria ido pelo ralo. Erros desse tipo podem ser fatais nos próximos finais de semana.

Com a vitória, Lewis Hamilton lidera o campeonato mundial com 17 pontos de vantagem (137 a 120) sobre o companheiro de equipe Valtteri Bottas. O segundo lugar levou Sebastian Vettel a assumir a terceira posição, agora com 82 pontos ganhos contra 78 do holandês Max Verstappen.
Nos construtores, a lavada da Mercedes já passa de 100 pontos! Agora, os alemães tem 257 contra 139 pontos da Scuderia Ferrari. Destaque para a Red Bull, que já se aproxima do time italiano, comando um total de 110 pontos.

Confira a classificação do GP de Mônaco

Resultado final - GP de Mônaco — Foto: Reprodução/Twitter

Indy 500: o espetáculo das corridas nos ovais!

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Já na tarde do domingo, a corrida que tomou os olhos do mundo foi em Indianapolis, nos Estados Unidos. As tradicionais 500 milhas locais tiveram sua edição de número 103 num dia de clima ameno, até com certa ameaça de chuva.
A grande estrela do espetáculo e que trouxe consigo uma legião de fãs europeus, Fernando Alonso teve que assistir a prova pela televisão! O espanhol até tentou se classificar para a prova, mas não conseguiu passar pelo Bump Day, sendo eliminado pelo recém formado time da Juncos, com o estreante Kyle Kaiser no volante. Vexame histórico para o espanhol e também para os investimentos milionários do time McLaren, que depositava certas esperanças em progredir na categoria norte-americana. Pois é, quem considerava a categoria como "amadora" vai precisar rever seu conceitos, e depressa...

Falando sobre a corrida desse final de semana, a primeira metade de prova foi um passeio de um homem só: Simon Pagenaud. O francês da Penske colocou o carro na pole position e não quis saber nem de economizar combustível! Agressivo desde o começo, forçou o tempo todo e se manteve na liderança praticamente durante toda a prova, perdendo a ponta apenas nas rodas de pit. O sempre rápido em Indianapolis Ed Carpenter e o companheiro de equipe Josef Newgarden ameaçavam a liderança de Pagenaud naquele momento, assim como Scott Dixon, um mestre das estratégias, que sempre pintava na ponta durante as paradas.

Já na segunda metade de prova, a corrida ficou marcada por muitos incidentes, mas esses não em pista e sim nos boxes! Helio Castroneves acertou a traseira de James Davison, fazendo o britânico rodar e por pouco não atirando um pneu nos mecânicos. Will Power perdeu o ponto de freada e acertou um integrante de sua equipe, enquanto Marcus Ericsson foi surpreendido pela ineficiência dos freios do seu bólido e acabou rodando na entrada dos boxes! Alexander Rossi também chegou a ter problema nas paradas, perdendo muito tempo graças a uma mangueira de combustível mal encaixada pela equipe Andretti.

Se a ausência de bandeiras amarelas estava sendo sentida, Sébastien Bourdais e Graham Rahal resolveram nos brindar com um Gran Finale! Os dois pilotos faziam uma boa prova, estando dentro do top 10 com pouco mais de 20 voltas para o fim, quando Graham resolveu colocar por dentro na curva 3. Bourdais, provavelmente mal orientado por seu spotter, não deixou espaço suficiente e o toque acabou acontecendo. Vários carros que vinham atrás acabaram sendo atingidos, ocasionando até mesmo uma bandeira vermelha. Além de Bourdais e Rahal, Felix Rosenqvist e Zach Veach tiveram que abandonar a prova após o incidente.

Depois de alguns minutos de corrida interrompida, a bandeira verde voltou a tremular e a ação estava de volta no IMS! Alexander Rossi era o líder momentâneo, mas Simon Pagenaud vinha babando na segunda posição e não queria deixar a vitória escapar. Em um par de voltas, o francês fez a manobra que o recolocou na primeira posição, mas ainda haviam em terno de 10 giros pelo oval. Rossi foi cerebral, esperou o momento certo, e já entrando na volta 197 conseguiu a posição ideal para colocar de lado e assumir a liderança da prova!


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Foto: USA Today
Parecia que tudo estava definido em favor do americano, mas os finais de corrida nos ovais são realmente uma preciosidade! Apenas uma volta depois, Pagenaud saiu melhor da curva 2, aproveitou o vácuo da reta oposta e reassumiu a ponta, dessa vez em definitivo! Vitória categórica do francês, que fica agora marcado na história do automobilismo. Depois de quase 100 anos, o país europeu volta a vencer em Indianapolis, e justo pelas mãos de Pagenaud, duramente criticado nos últimos meses por conta de exibições ruins no volante da Penske. Uma vitória em Indy costuma ter o poder de mudar tudo, e certamente, as costas de Simon estão bem mais leves após as 200 voltas desse domingo.

Confira a classificação das 500 milhas de Indianapolis:

Foto: ESPN
Por hoje é só pessoal! Espero que tenham gostado desse super-texto trazendo as duas grandes corridas deste domingo! Eu volto daqui a duas semanas para comentar o GP do Canadá de Fórmula 1. Abraços e até lá!!


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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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