Olá fãs de velocidade! Voltamos nesse domingo para comentar o GP do México, prova que reservou muitas surpresas durante seu curso, mas sacramentou a maior das certezas nesse fim de temporada: Lewis Hamilton finalmente é pentacampeão do mundo! Numa exibição onde o carro da Mercedes esteve muito aquém de lutar pela vitória, Lewis fez o básico, completando a corrida com tranquilidade e garantindo mais uma conquista. Destaque também para (mais uma) grande exibição de Max Verstappen, que se valeu do melhor equipamento no fim de semana para controlar o GP como ninguém, abocanhando a quinta vitória de sua carreira. Acompanhe conosco o que de melhor aconteceu no GP mexicano:

Foto: Getty Images

A tensão para a largada era das grandes, afinal muito se esperava de Max Verstappen, que liderara todas as sessões na sexta e no sábado, mas acabou por perder a pole no último suspiro para Daniel Ricciardo. O australiano por sua vez, buscava retomar o andamento após uma sequência de infortúnios e resultados decepcionantes na segunda metade da temporada. Logo atrás, Lewis Hamilton e Sebastian Vettel protagonizavam o que aparentava ser o capítulo final da decisão do mundial de 2018, com Hamilton precisando de um simples sétimo lugar para selar a quinta conquista de sua carreira. Era hora de ação no Circuito Hermanos Rodríguez!

Quando as luzes se apagaram, Ricciardo partiu mal da posição de honra, dando a Verstappen e Hamilton a chance de assumir as primeiras posições! Mesmo com um motor inferior, Max manteve-se por dentro até a chegada da curva 1 e aproveitou para mergulhar. Hamilton recolheu e se contentou com a segunda posição, enquanto Verstappen disparava na liderança. Ricciardo manteve o terceiro posto, enquanto Vettel e Bottas se tocaram na disputa pelo quarto lugar, com o alemão levando a melhor. Cabe destacar ainda a excelente partida de Sainz, que chegou a ultrapassar até mesmo Kimi Räikkönen, assumindo momentaneamente o sexto lugar.

O primeiro stint foi rápido, mas nos deu a tônica do restante da prova de maneira geral. Enquanto Max Verstappen abria cada vez mais na ponta, Lewis Hamilton enfrentava problemas com seus pneus ultramacios, sendo pressionado de perto Daniel Ricciardo. Tradicionalmente, a equipe alemã não costuma cuidar bem dos pneus, o que aliado ao clima quente da cidade do México dava a entender que o domingo seria longo para ambos os pilotos das flechas de prata.

Mais atrás, Vettel parecia confortável com seu jogo de ultramacios, mantendo um ritmo constante e próximo ao dos ponteiros. Isso só mostra que a versão antiga do carro da Ferrari, sem as atualizações removidas no último fim de semana, se torna ainda mais competitivo e, discutivelmente, melhor do que a própria Mercedes! Esses fatos só tornam a derrota do time italiano ainda mais difícil de ser digerida...

Com pouco mais de 10 voltas, Hamilton e Bottas já entraram para os boxes, mudando para os pneus supermacios, os macios duros do fim de semana. Mesmo com um carro bem acertado, a Red Bull preferiu chamar Daniel Ricciardo logo na volta seguinte, evitando que o australiano perdesse muito terreno para Hamilton. Max entrou poucas voltas depois, enquanto Vettel e Räikkönen seguiram na pista, subindo para a dianteira da prova. O finlandês até tentou segurar Verstappen, mas o holandês estava mesmo inspirado, saiu colado na curva da vitória e completou a ultrapassagem facilmente na reta principal, já partindo pra cima de Vettel e buscando retomar a primeira posição. Pouco depois, foi a vez de Hamilton e Ricciardo passarem por Kimi, e imediatamente diminuírem o gap para Seb. Nesse momento, a possibilidade de uma única parada deixava de ser vantajosa para o time italiano, que chamou Vettel já quase na volta 20. Apesar da frustração, o fato de ter pneus mais jovens e o bom rendimento diagnosticado em pista davam um horizonte promissor para a equipe vermelha, numa corrida que ainda tinha muito para reservar!

Com pneus supermacios que não rendiam e já muito desgastados, Hamilton se via agora muito atrás de Verstappen, tendo inclusive o segundo lugar em risco! Ricciardo e Vettel vinham bem mais rápido logo atrás, e as ultrapassagens pareciam questão de tempo. No terceiro lugar, o australiano acabou perdendo rendimento após enfrentar o tráfego de alguns retardatários, e viu Sebastian Vettel ultrapassá-lo poucas voltas depois. Importante destacar a dificuldade de Ricciardo nesse GP, um grande contraste com Verstappen, que foi sempre absoluto.

Em situações completamente distintas em relação aos pneus, Hamilton e Vettel se encontraram na luta pelo segundo lugar. Os compostos de Lewis estavam tão desgastados a ponto de o britânico sequer brigar pela posição, deixando Vettel com caminho livre para buscar Verstappen. Ricciardo tardou um pouco à chegar em Lewis, mas quando o fez forçou o britânico a ir além do limite, travando na curva 1 e indo parar na grama, e logo depois, forçado a uma nova troca de pneus. O mesmo aconteceu a Bottas, que também precisou se defender (nesse caso, de Räikkönen), travou a roda dianteira direita e precisou do segundo pit.

Com a Mercedes fora de combate, uma luta interessante começava a se desenhar. Vettel buscava colocar um pouco de pressão em Max, forçando o holandês a virar mais rápido e desgastar seus pneus. Porém, a situação nunca saiu do controle de Verstappen. Com um carro muito equilibrado e uma atuação irretocável, os pneus sempre estiveram em excelentes condições, e quem precisou parar mais cedo foi o próprio Vettel, que voltou logo atrás de Ricciardo.

Com grande vantagem, Verstappen também fez seu segundo pit, apenas para garantir que iria até o final sem maiores problemas. Com os compostos ainda em bom estado, a Red Bull viu a oportunidade de conseguir uma dobradinha mantendo Ricciardo em pista, e o australiano vinha desempenhando um excelente papel, até mais uma vez ser deixado na mão pelo equipamento. Outra falha de motor, que o tirou de um pódio quase certo e colabora para um fim de carreira bem melancólico no time austríaco. Sobre a questão dos motores: já abordamos a decepção que se tornou a parceria Red Bull-Renault, tampouco a Honda é uma aposta segura, porém é a única alternativa que o time tem para curto prazo! Veremos se, com um investimento ainda maior que na McLaren e sem a pressão desnecessária de Alonso os japoneses conseguem devolver o protagonismo para o time dos energéticos.

Com pouco tempo de prova, nada mais mudou! Vitória categórica de Max Verstappen, que segue aumentando seu moral para 2019. Vettel e Räikkönen, o último com uma estratégia de apenas uma parada, completaram o pódio com Hamilton e Bottas em quarto e quinto. Destaque também para a sólida exibição de Hülkenberg, o melhor do resto com folgas, e as boas posições de Leclerc e Ericsson, levando pontos que tiraram a Sauber da penúltima posição nos construtores.


Confira como ficou a classificação do GP do México
Corrida - GP do México — Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

Hamilton campeão! Mérito do inglês ou título jogado fora? 

À parte das 71 voltas de hoje, temos o grande momento do fim de semana, o título de Lewis Hamilton! A quinta conquista do inglês veio através de uma segunda metade arrebatadora, com seis vitórias em sete corridas! O mérito de Hamilton é inquestionável, mas alguns detalhes precisam ser citados, e não podemos negar que Vettel e a Ferrari desperdiçaram uma grande chance em 2018.

Os erros de Vettel estão na cabeça do fã de velocidade: Baku, Hockenheim, Monza, Suzuka e Austin. Os incidentes nessas cinco provas custaram pelo menos 50 pontos ao piloto alemão, o que certamente manteria viva a luta pelo título nessa altura do campeonato. Em todas essas ocasiões, Vettel foi o único culpado. Mas, a equipe Ferrari também deixou a desejar com o piloto alemão.
Lewis Hamilton é campeão mundial de F1 pela quinta vez após 4º lugar no GP do México

A questão da volta da pole em Monza pode até causar discussão se a ordem em que os pilotos foram lançados na pista teve ou não influência na classificação, mas não há como defender as atualizações implantadas pela Ferrari a partir de Cingapura. Nas três corridas em que as mesmas foram utilizadas, a Mercedes passeou, enquanto nos últimos dois GPs, onde as mesmas foram removidas, o time italiano voltou a ser superior em ritmo de corrida! Quando se fala num esporte de alto nível, três provas para perceber a ineficácia de um pacote é realmente imperdoável para a equipe de Maranello.

E no meio dessa turbulência da Ferrari, Lewis Hamilton fez o que o tornou o grande campeão desse ano: capitalizou! Com o seu equipamento, fez o melhor que poderia fazer, sendo absolutamente preciso. A equipe Mercedes correspondeu, dando-lhe um equipamento confiável para que tudo se tornasse possível. Não há discussões, venceram os melhores!

Por hoje é só pessoal Boa semana e até a próxima!
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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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