Olá fãs da velocidade! Estamos de volta mais uma vez para falar de Fórmula 1, dessa vez do GP de Cingapura, uma corrida que tradicionalmente nos reserva lances interessantes para discussão. E eles vieram, mas não no pelotão de frente da corrida! Com (mais uma) atuação segura e irrepreensível, a dupla Mercedes-Hamilton foi absoluta no domingo, ampliando ainda mais a vantagem no mundial de pilotos. Destaque para Verstappen com uma excelente segunda posição e um meio de grid pra lá de movimentado. Confira conosco como foi o GP de Cingapura de 2018:



Depois de um sábado fantástico aonde conquistou mais uma pole, Hamilton largou bem e manteve a ponta com tranquilidade. Logo atrás, Vettel partiu melhor que Verstappen, mas o holandês jogou duro e manteve a segunda posição na saída da curva 1. Seb seguiu pressionando, e tracionou melhor no saída da curva 4 para tomar o segundo logo no exato momento onde a direção de prova acionou o safety car. Isso devido à um incidente ocorrido na curva 1 entre as Force India de Esteban Ocon e Sergio Perez.

Largando atrás do companheiro, Ocon viu o gap e tentou a ultrapassagem por fora na curva 3. Pérez acabou escorregando um pouco, o suficiente para tocar no francês e jogá-lo contra o muro, encerrando ali mesmo sua participação no GP. Lance polêmico, que sem a câmera onboard do mexicano é um tanto quanto difícil de ser opinado. Porém, o próprio Ocon poderia ter evitado facilmente o incidente, caso não tivesse se arriscado tanto. Entendemos que se trata de um circuito de rua, onde a ultrapassagem é muito complicada, porém assumir riscos tem disso. Esteban ousou e pagou por isso, simples assim.

Após a relargada, aumentou-se a tensão de um possível ataque de Vettel sobre Hamilton. Mas o inglês relargou bem e manteve um ritmo tranquilo até a chegada da primeira da janela de pits. Foi então quando Lewis começou a forçar o ritmo, abrindo mais de quatro segundos para Vettel! A Ferrari viu que não havia condições de lutar de igual pra igual com a flecha prateada, e acabou por chamar Sebastian para os boxes ainda antes da volta 20, fazendo uma inesperada troca para os pneus ultramacios.

Largada do GP de Singapura de 2018 — Foto: Charles Coates/Getty Images
A ideia do time italiano era ganhar tempo e voltar à frente de Lewis, que reagiria à estratégia do adversário e pararia logo em sequência. Porém, a equipe esqueceu de contabilizar a distância para Sérgio Pérez, então sétimo colocado da prova, deixando o alemão preso atrás do mexicano, ue mais uma vez ganhava os holofotes da transmissão. Nessa situação, pode-se notar um certo desespero da Ferrari, que viu-se sob pressão de sair de Cingapura com a vitória. Depois de um sábado decepcionante, o time se viu em apuros ao assistir Hamilton construir uma grande vantagem sobre Vettel, e acabou recorrendo à qualquer estratégia alternativa que se opusesse ao andar natural da corrida, sem sequer medir as consequências da mesma (dificuldade de ultrapassar no circuito e a presença certa de um carro mais lento à sua frente). Esse tipo de atitude não passa segurança nenhuma, e só coloca os italianos numa posição ainda mais incômoda...

E quem se aproveita desse vacilo ferrarista foi Max Verstappen! Na liderança do GP, Max aproveitou para andar rápido e sem tráfego, voltando lado a lado com Vettel após seu pit stop. Com a preferência da curva 3, o holandês fez o que melhor sabe fazer, que é defender o lado de dentro da curva, aproveitando para abocanhar de volta o segundo lugar. Méritos para os engenheiros da Red Bull e a boa condução de Max!

A partir daí, pouco incomodou o sossego de Hamilton na liderança. Com exceção por uma confusão envolvendo Grosjean e Sirotkin, aonde Lewis teve dificuldades para ultrapassar os retardatários e depois excedeu na cautela e quase foi surpreendido por Max, o inglês foi absoluto, controlando o pelotão sempre com uma margem de 4 ou 5 segundos. Há que realmente se tirar o chapéu para o nível de perícia e inteligência que Lewis alcançou em 2018. Aliás, grande parte desse amadurecimento passa pela derrota de Hamilton em 2016 frente o companheiro Nico Rosberg. Desde então, Lewis aliou o seu talento natural com uma tranquilidade dentro e fora das pistas que impressiona!
É muito importante levar isso em consideração ao analisarmos todas as carreiras de modo geral. Falando de Vettel, por exemplo: esse ano é talvez o que mais trará ensinamentos na vida do alemão, como a ideia de como lidar com a pressão, como liderar um time, dentre outros. Ano que vem é a hora em que todo esse conhecimento adquirido será posto à prova, e o mesmo vale para Charles Leclerc, Max Verstappen, todo e qualquer outro piloto do grid. Nessa geração de ódio que observamos nas redes sociais, os comentários são sempre desmerecendo Sebastian e seu desempenho... Importante manter a calma e entender que, mesmo tetracampeão, Vettel ainda precisa ser provado em muitos aspectos, e talvez os erros de hoje sejam apenas dores de crescimento para o futuro.


Resultado de imagem para pérez singapore 2018Sem muito o que notar no alto do grid, olhamos então para o meio fundo, sem esquecer do show de horrores que Sérgio Pérez aprontou após seu primeiro pit. Ok, nós ate entendemos que a estratégia foi errada, mas depois de reclamar com o engenheiro o mexicano se revoltou e tentou induzir Charlie Whiting a punir Sirotkin, reclamando de alguma "manobra ilegal". Depois de quase meia corrida preso atrás da Williams, Pérez finalmente conseguiu colocar de lado para tentar a ultrapassagem, mas Sergey defendeu bem, enquanto Pérez simplesmente ignorou a presença do russo, e deixou o carro rolar, causando um choque desnecessário. Pérez acabou com um pneu furado e punido, caindo para a última posição. Fim de semana péssimo para o mexicano, que atirou pela janela todas as chances de pontos que a Force India tinha. Com um histórico nada animador, é difícil imaginar que checo volte a ter uma oportunidade numa equipe de ponta, assim como Grosjean, que também teve seu momento trapalhão na prova, quase tirando Hamilton do caminho para a vitória. Pilotos promissores, que já tiveram suas dores de crescimento, mas vez ou outra voltam a mostrar que nada aprenderam delas...

Antes de terminarmos o texto, destaque ainda para as excelentes exibições dos espanhóis! Fernando Alonso em sétimo e Carlos Sainz em oitavo fizeram corridas consistentes, terminando como os melhores do resto. Para Fernando, mais uma prova de que ainda tem gás pra queimar, e pode fazer muito se tiver um bom equipamento. Para Carlos, um resultado importante, já que a temporada vem sendo muito difícil: 15 pontos atrás do companheiro Nico Hülkenberg e apenas seis pontos nas últimas seis corridas (sem contar Cingapura). Números não muito a imadores para que mtem a missão de liderar a McLaren no próximo ano.

No fim, nada se alterou desde a metade da prova. Uma ameaça de briga pelo pódio entre Bottas, Räikkönen e Ricciardo, mas nenhuma manobra de fato. Hamilton venceu, seguido por Verstappen e Vettel.

Agora, o inglês abre 40 pontos no mundial de pilotos (281 a 241), restando apenas seis provas. Não é nenhum absurdo dizer que Vettel precisa vencer ao menos metade das provas que restam pra ter alguma chance de levantar o caneco, e ainda precisará contar com alguma intercorrência na prova do rival Hamilton. É uma situação difícil, especialmente se levarmos em conta o momento do campeonato, onde a Ferrari parece cada vez mais abalada e sob pressão. Acho difícil que Hamilton deixe o título escapar, mas se existe uma hora pra Vettel mostrar que aprendeu algo (ainda nesse ano), essa hora é agora!

Nos construtores, excelentes notícias para Mercedes e Renault! O time alemão aparece agora 37 pontos à frente da Ferrari (452 a 415), liderando o campeonato. A Renault viu Sainz chegar em oitavo e Hülk em décimo, enquanto a Haas não somou pontos, aumentando a diferença para a rival em 15 pontos (91 a 76).

Confira a classificação do GP de Cingapura




Por hoje é só pessoal. Bom domingo a todos, nos vemos dia 30 de setembro para comentar sobre o GP da Rússia. Até lá!!








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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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