Amigos! Hoje 09/08/18 é um dia difícil para grande parte dos fãs de esporte no Brasil, para os profissionais da área da comunicação, especialmente os que trabalham no Esporte Interativo, mas especialmente para mim, que acompanhou desde antes do canal surgir em 20 de janeiro de 2007, desde a primeira parceria com a NGT, depois Gazeta, BAND, entre outras até o surgimento efetivo do canal. Foi realizado pela dona da emissora, a Turner/AT&T o encerramento das atividades dos canais no prazo de 40 dias, encerrando assim um sonho, como dizia o slogan da emissora e em realidade, uma forma única de fazer esporte, de transmitir esporte. Canal este onde tive a felicidade de escrever para um dos projetos de suas plataformas digitais e que marcou por ser diferente, por primar a emoção, angariando milhões de fãs com isso e como em tudo hoje, uma meia-dúzia de haters. 


Minha relação foi sempre de um carinho enorme com a emissora, pois nela havia algo de diferente, em que canal podemos ver tamanha entrega a emoção dos narradores e comentaristas? Em que canal não há qualquer restrição quanto a revelação do óbvio, que mesmo os profissionais do esporte são sim movidos a paixão e tem clubes de coração, sem que isso em qualquer momento interfira na qualidade da avaliação. Que canal iria ainda arcar com o ônus de dar espaço a um Jorge Kajuru, depois de todos lhe fecharem as portas, o EI deu.

Uma grande felicidade pra mim veio em 2008, onde através da comunidade oficial do projeto no finado Orkut, recebi a oportunidade de escrever para o Esquadrão Interativo, projeto na época que dava oportunidades a talentos vistos na comunidade. Foram quase dois anos muito legais, com várias matérias saindo na home, escrevi sobre F1, Seleção Brasileira, Futebol Italiano, Espanhol, dentre outros temas e em parceria com quem coordenava o projeto a época, criei o quadro Fala Fanático, que revivo aqui e que acabou servindo de base para vários outros formatos da emissora (ainda que eu prefira o nosso).

Parecia próximo o meu sonho, de estar ali trabalhando naquele método com o qual eu tanto me identificava, o único aliás com que me identificava, mas nossas histórias mudaram de patamar, sem que meu carinho mudasse, eu era então apenas espectador e continuava minha caminhada rumo ao meu sonho por outros projetos, como este agora, em que encabeço desde 2013 e que pretendo que não saia do Ar independente do que aconteça, porque assim como o "Esquadrão" de certa maneira "me revelou" (apesar de eu já escrever em blogs desde 2002) o que buscamos fazer é isso, revelar talentos.


A admiração prosseguiu, a NBA foi transmitida com maestria, a NFL se popularizou no Brasil muito por conta do canal, o MMA teve seu espaço e também cresceu muito no país, após muitos anos a emissora voltou a dar espaço para a Luta Livre na TV e com isso uma nova geração de fãs surgiu. Depois veio a compra por parte da Turner, eu sempre desconfiei, afinal, as empresas transnacionais vem aqui e fazem isso, compram as marcas, á princípio dão fôlego, mas depois a exterminam, há vários exemplos disso. Ainda assim a emissora durou ainda cinco grandes anos, apostando no futebol Brasileiro com transmissões das séries C e D, apesar da extinção do EI Nordeste (já no processo de americanização do canal) a Copa do Nordeste e os estaduais da região continuaram firmes e fortes, bem como a Copa Verde que jamais teria a visibilidade que teve não fosse o canal, talvez sequer a bola tivesse rolado.

Vimos também a ousadia com a transmissão de todos os jogos da Champions League, com correspondentes espalhados permanentemente por toda a Europa, o sonho era plenamente realizado, o canal um sucesso total, com grandes narradores, com os melhores comentaristas da atualidade, não há explicação lógica para o inaceitável fim, sai o sonho e fica o vazio, é como se eu fosse parte disso mesmo oito anos depois da minha última matéria no Esquadrão, é como se algo tivesse sido tirado de mim, como se o sonho tivesse terminado.


Mesmo perante a sensação horrível, ficam aqui algumas reflexões: Pensem milhões de vezes antes de aplaudir a compra de uma empresa nacional por parte de uma transnacional, o fim é praticamente sempre este, matam a marca, findam a "concorrência", a Turner tem no exterior o ínfimo TNT Sports, mesmo com o sucesso da franquia Brasileira, a não-ligação com a marca internacional não era interessante para o grupo, isto não é informação, evidentemente, é uma análise do que acontece no mercado pura e simplesmente.

O canal tinha infindáveis fãs, mas tinha um ou outro (e são barulhentos) haters, claro que o papel do Hater é de odiar, sem qualquer causa para tal, desde o início da minha jornada convivo com eles, mas mesmo vocês, não comemorem, se o grupo oferecerá para os front-mans de narração e comentário espaço para que cumpram os contratos vigentes com a marca das emissoras do grupo TNT e Space, o mesmo não acontecerá a vários profissionais de todas as áreas, centenas, desde o maquiador, o faxineiro, passando pelos câmeras, pelo pessoal da técnica, por todo o bastidor, até findar nos repórteres e apresentadores, que claro, sem uma específica emissora de esportes, ficarão sem emprego.


Não quero ser egoísta, mas minha dor é particular, do primeiro ao último momento eu fui movido pelo sonho de um dia empunhar o microfone deste canal, na função que fosse, comentando, narrando, reportando ou ancorando. Este sonho morre e eu vou curtir a dor disso, mas o sonho de empunhar o microfone com a cor que seja, já nenhum com carinho especial, com personalidade, com um estilo próprio e marcante segue, ficarão na lembrança os tantos momentos emocionantes vividos com o EI, que marcou sim época na história da TV Brasileira e que fez jus ao nome, com uma interatividade e uma ligação com o espectador, que dava a impressão de que cada um de nós, do outro lado da tela era parte disso, não acho que isso aconteça novamente, ser o amigo internauta é muito diferente de ser efetivamente parte de uma transmissão, de torcer junto.


Obrigado Esporte Interativo, não foi só um slogan, você moveu sim, grande parte dos nossos sonhos. 




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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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