Ola fãs de Fórmula 1! Voltamos depois de um mês de férias para refletir sobre o Grande Prêmio da Bélgica de 2018, uma corrida que não empolgou tanto assim no seu desenvolver, mas deixou assuntos muito pertinentes e que ganharão destaque aqui no Jovens Cronistas. É hora de velocidade!



Depois de um sábado onde mais uma vez a Mercedes se beneficiou da chuva no treino de qualificação, Hamilton aproveitou para abocanhar mais uma pole, esperando algo de anormal também no domingo para afrontar a já visível superioridade Ferrarista. O inesperado porém não apareceu, e com um céu azul em Spa era difícil esperar algo que freasse os ímpetos de Seb.

Já na largada, o alemão mostrou a que veio e efetuou a ultrapassagem na primeira vez que ambos cruzaram a reta Kemmel. Saindo mais forte da Eau Rouge, Vettel tomou a dianteira já na metade da reta, porém as Force India de Ocon e Pérez se aproveitaram do vácuo para emparelhar ao lado das Ferrari e protagonizar um momento único: 4 carros lado a lado a quase 300 quilômetros por hora! No fim, Ocon caiu para quarto, vendo o companheiro tomar para si o terceiro posto.

Vettel supera Hamilton na 1ª volta, vence GP da Bélgica e reduz vantagem de rival
Apesar dessa linda imagem, houve um outro momento que chamou a atenção na largada. Na Source, mais uma vez tivemos um 'momento boliche' na largada da prova. Dessa vez, o responsável pelo acidente foi Nico Hülkenberg, que perdeu o ponto de freada e encheu a traseira de Fernando Alonso. O espanhol por sua vez subiu na traseira de Leclerc, decolando sobre a Sauber do monegasco e aterrizando sobre o Halo do carro suíço! Uma cena assustadora, que deixou muitos fãs da velocidade de cabelo em pé!


Primeiramente, não há o que discutir sobre o culpado do acidente. O próprio Hulk afirmou em entrevista pós corrida que errou, e a FIA não deixou barato: 10 posições de punição para o grid do GP da Itália. O que vale ressaltar agora é o papel eficiente da peça mais polêmica de 2018: o halo.

As imagens comprovam: Fernando Alonso chocou-se contra o halo do carro de Leclerc. Se o assoalho ou a roda ia se chocar contra o capacete é outra história. Porém, o lado interno do cockpit (e consequentemente alguma parte do corpo de Charles) seria atingido em cheio por uma quantidade enorme de peso. A partir de hoje, o único argumento de muitos contra o halo foi derrotado. Dessa vez, o halo foi (e muito) útil.

Seguindo a corrida, algumas outras coisas interessantes a se destacar: primeiramente, a boa prova de Max Verstappen. Com um motor notoriamente mais lento que os Ferrari e Mercedes, Max não teve chance contra Seb e Lewis, mas manteve um ritmo ok durante toda a prova e efetuou lindas manobras sobre Checo Pérez e Esteban Ocon para assegurar o terceiro posto. Excelente prova para o holandês, que volta a ultrapassar Ricciardo no mundial de pilotos.


Muito mais visível que o bom desempenho de Verstappen foi a consistência da Ferrari de Sebastian Vettel. O alemão fez um bom stint com os pneus supermacios, porém assegurou mesmo a vitória na segunda metade da prova, com pneus macios.

Mesmo com compostos mais velhos que Lewis, Seb fez o carro andar num ritmo impressionando, construindo uma vantagem de mais de 10 segundos! Toda essa superioridade com um composto não tão veloz demonstra que o carro da Ferrari está realmente muito bem acertado e extremamente forte também na parte aerodinâmica. Com um motor que vem evoluindo desde 2015, já podemos dizer que é um fato: a Ferrari tem o melhor conjunto do grid nesse momento. Vettel tem mais oito corridas para reverter uma vantagem de apenas 17 pontos, incluindo pistas que podem ser o calcanhar de aquiles da Mercedes, como Cingapura. Mesmo com desvantagem no campeonato, o mais sensato no momento é afirmar que Sebastian Vettel é o favorito para o penta em 2018!

Saindo um pouco dos holofotes da F1, é hora de falar de um imbróglio que agitou todo mundo no meio da última semana. A Force India, graças a problemas financeiros causados pelo antigo dono Vijay Mallya, entrou em processo de administração e teve que ser salva por um consórcio liderado por Lawrence Stroll, pai de Lance Stroll. A estrutura, os empregados e até mesmo parte do nome foram mantidos. Porém, a Sahara Force India abandonou o campeonato para a entrada da Racing Point Force India, que "estreou" com os dois pilotos nos pontos: P5 para Pérez e P6 para Ocon! Mas, pode ser que as coisas mudem de novo até o fim do ano...

O nome deve permanecer, mas o assento de Stroll filho na nova Force India é apenas questão de tempo. Muitos falam em Austin, alguns arriscam Monza ou Cingapura, porém a tendência é mesmo que Ocon perca sua vaga antes de 2019. Isso poderia gerar uma reação em cadeia, com a volta de Kubica na Williams, a saída de Vandoorne da McLaren (para chegada de Ocon) e até uma saída de Ericsson da Sauber (para a entrada de Stoffel)! Nada de oficial até o momento, o que nos resta é esperar.

Se perdemos a identidade de uma das equipes mais queridas do grid, há que se comemorar o aporte financeiro de Stroll. Com certeza, a equipe terá agora muito mais chances de evoluir e quem sabe alçar voos maiores. Talvez todo esse rolo traga um futuro brilhante para uma equipe que tem um lugar cativo no coração de cada fã do automobilismo.

E falando em mudanças, não podemos esquecer dos anúncios oficiais que chacoalharam o mundo da F1 nessa férias de verão: Ricciardo na Renault, Sainz na McLaren, Gasly na Red Bull e Alonso aposentado!
Sobre Alonso, era até bem imaginável que o espanhol tomasse uma atitude do gênero após tantas decepções e tantas portas fechadas na categoria. Talento não falta, sem dúvida, mas a "personalidade" de Dom Fernando o levou aonde está hoje, não há como negar. Uma mudança de ares pode ser muito positiva para Alonso, sem contar que a mídia que leva consigo deve abrir as portas de qualquer categoria do mundo. A mudança que foi provavelmente a melhor da década para o piloto espanhol!


Resultado de imagem para alonsoSe Alonso acertou em cheio, é difícil dizer o mesmo de Ricciardo e do próprio Sainz. Começando pelo australiano, que tinha certo poder de escolha em mãos: Dani abandonou a Red Bull, que mesmo com a incógnita da Honda para 2019, costuma ter excelentes chassis e figurar no topo do grid, para uma Renault que também enfrenta problemas de confiabilidade/potência com o motor e almeja brigar por vitórias apenas para 2020. Sem dúvida, o fator carro não foi tão determinante para Ricciardo, porém sim o fator companheiro de equipe. Na Red Bull, Dani enfrenta a forte concorrência de Verstappen, muito mais jovem e arrojado. Na Renault, o desafio que Hulkenberg irá oferecer será grande, mas nada comparado ao que Max pode proporcionar. Pode-se dizer que Daniel ''arregou" da luta com Max para tentar a sorte numa equipe também promissora, mas não tanto quanto a anterior.
Já sobre Sainz, a situação muda de figura: com o assento na Renault já ocupado, Carlos teve pouco poder de escolha, já que não estava no radar de nenhuma das grandes. A McLaren está numa queda vertiginosa e com pouco prospecto de melhora. Sainz vai precisar abusar de seu conhecimento técnico dos anos de RBR para ajudar o time de Woking à conquistar um lugar constante nos pontos.

Agora falando de Pierre Gasly, é interessante analisar a situação do lado da equipe, não do piloto. Ao assinar com o francês, a Red Bull praticamente atesta que estará dando toda a prioridade para Verstappen ser o primeiro piloto e lutar por vitórias ou mesmo títulos nos próximos anos! Isso porque Gasly precisa ainda de muito amadurecimento, assim como experiência para aprender a lidar com um carro de ponta. E a equipe austríaca tinha outras opções: Sainz ou até mesmo Jean-Eric Vergne, ex-STR e campeão do mundo na Fórmula E tem plenas condições de assumir o cockpit para lutarem no topo desde o começo. Muita pressão nos ombros de Max para os próximos anos, afinal precisará corresponder a aposta. Gasly tem sua chance, e se não aproveitar, terá o mesmo destino de outros 'pupilos' do time austríaco, vide Kvyat, Buemi, Alguersuari...

Voltando para a corrida, houve pouquíssima ação em pista até a quadriculada final. Exceto pelas boas manobras de Bottas para o quarto lugar, nada de mais aconteceu no circuito belga, e o domingo terminou mesmo com vitória de Vettel, seguido por Hamilton e Max. Seb está agora apenas 17 pontos atrás de Lewis (231 a 214), enquanto a briga pela terceira posição esquentou: Räikkönen ficou nos 146 pontos enquanto Bottas subiu a 144. Mais atrás, Verstappen ultrapassou Ricciardo por dois pontos (120 a 118).

Nos construtores, dia péssimo para a Ferrari, que pontuou apenas com Seb e viu a diferença para a Mercedes subir para 15 pontos (375 a 360). No fundo do pelotão, é risível a situação da Williams: com apenas uma corrida, a Force India já superou a equipe de Grove, e por muitos pontos (18 a 4)! Agora, a nova Force India vai atrás da Sauber e da STR, enquanto a Williams se contentará em ser a lanterninha de 2018... Patético!

Confira a classificação do GP da Bélgica:
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Por hoje é só pessoal! Obrigado a todos por lerem. Até mais!!
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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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