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Salve, palestrinos! Torcedores do maior campeão nacional! Hoje o assunto não é futebol e sim demissão. Sim. Roger Machado foi demitido do comando técnico da Sociedade Esportiva Palmeiras neste 26 de Julho de 2018 (um mês antes do aniversário do clube). Contestado pela atuação da equipe dentro de campo, foi descartado, assim como outros treinadores que serão mencionados no texto de maneira rápida, feita apenas com a memória do cronista. Mas primeiro, vamos falar do Roger Machado em si.

O trabalho começou em Janeiro, na pré-temporada e logo de cara, veio o campeonato estadual. Ali, Roger conseguiu fazer a equipe jogar bem até um clássico diante do Corinthians. Vendo a necessidade de mudanças, modificou a equipe que voltou a ter um bom rendimento (chegando inclusive a jogar muito bem diante do Boca Juniors-ARG na La Bombonera). Mas o pior é que ficou marcado por perder a decisão do Paulista para o arquirrival por 1x0 e depois nas penalidades, em casa. Porém, longe de criticar uma derrota em clássico (que nunca é absurdo), algo incomodava a torcida: postura dos jogadores. O time jogava bem, abria o placar, mas parece que perdia o tesão para matar a partida. Nos dérbis então, a passividade assustava demais os torcedores. Seria isso culpa do Roger mesmo? Tem certeza? Quantas vezes ele não esbravejou dentro de campo? No banco de reservas? Cobrando atitude do time e os jogadores não correspondiam? A culpa realmente é INTEIRAMENTE do Roger Machado? Precisamos voltar um ano e meio no tempo.

Eduardo Baptista no Palmeiras (Jovem Pan)
O homem da foto, Eduardo Baptista, chegou no começo de 2017. Sua missão era repetir um ano vitorioso do Palmeiras. Não começou da melhor maneira possível, perdendo um clássico inclusive com um a mais por uma etapa completa, mas aos poucos foi ajeitando o time. Na Libertadores, fazia uma campanha sem sustos, mas o palmeirense queria porque queria reviver 2016. Eduardo tinha o "fantasma" vitorioso do seu antecessor: Cuca (será comentado em breve). Qualquer deslize, Baptista estava assombrado pelo antecessor. E foi o que aconteceu. Nada adiantou uma virada sensacional diante do Peñarol no Uruguai (com direito a "pistolada"). Perdeu fora de casa para o Jorge Wilstermann-BOL por 3x2 e foi demitido assim que desembarcou no Brasil. Foi então que a brecha foi dada para que Cuca retomasse o verdão.

Cuca em sua segunda passagem pelo Palmeiras (Correio Brasiliense)
Cuca vinha de um ano glorioso: comandante do eneacampeonato brasileiro em 2016. Expectativas altíssimas e início bem promissor: goleada na estreia do Brasileirão ante o Vasco, classificação na Libertadores e na Copa do Brasil. Mas aos poucos o time começou a desandar. Derrota na primeira partida do mata-mata da Libertadores com um time atuando bem abaixo do que podia. Derrota em casa em clássico para o rival sem exigir muitos esforços do adversário. Empate perigoso por 3x3 diante do Cruzeiro em casa pela Copa do Brasil. Resultados no final: Palmeiras eliminado da Libertadores e da Copa do Brasil diante do Cruzeiro. 

A eliminação da Copa do Brasil ainda trouxe um outro protagonista: o ídolo do Instagram, Felipe Melo. Vazou um áudio do jogador bêbado, chamando o Cuca de covarde, entre outras coisas. Diretoria resolveu afastar o jogador que ameaçou entrar em processo contra o clube, saiu falando que tinha um monte de propostas, etc. Mas no final os dois "se entenderam" e voltaram a trabalhar juntos. Mas Cuca não aguentou o empate ante o Bahia por 2x2, após estar vencendo por 2x0. Demissão de um time que oscilou demais. Pouco mostrou regularidade. 

O que falta? Por que não dá certo?

Pessoal, a oscilação da "era Cuca 2017" lembra um pouco o trabalho do Roger. Muitas vezes faltou a famosa pegada para os jogadores. Mas será que é só técnico? Vejam, em 2016 o time tinha a pegada. Mas de 2016 para 2017, algo mudou no Palmeiras: presidência! 2013 a 2016 tinha um presidente chamado Paulo Nobre que estava sempre junto com o time. Ganhar ou perder fazia parte do jogo, mas jogar sem se doar ao máximo ele jamais tolerava! Em 2013, após um empate diante do Ceará fora de casa ele chegou em entrevista falando que os jogadores não estavam honrando a camisa como se deveria! Em 2016, Cuca relatou problemas de elenco rachado e o Nobre simplesmente se desfez dos "paneleiros". 

E agora eu pergunto: aonde está o nosso presidente atual? Será que está cobrando os jogadores? Será que está atuando junto com o time? E a patrocinadora? Na época do Paulo Nobre só se ouvia falar em Crefisa (com respeito à entidade, claro) como patrocinadora. Na era Maurício Galiotte se escuta Crefisa como sendo a contratante, banqueira, administradora, etc. Presidente para que mesmo? Para aparecer do lado da patrocinadora na foto? Igual a essa daqui?

Leila Pereira e Galiotte (VerdaoWeb)
Longe de mencionar que há influências na escalação do time, mas há uma clara falta de comando vindo da parte superior do Palmeiras. Jogadores recebendo salários altíssimos pelo que produzem, se hospedando numa estrutura sensacional, jogando no melhor estádio do país, etc., e estão sempre com o mesmo estilo de jogar. Técnico sozinho não aguenta esse rojão todo, senhor presidente. Alguém de cima precisa cortar as asas de boa parte desse elenco e botar os pés bem no chão, assim como Paulo Nobre fazia. 

Ao todo, na "Era Maurício Galiotte" foram gastos mais de 160 milhões de reais com contratações. Citando algumas delas: Felipe Melo, Deyverson, Luan, Juninho, Bruno Henrique, Borja, Weverton, Keno e Guerra. Dessas, Bruno, Weverton estão bem, Borja fez um patético 2017 mas está bem em 2018, Keno foi "bem vendido" e Guerra mais passa tempo na enfermaria do que no gramado. Felipe Melo vem cometendo alguns erros e sai esbravejando como personagem ainda. Já deu! Cabeça no lugar, joga bola e para de mensagem no Instagram! Quem dera se o presidente Galiotte estivesse fazendo esse discurso para os jogadores, mas provavelmente não está.

Roger Machado deixa o Palmeiras após conseguir aproveitamento de 68,8% dos pontos disputados, um vice paulista, melhor campanha da Libertadores na fase de grupos. Mas podem ressuscitar Telê Santana, Brian Clough, trazer Ferguson que sem comando vindo de CIMA, o Palmeiras não vai render e jogador vai continuar fazendo a festa com os treinadores daqui.

Favoritos para a vaga

Luiz Felipe Scolari (Felipão): programa Redação SporTV de hoje (26) chegou a mencionar que a cúpula alviverde aprova o nome do ex-treinador de Palmeiras e seleção brasileira. Duas passagens pelo verdão, ambas com títulos: 2 Copas do Brasil (1998, 2012), 1 Libertadores (1999). Contudo, na última passagem ficou marcado por ser o treinador "do rebaixamento". Apesar de ter uma bonita história pelo Palmeiras, no futebol atual o "bigodudo" não se encaixaria perfeitamente, visto que a parte tática ficou na década de 2000.

Rogério Ceni: Sim, acreditem se quiser. O programa da Bandeirantes "Jogo Aberto" chegou a mencionar que o ex-jogador do rival São Paulo, vítima de gols de cobertura, chegou a ser cogitado como opção de técnico do verdão. Algo muito arriscado e tenebroso para falar a verdade. Tem uma metodologia legal de trabalho, mas sair do Fortaleza-CE para o Palmeiras seria novamente um passo maior do que a perna para o ex-goleiro. 

Ricardo Gareca: sim, amigos. Tem alguns rumores de que Ricardo Gareca ainda não renovou com a federação peruana de futebol e estaria disponível no mercado. Chegou a trabalhar no Palmeiras em 2014, montou um time ofensivo e organizado. Porém, devido à deficiência técnica do time, teve um aproveitamento ridículo. Não sei se toparia voltar ao Palmeiras depois de 4 anos, ainda mais assumindo novamente com trabalho em andamento. Mas considero um bom técnico desde que os jogadores CUMPRAM o que é pedido.

Quem o cronista gostaria: Abel Braga. Técnico pulso firme, e mais importante: valoriza categoria de base. Palmeiras tem uma safra boa de jogadores vindo da base e Abel gosta de colocar para jogar. Além de tudo, é um treinador que cobra atitude do time e estava, com todo respeito, tirando leite de pedra do Fluminense. É um treinador que caberia muito bem no Palmeiras. Mas tem algo que afasta o "Abelão" do verdão que é o fato do treinador não assumir times na metade do ano. Mas seria uma boa.

E para vocês, quem tem que comandar o Palmeiras?
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Leonardo Paioli Carrazza

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