Olá fãs de velocidade! Voltamos nesse domingo para discutir o Grande Prêmio da Hungria, tradicional corrida no calendário da F1 que desde sempre divide opiniões entre os fãs da categoria. Nesta manhã, o GP húngaro demorou, mas nos entregou boas disputas dentro de pista, além de uma dúvida que não quer calar: a Mercedes tem segundo piloto??



Depois de um sábado pra lá de movimentado graças a chuva que caiu no treino de qualificação, as expectativas para o GP da Hungria estavam lá no alto. A primeira fila do grid, composta toda pela Mercedes, tinha um único objetivo: manter a ponta e se valer da falta de pontos de ultrapassagem para superar o alto desgaste de pneus devido ao forte calor europeu. A agressividade que se esperava dos carros da Ferrari não foi vista graças a excelentes largadas de Bottas e Hamilton, que mantiveram a ponta até com certa tranquilidade. Logo atrás, destaque para as boas largadas de Verstappen e Magnussen, que já ocupavam quinto e sétimo lugares, respectivamente.

Já no início de prova, uma observação importante precisa ser pontuada: Bottas falhou em acompanhar o ritmo de Hamilton, e isso pode ser determinante para os fatores à seguir. Com 10 voltas computadas, o inglês abria mais de 5 segundos de vantagem para Valtteri, este seguido de perto por Vettel.


Com 15 voltas de prova, a Ferrari começava a tentar mudar o andamento da prova. Antecipando a parada de Räikkönen, a ideia era tentar bagunçar a cabeça dos estrategistas adversários. A escolha mais conservadora era marcar Kimi, e o escolhido para tal foi Bottas. A questão, porém, não é tão simples assim. Ao marcar Kimi com Valtteri, a Mercedes abria mão do plano A com o finlandês, ou seja, estava deixando claro que o objetivo de Valtteri não era lutar pela vitória.

Partindo desse princípio, é difícil acreditar na constante fala de Toto Wolff, que afirma e reafirma em não haver uma hierarquia entre os pilotos. Como o próprio Bottas afirmou em entrevista após a prova, já chegamos à metade do campeonato e a luta pelo título começa a ficar ainda mais intensa, com as equipes de ponta efetivamente escolhendo o piloto mais bem colocado no campeonato para ter preferência nas corridas.

Até agora, não houve uma situação em que Bottas estivesse imediatamente à frente de Hamilton. Com o inglês a disparar na liderança do mundial, impossível pensar que Lewis não tenha preferência perante o companheiro. A questão é que Bottas não crê ser apenas um escudeiro, e qualquer ação da equipe que o coloque nesse papel pode trazer péssimas consequências para o restante da temporada. Um dilema duro de ser resolvido...

Vettel fez um excelente trabalho cuidando dos pneus macios, fazendo-os durar até a volta 40, quando um pequeno erro no pit-stop atrasou sua parada e acabou com suas chances de voltar à frente de Valtteri e com possibilidades de brigar pela vitória. Foi então que Seb protagonizou um dos momentos marcantes da prova: o toque com o Bottas na curva 2.

Após o mergulho na primeira curva, Vettel tracionou melhor e tomou a frente para a segunda curva do circuito. Porém, deixou pouco espaço para Bottas. Ambos se tocaram, e por uma magia do destino, o pneu de Sebastian não furou! Bottas não teve a mesma sorte e acabou danificando boa parte de sua asa dianteira.

Sobre o choque, nada mais que um incidente de corrida. Vettel assumiu um risco em fechar a porta, ou seja, não fez a manobra visando prejudicar Bottas. O finlandês por sua vez, foi vítima de pneus já desgastados, e sem ter outro lugar para fugir, acabou acertando o alemão.

Pouco depois, outro momento interessante para se discutir: o toque entre Bottas e Ricciardo. Já avariado pelo incidente anterior, Bottas sofria na pista e não conteve a chegada de Ricciardo. Ambos colidiram na curva 1, e por pouco Daniel não teve sua boa corrida de recuperação terminada ali mesmo. A direção de prova decidiu punir Bottas com 10 segundos, porém a punição é um tanto quanto injusta. Era clara a dificuldade de Valtteri em controlar o carro, e se nada de deliberado foi feito, punir o piloto não me parece muito ético. Talvez advertir a equipe por não chamá-lo aos boxes para trocar o bico fosse mais coerente.


Nada de interessante aconteceu no restinho de corrida, que terminou com o pódio HAM-VET-RAI. Destaque especial para Pierre Gasly: mais uma vez o jovem francês caprichou no acerto do carro o foi o melhor do resto! Excelente sexto lugar para a Toro Rosso-Honda, que pelo menos no quesito confiabilidade anda superando a própria Renault. Gasly segue dando um banho em Brendon Hartley no mundial de pilotos: 26 a 2 para Pierre, que vai pedindo passagem na equipe principal.

No mundial de pilotos, um grande baque para Vettel: a diferença voltou a crescer e está agora em 24 pontos (ou seja, uma corrida). Com o placar 213 a 189 em seu favor, Lewis precisa aproveitar as pistas de alta no início da segunda metade do campeonato para consolidar a liderança e encaminhar o título. Caso contrário, Vettel volta e volta forte para a briga! Räikkönen aparece em terceiro com 146 enquanto Bottas segue em quarto com 132. Nos construtores, a Mercedes manteve a liderança, agora 10 pontos à frente da Ferrari (345 a 335). Destaque também para a Haas, que se impôs sobre a conturbada Force India, isolando-se no quinto lugar, e a Toro Rosso, que se distanciou um pouco mais da Sauber na luta pelo oitavo lugar.

Confira a classificação do GP da Hungria:

Resultado final do GP da Hungria de F1 (Foto: Reprodução/FOM)

Por hoje é só pessoal! A F1 entra agora nas férias de verão, portanto nos vemos de novo só no fim de agosto. Abraços e até lá!
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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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