Olá fãs da velocidade! Voltamos a nos encontrar depois de um tempinho distantes, e logo com uma corrida fantástica!! O GP da Alemanha teve de tudo um pouco: piloto escalando o pelotão, ordem de equipe, candidato ao título errando sozinho, chuva pra bagunçar tudo e um vencedor pra lá de inesperado. Venha conosco descobrir o que de melhor aconteceu no Hockenheimring nesta manhã de domingo!


Muita expectativa na largada, principalmente pela pista ser estreita no primeiro setor e pela curta distância até a curva 1. Porém, todos os pilotos foram muito cautelosos e houveram poucas mudanças ao longo do primeiro giro. Vettel seguiu na frente, tendo Bottas no seu encalço. Logo atrás apareciam Räikkönen, Verstappen e Magnussen. Destaque para Hülkenberg, que aproveitou bem a patinada de Grosjean para pular por entre as Haas e subir ao sexto posto.

Mesmo fazendo largadas cautelosas, Hamilton e Ricciardo não tardaram a subir no grid. Largando de décimo quarto e décima nona posições, respectivamente, os pilotos foram trilhando seu caminho rumo à zona de pontuação sem muita dificuldade. Há de se destacar também a boa tocada do inglês, que efetuou as ultrapassagens sem desgastar demais os pneus, tendo assim a possibilidade de manter um ritmo constante e próximo ao dos ponteiros.

Na parte da frente, a surpresa foi a estratégia da Ferrari para Kimi Räikkönen. o time italiano resolveu chamar o finlandês com apenas 15 voltas de prova, trocando para os pneus macios (o que inibia possibilidade de apenas uma parada). Além de tentar uma manobra sobre a posição de Bottas, a Ferrari parecia marcar também a escalada de Hamilton, colocando um de seus carros em estratégia parecida com a do inglês.

O tempo ia passando, e a corrida ia ganhando contornos que a  deixariam espetacular: Räikkönen fazia seu trabalho de forma perfeitamente, empilhando voltas mais rápidas e descontando a diferença para Vettel. No céu alemão, nuvens negras se aproximavam cada vez mais, e a chuva que não veio no sábado parecia apenas uma questão de tempo.

Mesmo na liderança da prova, Vettel não tinha vida fácil. O alemão enfrentou problemas com seus pneus ultramacios e precisou parar na volta 28, retornando poucos metros à frente de Hamilton e atrás do companheiro de equipe! Com compostos mais novos, o alemão não tardou a chegar em Kimi, porém a turbulência impedia a aproximação para ultrapassagem. Aí começava a se desenvolver o grande ponto-chave da corrida.

 Atrás do companheiro de equipe e sem rendimento para ultrapassar, Vettel perdeu a calma e começou a expor seu descontentamento pelo rádio. À medida que as voltas iam passando, o desespero de Sebastian se traduzia em mais reclamações e até mesmo erros na pista, como algumas travadas que prejudicaram o desempenho dos pneus. Vettel estava visivelmente desconfortável, p*** da vida, escolha o adjetivo que quiser...

A Ferrari interviu na situação. Via rádio, Räikkönen foi alertado da aproximação de Seb, e abriu para que o companheiro seguisse caminho. Como Bottas e Verstappen já haviam feito suas paradas, Vettel reassumiu a ponta da prova, numa manobra que praticamente lhe assegurava a tão esperada vitória em Hockenheim. Mas dessa vez, o maior inimigo do alemão não seria uma Red Bull ou uma Mercedes, e sim o próprio Sebastian! A falta de concentração que lhe rendera algumas fritadas no seco seriam ainda mais catastróficas na leve chuva que cairia sobre o circuito.

Por algumas voltas, uma tempestade ameaçou desabar sobre Hockenheimring, porém ocorreram apenas alguns pingos em determinadas curvas, o que arruinou as corridas de quem havia apostado na tormenta, dentre eles o jovem Charles Leclerc, que vinha de mais uma aparição no Q3, ainda n sábado.
Porém, a garoa engrossou após algumas voltas, deixando a pista ainda mais traiçoeira. Hamilton conseguiu segurar no Hairpin, mas Räikkönen perdeu o controle na curva 8 e viu Bottas assumir o segundo lugar.

Na ponta e com muitos segundos de vantagem, Sebastian Vettel só tinha uma missão: manter a concentração e o carro na pista. Não conseguiu.


Sozinho, o alemão perdeu o ponto de freada na curva 13 e foi parar na barreira de pneus, dando fim ao seu final de semana. Como mencionado antes, Vettel sucumbiu diante de si mesmo, e perdeu pontos preciosíssimos na luta pelo campeonato. Essa falta de controle dentro do carro já vem de tempos passados, como o chilique no México em 2016 (o famoso ''f*ck off, Charlie'') e o episódio em Baku-2017, quando Vettel jogou o carro em cima de Hamilton durante uma relargada. Atitudes de principiante partindo de um tetracampeão mundial: uma equação que não fecha!

Só para ilustrar melhor a importância desse resultado, Vettel desperdiçou 25 pontos nessa prova, enquanto Hamilton (que somava 12 pontos no momento do choque de Sebastian) venceu a corrida! Ou seja, 38 pontos escaparam pelas mãos de Vettel em uma curva!! Certamente, o destino não vai deixar barato esse tipo de erro. Vettel e a Ferrari tem um longo caminho para remar após as férias de verão...

Retornando para o contexto da prova, o acidente de Vettel provocou a entrada de um SC (pequeno parênteses para a necessidade do SC: pista escorregadia e trator em uso, depois de Suzuka-2014, não deveria causar a mínima discussão), que por sua vez levou a maioria dos pilotos à realizarem mais um pit: seja para voltarem aos pneus slik ou para colocarem compostos mais novos, como foi o caso de Bottas e Räikkönen. Como Hamilton só tinha os dois à sua frente: o inglês se valeu de já estar calçando pneus ultra-macios para permanecer em pista e assumir a liderança!

Outra situação que causou alguma discussão foi a manobra de Lewis em cortar a entrada dos boxes durante o período de SC. Primeiramente, deve-se destacar a inteligência de Hamilton em permanecer na pista durante a rodada de pit-stops. Isso porque uma parada aí o derrubaria para o terceiro lugar em condições normais (não esquecendo que houve uma pequena confusão no pit de Bottas, ou seja, Hamilton poderia ficar preso e perder ainda mais tempo). Analisando o regulamento, a manobra de Hamilton foi de fato irregular, porém os comissários julgaram que, por ter acontecido em período de SC e não ter levado perigo a nenhum dos pilotos, apenas uma reprimenda estaria de bom tamanho.

Há dois caminhos de interpretação para esse incidente: a funcionalidade de um regulamento e o bom senso. Pode-se interpretar que as leis do esporte estão aí e precisam ser cumpridas, logo se os comissários "abrirem uma exceção", como fica a moral desse regulamento? Porém há o outro lado: até que ponto interferir diretamente no resultado de uma corrida por conta de uma manobra que efetivamente não trouxe risco nenhum vale à pena? Eu fico com a segunda interpretação.

Atentando novamente à prova, o SC e a chuva fizeram uma grande salada na classificação! Magnussen, que vinha constante no quinto lugar, caiu para fora dos pontos, enquanto Ericsson e Hartley surgiram no nono e décimo lugares! Esteban Ocon, que também fizera uma primeira metade de prova bastante discreta, vinha logo atrás de seu companheiro, na oitava posição. Grosjean e Hülkenberg escaparam bem da confusão e mantiveram os postos de "melhores do resto'', no sexto e quinto lugares respectivamente.

Com pouco mais de 10 voltas para o final, a relargada. Pouco se alterou em todo o pelotão, mas justamente na ponta ocorreu o maior momento de tensão. Bottas não se intimidou com a pista úmida e atacou Hamilton! Com pneus mais velhos, tudo dava a crer que Lewis perderia o primeiro lugar, porém o inglês teve braço e segurou os ímpetos do finlandês, até que a ordem para manter as posições chegou via rádio. Muito compreensível, já que as condições de pista não eram das melhores e a equipe simplesmente não poderia desperdiçar uma dobradinha em circunstâncias tão específicas como as de hoje.

Nas voltas seguintes, Hamilton construiu boa vantagem para Bottas, consolidando uma épica vitória, a de número 66 em sua carreira. Mais atrás, o que se viu foi Max Verstappen ensaiando um ataque sobre Räikkönen, mas de fato, nada aconteceu. Final de prova, dobradinha da Mercedes e uma chuva que chegou pra lavar a alma de Hamilton! Depois de um domingo duro em Silverstonen , o inglês dá o troco, assume a liderança do campeonato na casa de Vettel e leva de quebra 17 pontos de vantagem (188 a 171)! Na luta pelo terceiro lugar, equilíbrio entre os finlandeses: Bottas diminuiu a vantagem de Kimi para 9 pontos (131 a 122). Logo atrás, Ricciardo com 106 e Verstappen com 105 completam o top-6. Destaque mais uma vez para Nico Hülkenberg, que com o excelente quinto lugar de hoje abriu 12 pontos para Fernando Alonso, isolando-se na sétima posição.

Emoção também no mundial de construtores, com a Mercedes ultrapassando a Ferrari por apenas 8 pontos (310 a 302). Red Bull com 211 e Renault com 80 se consolidam nas posições seguintes, enquanto a Force India volta a ultrapassar a Haas nos critérios de desempate (59 pontos para ambas).

Confira a classificação do GP da Alemanha:
Resultado final do GP da Alemanha de F1 (Foto: Reprodução/FOM)

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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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