Ex-governador encontra dificuldades no ninho "centrista"

Conhecido por “Santo” nas famosas e esquecidas planilhas de pagamentos ilícitos da Odebrecht ou por “picolé de chuchu” pela falta de carisma político, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin está no páreo presidencial pela 2ª vez; ele havia participado das eleições em 2006, quando perdeu a disputa para Lula em segundo turno.

Imagem: Chargista Mário Adolfo

O presidenciável pelo PSDB parece caminhar para ser peso-morto nas eleições de outubro, e tanto ele como sua legenda – da qual é presidente desde o ano passado – sabem disso. Entre a cruz e a espada, Alckmin observa seu afilhado político (leia-se “criatura”) João Dória e referências tucanas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, participarem de encontros com lideranças políticas de Brasília para articulação de um candidato que represente o, agora, chamado “Polo Democrático, Popular e Progressista” - agora porque o dito-cujo já foi denominado de “Polo Democrático e Reformista”, porém houve preferência pelo jogo das palavras e o ex-presidente FHC, guru da iniciativa “de centro”(clique!), retirou o termo “reformista” após o desastre que tem sido o (des)governo Temer, também identificado com o adjetivo.

E quem seria este candidato? Parece que qualquer um que não o ex-governador. O desejo é por Dória, líder na corrida pelo governo de São Paulo, em parte explicável pela falta de concorrentes fortes, e o tucano mais bem avaliado nos últimos levantamentos de avaliação. Apesar de competitivo, o ex-prefeito paulistano (leia-se “prefeito fujão”) diz “sair da sala quando começam a falar [sobre ele concorrer a Presidência da República no lugar do ex-governador]” - para este ano, ele se contentaria com o Palácio dos Bandeirantes, que, a propósito, é bastante para alguém que se dizia “não político”.

 
Imagem: Chargista Aroeira


Hoje, o caminho do tal “Bloco de Centro” - integrado por partidos majoritariamente à direita do espectro político - leva a Ciro Gomes (PDT), candidato que iniciou à esquerda, quis a centro-esquerda e hoje já não prende sua candidatura a espectros políticos – procura e quer a todos.  O candidato do PDT esteve com o dito Centro e não negou a possibilidade de eventual aliança, que incluiria DEM, SOLIDARIEDADE, PPS e PP, parceiros de longa data do ex-governador Alckmin.

Parece que nem mesmo a mídia tradicional quer Alckmin. Ela, que costumeiramente não mede esforços em demonstrar simpatia às candidaturas tucanas, tem batido na tecla de que o ex-governador, político experiente, só permanece candidato porque preside o PSDB e, com isso, não existiriam obstáculos à postulação.

Toda esta conversa se dá à esteira de pesquisas de intenção de voto que mostram o ex-governador empacado nas pesquisas entre 6% e 9% na preferência do eleitorado.  Alckmin diz que a campanha eleitoral ainda não começou. Mesmo assim, pediu para o ex-apresentador de televisão e agora candidato ao Senado pelo DEM, José Luís Datena, gravar o vídeo que reproduzo mais abaixo.  

                                                   Vídeo: Canal "Itamar Sousa the winner", no Youtube


O ex-governador recorreu a uma figura de apelo como Datena, para tentar melhorar a avaliação do eleitorado sobre sua candidatura. Para o cronista, o candidato ao Senado pelo DEM sempre passou instabilidade enquanto apresentador televisivo, quando abusava do sensacionalismo rasteiro em seu programa pseudonoticioso. Esta instabilidade parece ter atingido a recém-candidatura. À jornalista Mônica Bergamo, o ex-apresentador disse que sua mulher, a Matilde tão comentada em nas apresentações de Datena, “não dorme, chora o dia inteiro pedindo que eu desista”.

No desespero, Alckmin apela para candidato que pode não ser candidato, em vídeo que não engana ninguém. Se não é um peso-morto eleitoral, não sei o que seria.  

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Claudio Porto

Jornalista independente.

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