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Salve, pessoal, acompanhantes desta Copa do Mundo 2018, hoje (26) vamos tratar da classificação sofrida, dramática, pelejante, etc., que foi a passagem da seleção argentina para as oitavas de final da Copa. O time argentino precisava de qualquer jeito vencer a seleção da Nigéria que, por mais limitada tecnicamente que seja, iria oferecer obstáculos e o fez, até que Rojo anotou o gol da vitória dos Hermanos no final da partida, para festa do maior ídolo argentino, Diego Armando Maradona (foto).

Sampaoli ou o próprio grupo de jogadores argentinos (não se sabe realmente quem) escalou a seleção albiceleste da seguinte maneira: um esquema 4-4-2 com Armani no gol, Mercado, Otamendi, Rojo e Tagliafico formando a primeira linha de quatro, Mascherano, Banega de volantes, Di Maria e Enzo Perez na armação, Messi e Higuaín no ataque. A Nigéria optou por um esquema tático mais conservador, foi no 3-5-2 com Uzoho, linha de três zagueiros com Balogun, Troost-Ekong e Omeruo, Moses na ponta direita, Idowu na esquerda, meio com Mikel, Ndidi e Etebo, Musa e Iheanacho no ataque, time comandado pelo treinador Gernot Rohr.

E na verdade a proposta das duas equipes ficou clara no começo da partida, não apenas pelo esquema de jogo. A Nigéria sempre esperava a Argentina atrás do meio de campo, dando a bola quase sempre para a seleção sul-americana. Nenhum grande chance no começo, mas era nítida a melhor postura da Argentina: marcava em cima, se desdobrava na marcação e, por muitas vezes, forçou a Nigéria a dar o famoso "chutão para a lateral". No meio de campo, Banega vinha bem na partida. Tão bem que descolou um lançamento preciso para Messi levar vantagem na linha de marcação nigeriana e bater cruzado para devolver a Argentina ao mata-mata da Copa.

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Na primeira etapa, parecia que Messi queria mais mesmo. E não só porque saiu na frente que a Argentina mudou seu comportamento na partida. Pelo contrário, continuou a marcar em cima a saída de bola da seleção africana. Mas La Pulga, alvo de críticas nas últimas partidas, por muito pouco não "mandou seus críticos para aquele lugar" ao cobrar uma falta cruzado, ver a bola bater caprichosamente na trave e fugir de perigo ao gol nigeriano.

Segunda etapa inicia com mexida na Nigéria, saída de Iheanacho para entrada de Iwobi (atacante por atacante). Não deu para avaliar se a postura da Argentina seria a mesma da primeira etapa, pois, logo aos 3 minutos, Mascherano puxou o Balogun dentro da área: pênalti. Victor Moses com toda sua experiência praticamente apenas rolou a bola para a rede, deslocando Armani e colocando novamente o drama nas costas da Argentina.

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E então parecia que um balde de água gélida havia caído sobre o time argentino. O time vibrante da primeira etapa, por um tempo, deu lugar a um time tenso que errava tudo. Di Maria era a cara desse time que errava. Ele e Enzo Perez saíram para as entradas de Meza e Pavon, respectivamente. O jogador do Boca Juniors tentava dar a famosa "rabiscada", mas esbarrava na marcação nigeriana. Aos 29 minutos, Musa fez boa jogada pela direita, cruza, a bola desvia na marcação argentina, bate no braço de Rojo e sobra para Ighalo: que chutou para fora a chance mais clara da Nigéria da segunda etapa.

A última cartada "de Sampaoli" foi a entrada de Aguero no lugar de Tagliafico, uma mexida totalmente ofensiva. Mas a Argentina desperdiçou logo em seguida uma grande oportunidade com Higuaín aparecendo livre para chutar, mas ele isolou. A Nigéria respondeu em sequência com Ighalo, mas Armani saiu bem para fechar o ângulo do jogador nigeriano. Por mais que tentasse, a Argentina encontrava muitas dificuldades. Mas coube a Rojo, aos 40 minutos do segundo tempo colocar de volta a Argentina no mata-mata da Copa: tocou de direita no canto esquerdo do goleiro, após cruzamento de Mercado. Gol da classificação. Gol do alívio. Gol que premiou o time com mais capacidade, que mais propôs o jogo e que jogou também com o coração em campo (huevos en la cancha), algo que vinha sendo e muito criticado na imprensa argentina.

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Argentina mais "coração" do que nas últimas partidas. Faltou um pouco disso nas partidas anteriores. Mas o mais interessante foi a mudança do esquema para o 4-4-2 e a dinâmica que Banega deu para a seleção. Messi tem sua habilidade, categoria de melhor do mundo, etc., mas o Banega praticamente deitou na primeira etapa no meio de campo. Mascherano mordendo na marcação, etc., fez com que a Nigéria encontrasse muitas dificuldades na primeira etapa. A única baixa da Argentina é Di Maria que errava tudo que tentava. Por isso, as modificações da equipe foram bem feitas, sempre visando a necessidade do jogo; a saída do Tagliafico para entrada de Aguero foi praticamente uma "tacada de desespero", mas mostrando que estavam tentando ganhar. Jogando com mais disposição que a Nigéria, lutando muito, a Argentina conseguiu a sua vaga para o mata-mata.

Próximo confronto da Copa para os Hermanos será diante da França, no sábado (30). Um jogo que analisando plantel a plantel, os franceses são levemente favoritos. Contudo, a Argentina pode contar com o contra ataque à disposição, habilidade e velocidade de Messi, etc. Vai precisar jogar (bem) mais do que jogou contra as equipes do grupo. Se passar da França, ainda pode fazer um clássico contra o Uruguai, ou quem sabe um "duelo" contra Portugal de Cristiano Ronaldo.

Croácia 2x1 Islândia - O Fim do sonho Viking

A Croácia entrou em campo com um time modificado. A Islândia tentava a classificação de modo heroico para deixar a Argentina para trás. Mas esqueceram de avisar os croatas que abriram o placar com Badelj. No começo da segunda etapa, Sigurdsson empatou para os islandeses em cobrança de pênalti. Neste momento, a Islândia precisava de apenas um gol para se classificar. Mas quem apareceu para fazer o gol da vitória foi Perisic aos 44 do segundo tempo, premiando a boa campanha croata e aliviando a Argentina. 

Croácia terá vida menos complicada no mata-mata: enfrenta a Dinamarca que passou de fase mais pela incompetência ofensiva de seus adversários do que por competência própria. Deve avançar para as quartas de final.
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Leonardo Paioli Carrazza

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