Pela contrarreforma
da Previdência Social, a “Brasil” imoral vale muito, enquanto o Brasil de quase
13 milhões de desempregados “não existe”
O descalabro em que se tornou a política nacional, que não
discute outros temas que não a corrupção imputada seletivamente a grupos políticos
específicos ou as escolhas imorais para compor o resto do desconcerto magistral
que Temer impôs no País, não permite descanso e exige constante vigia.
Em duas semanas deste ainda infantil 2018, a manchete relacionada ao (des)governo parece "piada pronta": deputada escolhida para assumir o Ministério do Trabalho tem
histórico de não cumprimento as Leis que ela, em tese, terá de zelar enquanto
chefe da pasta do Trabalho no (des)governo Temer. Retrato de que o ano pode ser
novo, mas a política, especialmente tratando de ano eleitoral, está longe de
mudar ou renovar.
Filha de Roberto Jefferson – delator, condenado e preso no
esquema do Mensalão, e presidente do
PTB, legenda escolhida pelo (des)governo para chefiar o Ministério do Trabalho
-, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) tem dado trabalho ao impopular (des)governo
Temer.
Nomeada ministra do trabalho, acredito, por imposição de seu
pai, homem forte em Brasília, Cristiane tem um passado que contraria sua escolha
para o cargo.
Com nome inserido no Banco Nacional de Devedores
Trabalhistas, a deputada foi condenada em ações trabalhistas por manter
empregados sem carteira assinada – agora facultativa com a contrarreforma
trabalhista – e em regime de horas acima do previsto por lei. E isso tem movido
o imbróglio de sua posse no cargo, incluindo cerimonial com coquetel e petiscos,
que ainda envolve votos para a contrarreforma da Previdência Social.
Para emplacar a contrarreforma da Previdência Social, com
cortes de direitos e imposição de uma idade mínima elevada, o (des)governo
conta com a bancada, de 16 deputados, do PTB. Por isso, o custo com “desgaste” –
termo insuficiente para a grande impopularidade, apesar das poucas
manifestações populares, do (des)governo – envolvendo a deputada não está sendo levado em
conta. Temer não ver nada de mais em empossar uma ministra imoral e pouca
afeita aos direitos trabalhistas, e mais, talvez a ideia seja essa mesma: após
Ronaldo Nogueira (PTB-RS), ministro que colaborou com a terceirização
irrestrita e a precarização do trabalho, chefiou o enfraquecimento da
fiscalização e combate ao trabalho análogo à escravidão, e aniquilou direitos
trabalhistas com a contrarreforma, vem Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de
corrupto e que demonstra sua preocupação com o Trabalho deixando seu nome na
vala de devedores e exploradores de mão de obra.
![]() |
Imagem: QUADRINSTA (@Quadrinsta no Instagram e no Twitter) |
Enquanto o jogo de interesses está sendo jogado por players
questionáveis, que pensam apenas na aprovação da contrarreforma da Previdência,
o País guarda, e tenta esconder, o ano de 2017 e sua taxa de desemprego
superior a 12%, ou 12,6 milhões de brasileiros- que não são meros números - sem
renda fixa mensal suficiente para nem mesmo sobreviver, e que, de mão atadas,
observam seus nomes – bem inestimável – seguirem para o foço da inadimplência,
onde já estão 62,2% das famílias brasileiras.
Em “combate” a isso, o (des)governo ouviu o mercado
financeiro, da “vermelhinha” (vídeo abaixo), implantou a contrarreforma
trabalhista, terceirizou “geral” e tentou a volta do trabalho escravo. Tudo
isso sob a tutela do deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), que deixou o
Ministério do Trabalho no mesmo dia em que o CAGED – Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados – divulgou números do fiasco da contrarreforma
trabalhista com 12.292 postos de trabalhos formais fechados em apenas um mês. Aliás, Ronaldo deixou o ministério para se
dedicar a campanha de reeleição em outubro. O ex-ministro acredita que o
eleitorado gaúcho o credenciará mais quatro anos no Congresso Nacional.
Vídeo: Reprodução / canal "Publicoffee Comerciais", no Youtube
A posse de Cristiane Brasil está sob julgamento do TRF-2, no
Rio de Janeiro, que expediram liminares impedindo que ela assuma o cargo. Os magistrados
entendem que tanto a nomeação como a posse da deputada fere a “moralidade
administrativa”.
Partindo de visões sobre ética e moral, acredito, a deputada
Cristiane Brasil (PTB-RJ) é a única pessoa capaz de expedir julgamento sobre o
caso. Ela é quem deve decidir entre assumir ou não o cargo. Cabe a ela observar
que, sim, sua nomeação para o Ministério do Trabalho, sendo uma desrespeitadora
de direitos trabalhistas, é imoral.
Se ela sente-se bem com a imoralidade, não importando-se com
seu nome no lamaçal de maus empregadores, que assuma e dê continuidade a
extinção de direitos trabalhistas sob o (des)governo.
Nomes melhores para o cargo existem, mas não próximos ou que
desperte interesse do (des)governo.
Aceitamos
críticas e sugestões. Para isso, deixe sua opinião na seção
"comentários" logo abaixo. Pedimos também que compartilhe, retweete,
republique nosso material pelas redes sociais!
Deixe seu comentário:
0 comments so far,add yours