Pela contrarreforma da Previdência Social, a “Brasil” imoral vale muito, enquanto o Brasil de quase 13 milhões de desempregados “não existe”
 
O descalabro em que se tornou a política nacional, que não discute outros temas que não a corrupção imputada seletivamente a grupos políticos específicos ou as escolhas imorais para compor o resto do desconcerto magistral que Temer impôs no País, não permite descanso e exige constante vigia.
 
Imagem: QUADRINSTA (@Quadrinsta no Instagram e no Twitter)

Em duas semanas deste ainda infantil 2018, a manchete relacionada ao (des)governo parece "piada pronta": deputada escolhida para assumir o Ministério do Trabalho tem histórico de não cumprimento as Leis que ela, em tese, terá de zelar enquanto chefe da pasta do Trabalho no (des)governo Temer. Retrato de que o ano pode ser novo, mas a política, especialmente tratando de ano eleitoral, está longe de mudar ou renovar. 


Filha de Roberto Jefferson – delator, condenado e preso no esquema do Mensalão, e presidente do PTB, legenda escolhida pelo (des)governo para chefiar o Ministério do Trabalho -, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ)  tem dado trabalho ao impopular (des)governo Temer. 
 
Imagem: QUADRINSTA (@Quadrinsta no Instagram e no Twitter)

Nomeada ministra do trabalho, acredito, por imposição de seu pai, homem forte em Brasília, Cristiane tem um passado que contraria sua escolha para o cargo. 


Com nome inserido no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas, a deputada foi condenada em ações trabalhistas por manter empregados sem carteira assinada – agora facultativa com a contrarreforma trabalhista – e em regime de horas acima do previsto por lei. E isso tem movido o imbróglio de sua posse no cargo, incluindo cerimonial com coquetel e petiscos, que ainda envolve votos para a contrarreforma da Previdência Social. 


Para emplacar a contrarreforma da Previdência Social, com cortes de direitos e imposição de uma idade mínima elevada, o (des)governo conta com a bancada, de 16 deputados, do PTB. Por isso, o custo com “desgaste” – termo insuficiente para a grande impopularidade, apesar das poucas manifestações populares, do (des)governo –  envolvendo a deputada não está sendo levado em conta. Temer não ver nada de mais em empossar uma ministra imoral e pouca afeita aos direitos trabalhistas, e mais, talvez a ideia seja essa mesma: após Ronaldo Nogueira (PTB-RS), ministro que colaborou com a terceirização irrestrita e a precarização do trabalho, chefiou o enfraquecimento da fiscalização e combate ao trabalho análogo à escravidão, e aniquilou direitos trabalhistas com a contrarreforma, vem Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de corrupto e que demonstra sua preocupação com o Trabalho deixando seu nome na vala de devedores e exploradores de mão de obra.
Imagem: QUADRINSTA (@Quadrinsta no Instagram e no Twitter)


Enquanto o jogo de interesses está sendo jogado por players questionáveis, que pensam apenas na aprovação da contrarreforma da Previdência, o País guarda, e tenta esconder, o ano de 2017 e sua taxa de desemprego superior a 12%, ou 12,6 milhões de brasileiros- que não são meros números - sem renda fixa mensal suficiente para nem mesmo sobreviver, e que, de mão atadas, observam seus nomes – bem inestimável – seguirem para o foço da inadimplência, onde já estão 62,2% das famílias brasileiras. 


Em “combate” a isso, o (des)governo ouviu o mercado financeiro, da “vermelhinha” (vídeo abaixo), implantou a contrarreforma trabalhista, terceirizou “geral” e tentou a volta do trabalho escravo. Tudo isso sob a tutela do deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), que deixou o Ministério do Trabalho no mesmo dia em que o CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – divulgou números do fiasco da contrarreforma trabalhista com 12.292 postos de trabalhos formais fechados em apenas um mês.  Aliás, Ronaldo deixou o ministério para se dedicar a campanha de reeleição em outubro. O ex-ministro acredita que o eleitorado gaúcho o credenciará mais quatro anos no Congresso Nacional. 

 Vídeo: Reprodução / canal "Publicoffee Comerciais", no Youtube


A posse de Cristiane Brasil está sob julgamento do TRF-2, no Rio de Janeiro, que expediram liminares impedindo que ela assuma o cargo. Os magistrados entendem que tanto a nomeação como a posse da deputada fere a “moralidade administrativa”.


Partindo de visões sobre ética e moral, acredito, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) é a única pessoa capaz de expedir julgamento sobre o caso. Ela é quem deve decidir entre assumir ou não o cargo. Cabe a ela observar que, sim, sua nomeação para o Ministério do Trabalho, sendo uma desrespeitadora de direitos trabalhistas, é imoral. 


Se ela sente-se bem com a imoralidade, não importando-se com seu nome no lamaçal de maus empregadores, que assuma e dê continuidade a extinção de direitos trabalhistas sob o (des)governo. 


Nomes melhores para o cargo existem, mas não próximos ou que desperte interesse do (des)governo. 


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Claudio Porto

Jornalista independente.

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