O Papo na Tailgate dessa semana é com José Eduardo Pereira, de 53 anos, torcedor do Los Angeles, ops, St. Louis Rams. José compartilhou histórias incríveis, que encantariam todos os leitores. Selecionei as melhores histórias e fotografias para resumir essa entrevista – ou bate papo. 

Por que Rams? 

Conheci os Rams no início da década de 80. Costumo dizer que foi o time que me escolheu e não eu a ele. Na primeira vez que vi o uniforme dos Rams, me apaixonei. Foi no filme "O Céu Pode Esperar", com Warren Beatty. Depois, comecei a pesquisar sobre o time na época. 

Era um parto de baleia conseguir informações, mas por sorte, logo depois o Luciano do Valle começou um programa na Band chamado Show do Esporte e ele, como sempre, foi um cara a frente de sua época e trouxe os jogos de futebol americano profissional e universitário e basquete da NBA e, também, as primeiras tevês a cabo chegaram com a ESPN americana (em inglês). Assim começou. 

Desde quando torce? 

Creio que foi no ano de 1982. 

Se considera um apaixonado pelos Rams? 

Não, não me considero um "apaixonado", apenas um fã, um torcedor de longa data. Conheço verdadeiros apaixonados pelo time desde criança, que vão para os EUA todos os anos, que marcam férias em função do calendário da NFL, que brigam com esposa por 10 dias junto com o time todos os anos. Esses são apaixonados. 

Qual o momento mais feliz de sua vida como torcedor? 

Foram dois: O Super Bowl do Greatest Show On Turf e a viagem para St. Louis, em 2014. Conhecer a Rams Family de St. Louis e me tornar amigo pessoal de alguns caras, que se tornaram irmãos, que nos reunimos de 2 em 2 anos. A Brotherhood of The King (em homenagem ao nosso anfitrião em St. Louis, King Ram). Dois deles  estiveram aqui no Brasil, na minha casa. 

Só um complemento: não posso deixar de falar da emoção de entrar no Edward Jones Dome pela primeira vez. Ver o time entrando em campo, escutar o hino (mesmo não sendo o do meu país) e sentir toda aquela energia e o clima que sempre imaginei. É de fazer chorar.  

E o mais triste? 

A saída de St. Louis foi muito triste para mim, porque a maioria dos meus amigos são de lá e tive a oportunidade de estar com eles lá e2014, sentir todo aquele clima na cidade e ver a importância que a franquia tem para a cidade. Impossível não se envolver. E também vi a torcida da dividir, ver o quanto a briga política por trás do jogo destrói uma cidade, muitos empregos se perdem e etc. 

Se fosse General Manager do Los Angeles Rams, o que faria para 2018? 

Primeira coisa: pagar o quanto o Aaron Donald quiser de contrato. Nem pensar em perder ele. Segurar as peças fundamentais da equipe. Não deixar que saiam e fazer um Draft bem pensado. 

Acredita que os Rams podem levantar o troféu Lombardi no Super Bowl LII? 

Acho que para esse ano a missão está mais do que cumprida. 14 anos sem uma temporada vencedora, sem ir para os playoffs. Para esse ano, na minha opinião,  ganhamos o nosso Super Bowl. Se o trabalho continuar sério como está, se os jogadores continuarem alto nível, como estão, se não perdermos nenhuma peça importante do esquema e se a sorte ajudar, porque isso conta também, quem sabe na próxima temporada, ou no máximo na seguinte, teremos um troféu novo na nossa sala de troféus. 

Jared Goff, Sean McVay e Todd Gurley, o que você espera deles? 

O trio deu muito certo esse ano, muito mesmo. Espero que continuem assim. Esse ano, Gurley foi simplesmente de outro planeta. Não tem como definir o que ele fez. Nosso novo Head Coach, McVay, soube extrair o melhor de cada jogador depois de amargurarmos anos na retranca e medo de arriscar do Fisher. 

É animador o que esse garoto es fazendo. Dois quarterbacks, que nas mãos de Fisher eram apáticos, esse ano brilharam. Além de GoffKeenum está fazendo um ótimo trabalho nos Vikings. 

Seus maiores ídolos? 

Não vou colocar por ordem de importância, porque cada um teve a sua e cada um em sua época, ok? Marshall Faulk, Isaac Bruce, Torry Holt, Eric Dickerson, Kurt Warner, Steven Jackson... Esses marcaram muito minha vida de torcedor. Mais recentemente, gostava muito do James Laurinaitis e Chris Long. 

O que achou da saída de St. Louis para Los Angeles? 

Já falamos, né? Foi um balde de água fria. 

De todas suas histórias, se fosse contar apenas UMA, qual seria? 

Toda a viagem que eu fiz em 2014 seria a memória mais importante, que eu teria para contar, porque não dá pra escolher um momento, porque foram 10 dias muito legais.

Primeiro que foi a reunião de 10 anos, de países diferentes que se reuniram, fora o pessoal lá de St. Louis. Desses 10 anos, 3 se tornaram íntimos a ponto de virem aqui pro Brasil. O argentino tá toda hora aqui, se tornou irmão. Ele, quando não tá aqui, eu estou na Argentina. O americano David King, que é o King Ram, já teve oportunidade de estar aqui no Brasil em minha casa de praia. No ano que vem (no ano que vem, vou dizer, porque será 2019) iremos todos nos reunir na Argentina. Isso tudo é muito importante. A gente se tornou amigos mesmo, íntimos, nos tornamos uma família. Então, toda a viagem em si foi muito legal. 

Foram dois jogos. Um contra o San Francisco 49ers, que foi até um reencontro do pessoal do Greatest Show On Turf, que foi uma homenagem, mas perdemos. E o outro contra o Seahawks, que ganhamos. Foi muito legal. Foi muito bacana, tudo, tudo. 

Mas, acho que o momento, que posso separara história mais legal, foi sentar na mesa de uma lanchonete. Tenho fotos disso, tenho vídeos... Conhecer o nosso técnico Jim Hanifan, conhecer o D'Marco Farr por mais de 1 hora.  

Bater papo, ouvir histórias deles. Esse Jim Hanifan é um senhor de 80 e tantos anos, que agora já está com a saúde bastante debilitada. Mas em 2014, que foi a época em que eu conheci ele, era uma pessoa super lúcida. Que conhece tudo de tudo quanto é esporte, não só sobre futebol americano. Falou coisas interessantíssimas sobre o Brasil. Conhece muito sobre o Brasil, sobre o futebol do Brasil. Foi uma conversa muito legal. Poder pegar o anel da mão desse homem e segurar na mão, foi uma coisa fantástica. Eu tremia que nem gelatina. Você não sabe a emoção que é ter um anel do Super Bowl na sua mão. Foi fantástico. 

Acho que essa história é a que eu vou guardar para sempre – pela oportunidade de estar com dois ícones do futebol americano na minha frente, ter o anel do Super Bowl na minha mão, ver a simplicidade de duas pessoas tão importantes, conversando com a gente, como se fossem gente como a gente. Esse foi o topo da viagem.  


Nessa edição do Papo na Tailgate, não tivemos o Quebrando Tackles, o bate pronto tradicional do quadro. O motivo é simples: deixar espaço para essas incríveis fotos a seguir. Agradeço imensamente ao José pela disponibilidade, educação e dedicação para contar suas incríveis histórias. 


















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