Temer e corja terão ainda mais um ano. Sem clichê, a luta está apenas começando e tem datas estratégicas em 2018

De chacinas no sistema prisional e morte enigmática de ministro do Supremo, passando por grampos, em escala piores que o “bessias” de 2016, e aniquilação, com aval do “gigante dorminhoco”, de direitos trabalhistas, o ano 17 deste século termina com a República Federativa do Brasil tendo como chefe-maior, um absolvido duas vezes, quando incomodado com pedidos por investigação da Procuradoria-Geral, e, com a caneta à mão, assinando decretos que apontam para um 2018 ainda mais “temerário” ao povo brasileiro.

Como últimas medidas deste terrível 2017, Temer, chefe do (des)governo, definiu o salário mínimo para 2018 e editou uma Medida Provisória que impede, torna inconstitucional, a proibição de privatizar a Eletrobrás. 

O salário mínimo, desde 2011 reajustado com base no INPC e PIB acumulado nos últimos 12 meses, e com Lei próxima de tornar-se obsoleta, seria reajustado em 2018, à princípio, para 969,00 reais. O ministro do Planejamento do (des)governo, Dyogo Oliveira, podendo cortar de vários outros setores, resolveu tirar 4,00 reais, que serviria para uma condução na cidade do “gestor”, e reduziu o reajuste de 969,00 reais para o 965,00 reais. Não contente, o nosferatu que preside o Brasil, fixou o salário mínimo de 2018 em 954,00 reais, reajuste de 1,81%, o menor em 24 anos, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – o Dieese.
Imagem: QUADRINSTA (@Quadrinsta no Instagram e no Twitter)
O (des)governo diz que economiza 3,1 bilhões de reais com o reajuste pífio no salário, que serve como base de cálculo de benefícios para 45 milhões de brasileiros. A comemoração pela “economia” ficou por conta do articulador do (des)governo, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), parceiríssimo do deputado cassado e preso, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que terá recursos suficientes para aliciar congressistas favoráveis à aprovação da “contrarreforma” – pelo meu editor-chefe – da Previdência Social.

O dito ministro do Planejamento Dyogo Oliveira, que só é ministro por estarmos sob o (des)governo, não mostrou-se tão zelador com o tal planejamento quando o presidente Temer usou de 32 bilhões de reais em recursos públicos, incluindo anistias à dívidas históricas e bilionárias -  em longo prazo -, ou iniciou a comercialização do patrimônio brasileiro em nome de sua defesa e por interesses escusos do tal “mercado”.
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Representando 0,2% da população, o tal mercado sobretudo e todos ditou os caminhos do País em 2017, não importando-se com 26 milhões de brasileiros(as) subempregados(as) – trabalhadores(as) sem seguridades sociais– e 12,6 milhões de brasileiros(as) desempregados(as). De presente, o (des)governo deu a inserção da Petrobrás na Bolsa de Valores, e a definição das taxas da empresa baseada em seus inconstantes índices, por isso 30% de reajuste no valor dos combustíveis em apenas seis meses; o tal "mercado" conseguiu, ainda, que o (des)governo realizasse leilões de áreas do Pré-Sal, na conhecida Amazônia Azul, e a venda de linhas de transmissão de energia, ambos ao capital estrangeiro. Para 2018, ele pede “bis”. 


Não contente com apenas a contrarreforma trabalhista aprovada, que obviamente não daria – e não deu – certo, tanto que 12.292 postos de trabalho foram fechados no primeiro mês com ela em vigor e o agora ex-ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, pediu para “sair”, o tal “mercado” pressiona o (des)governo pela a da Previdência Social, e a extinção de mais um programa social sob esta administração. 
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Para tanto, movimentos sociais organizados e alguns coletivos da sociedade civil prometem um 2018 de mais luta e resistência.

O aumento nas tarifas do transporte público em São Paulo, anunciado pelo “gestor” e seu padrinho, acordou movimentos como o Movimento Passe Livre, que marcou para quinta-feira 11 de janeiro uma manifestação na capital paulista. 

Para 24 de janeiro, todo o lado progressista do Brasil coloca-se em apoio ao ex-presidente Lula contra a faceta jurídica do (des)governo, que tem integrantes em todos os poderes e esferas do País, e a tentativa de tirá-lo do pleito em outubro.

O ex-presidente, que lidera todos os cenários apresentados pelas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais, tem sido alvo de clara e manifesta perseguição de setores organizados que tentam, mas não conseguem, imputá-los crimes que mostram-se frágeis, cheios de falhas e suposições, além ausentes de material probatório. 

E, ao menos por enquanto, está sobre a data de 7 de outubro o peso de ser o dia em que o País iniciará a mudança, determinará o fim ou continuidade do (des)governo. O domingo, ao menos por enquanto, de eleições gerais marcará os próximos quatro anos. Os próximos quatro anos de uma sociedade que sempre sonhou e cultuou um futuro de crescimento, desenvolvimento e sucesso, bem diferente do qual caminha hoje, a passos largos, de desigualdade e injustiça imperativos. 

A escolha de deputados estaduais e federais, governadores, senadores e o(a) presidente(a), definirá o futuro a partir de 2019, até lá, resta-nos a luta e resistência, incluindo a defesa para que todos participem do pleito, ou melhor, para que tenhamos um pleito com debate de ideias. 

Apesar de utópico para o momento, o debate de ideias é a saída para o atual estado inanição política. E ele começa não com a polarização, mas com a análise dos reais problemas, e nada melhor que um novo ano para isso. A página “1/365” bate à porta convocando à luta.  

Feliz Ano Novo! 


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Claudio Porto

Jornalista independente.

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