Vamos acompanhar
semanalmente o mandato do prefeito tucano João Dória à frente da Prefeitura de
São Paulo. O Gestor, como ele bem frisa, terá muito trabalho no comando da
maior cidade da América Latina, e estaremos atentos a todas as suas ações.
Portanto, todo sábado, traremos aqui um compilado do que o mandatário realizou
em suas atribuições.
31ª Semana De fogo
“Antropofágico” à “anti-lula”
Dória
ainda estava na China quando uma equipe, entre GCMs e agentes de zeladoria,
cumprindo suas ordens, retirava moradores ocupantes da área sob o viaduto 13 de
maio, no Bixiga, Centro da cidade.
Próximo ao Teatro Oficina,
pioneiro em encenações antropofágicas, a “Maloca do Jaceguay” com suas 50
famílias, aproximadamente 200 pessoas, viram seus poucos bens incendiados ainda
na madrugada de sábado (29) por conta de mais uma fase do programa Cidade Linda. Diferente daquele promovido
pelo próprio prefeito em suas redes sociais, em que não enfrenta populares
temendo a opinião pública e se limita a pintar guias e reparar calçadas, a ação
de sábado não mereceu, nem mesmo, uma nota oficial ou comentário de Dória. Os
moradores estão recebendo doações com o Teatro
Oficina servindo de ponto de coleta.
A
semana ainda reservou o início daquelas denúncias jornalísticas envolvendo as
velhas artimanhas e trambiques na Prefeitura. Em reportagem divulgada pela
rádio CBN, na segunda (31), pelo jornalista Pedro Durán, revelou que fiscais de
prefeituras regionais estavam trocando propinas por facilidades na fiscalização
de publicidade ilegal, aquelas que infringem as regras do “Cidade Limpa”.
Fiscais que, agora foram afastados e exonerados, mas que chegaram a estes
postos há pouco tempo, nem mesmo 31 semanas. De acordo com a reportagem, 25
pessoas estavam envolvidas no esquema que, numa semana, somente na região da
Sé, girava R$ 400 mil em propinas. Num trecho da matéria, o ex-chefe de
gabinete da Lapa, Dalvo Rodrigues Silva, diz que na “Prefeitura se você pagar tá aberto”. Nada de novo, quando
analisamos as tratativas entre o prefeito e seus parceiros da
“iniciativa”.
Por falar em “iniciativa”, os planos para a construção da
“Nova Luz” sem se ater a questão dos dependentes químicos que ficavam na região
da Cracolândia, de longe não deu
certo. Os dependentes seguem como andarilhos pelas praças do Centro. Acuados
pelos militares de Dória, a GCM, eles promovem enfrentamentos como na segunda
(31) e terça-feira (01), quando os agentes de segurança barraram o retorno dos
usuários para o cruzamento da Alameda Dino Bueno e rua Helvética, onde eles
ficavam antes da operação desorganizada do dia 21 de maio.
Numa reunião na terça-feira (01), o prefeito João Dória
anunciou a compra por parte do grupo israelense Gazit do edifício Mappin,
defronte ao Theatro Municipal, no
Centro. O prédio, que já foi um dos mais frequentados no século passado por
conta da loja de departamentos Mappin,
será uma extensão do shopping Light,
já administrado pela Gazit,
localizado no lado oposto da esquina da Xavier de Toledo com o Viaduto do Chá. Shopping
Light que é sempre muito bem
frequentado e cobra R$ 2,00 para o uso de seus sanitários.
Enquanto o prefeito anunciava suas parcerias, o jornalístico
SPTV, da TV Globo, sem muito esforço,
denunciou na edição de quinta-feira (03), o descaso no atendimento do Centro de
Referência de Assistência Social (CRAS) de Itaquera, na Zona Leste. A
reportagem mostrou que, para serem atendidas, as pessoas passam parte da
madrugada em filas. Boa parte dos atendimentos são relacionados aos programas
sociais do governo federal como o Bolsa
Família. A secretaria de assistência e desenvolvimento social, capitaneada
pelo empresário Filipe Sabará, enviou uma nota a TV Globo comentando que o
número de atendimentos aumentou na unidade de Itaquera. Talvez o secretário não
saiba, mas estamos afundados em uma crise moral, política e financeira, na qual
pessoas estão desempregadas e, pior, desesperançadas.
Na volta do Olho no
Olho, Dória recebeu a jornalista Joice Hasselmann, da rádio Jovem Pan. Enquanto o prefeito transmita
seu “progamete” pelo Facebook,
estudantes realizavam o 3º ato contra as limitações no Passe Livre Estudantil. Os manifestantes chegaram a levar uma
catraca dourada, o prêmio “CATRACA de OURO”, a residência do prefeito no Jardim
Europa, Zona Sul da cidade.
O prefeito João Dória, que curiosamente sempre recebe seu
salário antes de todos, doou seu 7º pagamento ao Clube de mães do Brasil. No valor de R$ 17.938,00, o cheque foi
entregue pelo prefeito com a presença da ex-secretária e vereadora Soninha
Francine (PPS-SP). Soninha que, até abril, coordenava os trabalhos da pasta de
Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura, quando foi trocada pelo seu
então secretário adjunto, Filipe Sabará, o mesmo já citado neste artigo.
Filipe, que já tinha se envolvido em polêmica quando comprou passagens para
enviar um dependente químico de volta à sua terra, na 24ª Semana, agora, enviou
uma notificação a todas as unidades submetidas à secretaria impedindo os
servidores de falar com a imprensa sem autorização prévia.
O prefeito encerrou a semana recebendo um presente da Istoé. A revista dedicou sua matéria de
capa, dessa semana, a Dória, definido por ela como “a maior novidade da política brasileira” por apostar “na gestão contra as velhas práticas”. A
capa ainda traz a manchete “O Procurador-geral do PT” comentando suposta parcialidade do procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, em, segundo a manchete, “usar dois pesos e duas medidas: protege petistas e persegue seus
adversários”.
Fiscalize conosco o Prefeito na página da Coluna "Mais SP" do JC! (Clique)
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