Vamos acompanhar
semanalmente o mandato do prefeito tucano João Dória à frente da Prefeitura de
São Paulo. O Gestor, como ele bem frisa, terá muito trabalho no comando da
maior cidade da América Latina, e estaremos atentos a todas as suas ações.
Portanto, todo sábado, traremos aqui um compilado do que o mandatário realizou
em suas atribuições.
29ª Semana De hipocrisia no
portão de casa à terra de Mao
A
transição da 28ª para a 29ª semana não foi lá muito boa para o prefeito João
Dória que, há algumas semanas, anda, no popular, “metendo os pés pelas mãos”. O
prefeito teve sua casa cercada, em parte da manhã de sábado (15), por
manifestantes do Levante da Juventude
Popular que, entre outros temas, levaram a pauta das mudanças no Passe Livre Estudantil para uma
discussão republicana com Dória. Como o prefeito que governa a todos, inclusive
aqueles que, para ele, são “esquerdistas” e “lulistas”, não compartilhou do
mesmo pensamento de diálogo, os manifestantes picharam o muro da casa de Dória
com os dizeres “SP não está a venda”
em protesto as ações de desestatização da Prefeitura. Após o imbróglio, o prefeito correu às redes
para difamar os não ouvidos por ele.
À
tarde, quase noite de sábado (15), o prefeito voltou às redes para gravar
outro, mas agora, para agradecer alguns jovens integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), os
censores de planos pedagógicos, por terem ido até a casa de Dória pintar de
branco a pichação feita pelos, também, jovens do Levante pela manhã. No vídeo, Dória rasga elogios, sem citar o MBL para não dar na cara, e cometeu o
disparate de falar que a porta de sua casa não é lugar para, entre outras
coisas, revanchismo. Ora, passar a semana agradecendo a todos os deuses pela
condenação do ex-presidente Lula e gravar dois vídeos difamando o contraditório
seria o quê se não revanchismo? Se analisarmos bem, ele começa a derrapar
também naquilo em que parecia dominar muito bem: a comunicação.
O
prefeito aproveitou a segunda (17) para inaugurar o segundo Centro Temporário de Acolhimento (CTA) com
capacidade para 260 moradores em situação de rua. Estes Centros de Acolhimento são as alternativas encontradas por Dória para
o seus tão promovidos e, hoje, quase esquecidos Espaços Vida.
Na
terça (18), “rolou” em pouquíssimos canais de informação (blog O Antagonista, e Coluna Estado) a divulgação de um levantamento do Instituto de Pagamentos Especiais de São
Paulo, o Ipesp, sobre a
administração de João Dória. Os números dão conta que 62% dos entrevistados
aprovam o modo Dória de gerir a cidade. A informação só foi encontrada nesses
portais, sem mesmo ter sido confirmada, ao menos em seu site, pelo Ipesp, divulgado como sendo o promotor
do levantamento.
Dória
ainda aproveitou a terça (18) para confirmar o elevado montante de doações já
realizadas pela iniciativa privada à Prefeitura. O prefeito diz que R$ 688
milhões já foram doados. Na 27ª Semana, ele atacou um jornalista da Folha que, numa reportagem, compilou
todas as doações realizadas e mostrou que elas, sem sempre, são como publicadas
nas redes sociais do prefeito.
O
frio que atingiu a cidade, fortemente entre a terça (18) e quarta (19), trouxe
um vapor quente e aterrorizador para Dória. Em tempos de temperaturas baixas,
as preocupações se voltam aos moradores em situação de rua. Eles, resultados de
políticas públicas equivocadas, já sofrem por estarem ali, as margens (ou não,
já que esta realidade é de conhecimento de todos) da sociedade. Na manhã de
quarta (19), a equipe de reportagem da rádio CBN, rondava a região da Praça da Sé, no Centro, acredito, se
preparando para cobrir a missa de sétimo dia do carroceiro morto por PMs,
Ricardo Nascimento, na Catedral da Sé, relatou que, assim que funcionários de
limpeza a serviço da Prefeitura chegaram para lavar a Praça, moradores teriam
sido molhados por jatos d’agua, assim como cobertores. Mesmo a reportagem
frisando que os jatos não foram direcionados aos moradores, a imprensa
repercutiu como sendo e Dória teve que, novamente, publicar um vídeo descabido
em suas redes. No vídeo, o prefeito voltou a atacar jornalistas e, num trecho,
ele mostra canais de mídia independente insinuando que eles difundem, por ser o
contraditório, ataques à administração de Dória.
O
prefeito correu para entregar cobertores e elaborar um espaço, emergencial,
para guarnecer os moradores contra a “friaca”. Na entrega dos cobertores,
Dória, máster em autopromoção, com o “kit” de cobertores e produtos de
higiene pessoal em mãos, posou sorrindo como se nada houvesse, destratando a
polêmica e o contexto de emergência que toda a quarta (19) apresentou desde as
primeiras horas.
Na quinta (20), lá estava Dória no seu Olho no Olho com a participação, esta semana, da jornalista Vera
Magalhães, do Estado, jornal
prestigiado pelo prefeito. Aliás, desde a semana em que discutiu com um
repórter da Folha¸ Dória só comenta e
republica matérias vinculadas no jornal de Vera. O prefeito, ainda na quinta
(20), divulgou números atualizados do programa Trabalho Novo. A prefeitura diz que 1.045 pessoas em situação de
rua estão trabalhando em empresas parceiras do programa. Contrariando ela
mesma, a Prefeitura confirma que existem 10 mil vagas disponibilizadas nas tais
“parcerias”, mas há moradores de rua que passaram pelo processo de capacitação,
um total de 2.425 pessoas, e não encontraram vagas.
No último dia útil da semana, Dória acordou cedo para
inaugurar a recuperação da praça dos libaneses, na Zona Sul. Próxima à sede da TV Globo, a praça foi uma reivindicação
da emissora através de seu telejornal local Bom
dia SP. No ato da entrega, Dória, obviamente, lembrou-se dos
reivindicadores como se estivesse pagando uma “dívida”.
O prefeito viajou, ainda na noite de sexta (21), para a
China, onde se encontrará com investidores e participará de algumas palestras.
Dória passará cinco dias em terras de Mao comercializando a cidade com o seu
programa de desestatização.
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