Vamos acompanhar semanalmente o mandato do prefeito tucano João Dória à frente da Prefeitura de São Paulo. O Gestor, como ele bem frisa, terá muito trabalho no comando da maior cidade da América Latina, e estaremos atentos a todas as suas ações. Portanto, todo sábado, traremos aqui um compilado do que o mandatário realizou em suas atribuições.

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27ª Semana De tucano dos tucanos à indigesto com a Folha



É nítido, está nos “olhos” como falam por aí, o desejo de Dória em iniciar, de fato, sua campanha à presidência no próximo ano. Mas parece que antes disso ele espera ser o maior dos “tucanos”.  Desta vez, o prefeito preferiu declarar, abertamente, que o senador “aliviado” pelo STF, Aécio Neves, não deve voltar à presidência do PSDB e que a antecipação da Comitiva Nacional, que define o organograma do partido, é o caminho mais coerente.  Enquanto ele se preocupa com o futuro de seu partido, a cidade completa 6 meses de uma administração que já mostrou a que veio: privatizações indiscriminadas, papo furado de “rombos” e, muita polêmica e publicidade. 


Foram seis meses, ou 27 semanas, de muitas ações, minimamente, polêmicas. Dória esteve à frente de decisões, muitas monocráticas, que influenciaram e, certamente por haver ainda mais 3 anos de gestão, influenciarão no cotidiano do paulistano. Os primeiros seis meses mostraram que ter um empresário comandando a Prefeitura não é lá tão diferente de qualquer outra administração liberal em que pouco importa o orçamento anual, já que as amizades, com suas parcerias, sustentam os interesses, não da Prefeitura, mas de seu representante, o prefeito. Aliás, este é outro ponto a destacar nesses seis meses. Dória tem gerido a cidade sob o viés pessoal. Fazendo o que lhe vem a cabeça sem discussões ou, mesmo, conversas. 


Logo nas primeiras semanas, Dória iniciou uma desgastante briga com grafiteiros e pichadores. Quando a poeira abaixou e todos acreditavam já estar resolvido este imbróglio, o prefeito ajustou seu “front” em direção ao ex-presidente Lula. Foram algumas semanas de ataques desmedidos contra o ex-presidente até Dória sentir que o “feedback” planejado por sua equipe de marketing , consolidar o nome do prefeito nas pesquisas de intenção de voto à Presidência ano que vem, não deu muito certo, em alguns casos, o impacto reverso foi nítido. Assim que os ataques começaram, o prefeito viu seu nome cair em pesquisas, ainda precoces, de intenção de voto no próximo ano. Há um tempo, Dória não fala, cita ou rasga o verbo contra o ex-presidente Lula. 


Após grafiteiros, pichadores e Lula, estudantes do ensino infantil e fundamental I e II estiveram nas miras “dorianas”. O prefeito realizou mudanças na entrega de leite pelo Leve Leite, decidiu acabar com as brinquedotecas e retirou de alguns o serviço de transporte escolar. Dória ainda mudou as regras do Passe Livre para estudantes que exercem alguma função remunerada com direito ao Vale Transporte. Até as mudanças, a dedução dos créditos destes estudantes seguia a sequência Passe Livre – Vale Transporte. O estudante, primeiro, usava as cotas do Passe Livre para depois começar a debitar o saldo do Vale Transporte. Com as mudanças, segundo a Prefeitura, inverteu-se a sequência. Mas, há casos de estudantes que não estão conseguindo ter acesso ao Passe Livre¸ mesmo após o término do saldo do VT. 



Descontente com todos estes acintes, Dória não se conteve e, enquanto rolava a Virada Cultural¸ ele o governador Geraldo Alckmin, até pouco tempo seu padrinho, invadiram a Cracolândia com quase 1000 agentes de segurança para mandados de busca e apreensão de traficantes e drogas. Nenhum traficante foi preso e drogas, obviamente por se tratar da Cracolândia¸ foram apreendidas. Os usuários se espalharam e, hoje, graças à ação desmedida da Prefeitura e do governo do estado, aumentaram seu espaço pelo Centro da cidade. Na sexta-feira 19 de maio, dois dias antes da operação na Cracolândia, Dória se encontrou com o urbanista e ex-governador do Paraná, Jair Lerner, para discutir a reurbanização daquela área. 


Esta semana, a notícia de que a favela do Moinho, localizada no meio dos trilhos da CPTM, no Centro, será removida pela Prefeitura nos deixa apreensivos em relação aos próximos seis meses. Ela acredita vir dali as drogas comercializadas nas, agora, muitas Cracolândias. Para o prefeito, remover favela e apoiar um Governo que sucateia, entre outras coisas, Polícia Federal e Rodoviária Federal, responsáveis ao lado das Forças Armadas pela segurança das fronteiras por onde entra boa parte dos alucinógenos, extinguirá o tráfico de drogas e, consequentemente, a Cracolândia. Dória “brisa” e este panorama é traçado paralelo aos fatos reportados pela TV Globo em seus telejornais locais esta semana. Os telejornais traçaram um, também, panorama destes seis meses do prefeito. Entre outros temas: as poucas ações na área saúde com as “corujas” (Corujão da Saúde e Cirurgia), muitas parcerias com empresários, a mais polêmica com Sidney Oliveira e outros farmacêuticos, a mobilidade, ou falta dela, com as poucas melhorias no transporte coletivo e a retirada de muitas ciclovias, e ainda algumas promessas de campanha que não tem, nem mesmo, perspectiva de que sejam colocadas em prática.


Semana de pagamento e o prefeito João Dória, como de praxe, doou o seu 6º salário à uma instituição filantrópica. Desta vez, as freiras do departamento de oncologia do hospital Santa Marcelina receberam o cheque de pouco mais de R$ 17 mil referentes ao salário de junho de Dória.

O prefeito esteve ao lado de Léo Chaves, cantor da dupla Victor e Léo, para discutir os problemas da cidade no Olho no Olho, programa de Dória no Facebook. Agora, o cantor pode se vangloriar de estar no seleto grupo de borboletas do jardim de Dória.   


Na sexta (07), o prefeito, assim como na última semana, apareceu com uma edição impressa da Folha de S. Paulo em mãos fazendo publicidade de mais uma reportagem do jornal. Diferente de semana passada, quando o prefeito fez a promoção de uma matéria sobre o programa Trabalho Novo da Prefeitura, desta vez ele se irritou com o jornalista Artur Rodrigues pela reportagem “Doações prometidas por Dória empacam”, publicada na edição de sexta (07). Dória, em vídeo publicado nas redes sociais, citou o PT, supondo que o jornal só publica matérias como as do Arthur por estar surpreso com a, segundo o prefeito, “política pública diferenciada”. Para Dória, eles estão acostumados com as parcerias do PT. “Viram aquilo que o PT faz ao longo de sua existência, que é pedir, roubar e comprometer”.  Ao final do vídeo, o prefeito ainda mandou o jornalista “pesquisar melhor”


A matéria trata dos muitos equívocos do prefeito em anunciar e comemorar doações que, de acordo com a apuração da reportagem, baseada em dados da própria Prefeitura, não chegaram a ser efetivadas. Segundo o texto do Artur, há doações que não são, nem mesmo, de conhecimento dos tais “doadores”, outras que só foram promovidas e muitas com valores modificados, mostrando que elas não são como Dória publica nas redes. 

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Claudio Porto

Jornalista independente.

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