Olá fãs da velocidade! Mês de junho é sempre o mês de uma das mais lendárias provas do automobilismo mundial, as 24 Horas de Le Mans. Realizada desde a década de 1920 no traçado do Circuit de La Sarthe, que mescla parte do circuito Bugatti com partes de rodovias locais, a prova sempre apronta das suas surpresas, e nesse ano o que mais vimos na França foram reviravoltas. No final, quem se deu bem pela terceira vez seguida e pela 19ª vez na história foi a Porsche, que com o carro #2 saiu do 57º lugar para a vitória no traçado francês! E a prova também foi excelente para os brasileiros, com presença garantida nos pódios de várias categorias. O JC traz agora o que de melhor aconteceu nas 24 Horas de Le Mans 2017:
Nas primeiras horas de prova, o que se viu na LMP1 foi um domínio da Toyota, que manteve constantemente o #7 de Conway/Kobayashi/Sarrazin na liderança. Quem vinha em segundo era o Porsche #1, guiado por Jani/Tandy/Lotterer. Na terceira e quarta posições vinham, respectivamente, o #8 e o #9 da Toyota, enquanto o outro P1 de fábrica, o Porsche #2, de Bernhard/Hartley/Bamber, ocupava a 57ª posição geral, depois de ficar quase uma hora parado nos boxes.
Nas demais categorias, os brasileiros faziam prova consistente desde o início! Nelsinho Piquet, junto com Mathias Beche (SUI) e David Heinemeier Hansson (DIN), revesava a liderança da LMP2 com os demais Oreca da pista, incluindo outro brasileiro, André Negrão (este que vinha de Alpine e dividia o cockpit com Nelson Panciatici (FRA) e Pierre Ragues (FRA)). Ainda na P2, Bruno Senna também vinha bem com seu Oreca, até perder muito tempo nos boxes devido à problemas mecânicos. Estreando em Le Mans, Rubens Barrichello guiou pela equipe holandesa Racing Team Nederland, mas nunca esteve próximo dos líderes. Em entrevista depois da prova, Rubens afirmou ter adorado a experiência, e disse que quer voltar. Amante da velocidade como é, certeza que Barrica deve pintar ainda por muitos anos em Sarthe.
A noite caía em Le Mans, e enquanto o trio do brasileiro Daniel Serra e dos britânicos Darren Turner e Jonathan Adam lutava pela ponta na GTE-Pro, o improvável acontecia lá na frente, na LMP1. Em menos de uma hora, a Toyota teve problemas em todos os três carros! O #8 de Buemi/Nakajima/Davidson teve problemas nos freios enquanto parado nos boxes, já o #9 e o #7 tiveram graves falhas e sequer conseguiram retornar à garagem, caracterizando o abandono. Com mais de uma hora perdida, o #8 voltava na 52ª posição geral, há 29 voltas do líder, o Porsche #1 (único LMP1 sem problemas até então) e com a certeza de que, mais uma vez, a Toyota sairia de Le Mans sem o tão esperado título.
O choro nos boxes japoneses contrastava com a contida alegria nos boxes alemães. O Porsche #1 liderava agora com 9 voltas de vantagem para o Oreca #38 de Ho-Pin Tung (HOL)/Thomas Laurent (FRA) e Oliver Jarvis (GBR), líder da LMP2! Só mesmo uma falha mecânica tiraria o título dos alemães...
Mas Le Mans é mesmo o lugar aonde absolutamente tudo pode acontecer. Restando menos de quatro horas para o fim da prova, o Porsche #1 simplesmente parou no meio do circuito! Fim de prova para o carro alemão, e quem lidera a classificação geral agora é o LMP2 da Jackie Chan Racing!
Mas se engana quem acha que tudo estava definido. Lembram do Porsche #2, que figurava em 57º? Pois bem, ele seguiu intacto desde então, e agora ocupa a segunda posição geral, e tem três horas e meia para descontar duas voltas do líder LMP2! Uma missão que exige muita precisão, mas longe de ser impossível para carros de extrema precisão como os LMP1, e claro, para pilotos de muita capacidade.

Com pouco mais de uma hora para o final de prova, Timo Bernhard ultrapassa o Oreca #38 e assume a liderança para não mais perdê-la! Vitória sensacional, que marca o sucesso do retorno da Porsche para o WEC. Terceiro título seguido em Le Mans, 19º em toda a história. Tem que respeitar demais esses alemães...
Mas a ação ainda não acabou! Mesmo com a LMP2 definida, a luta na GTE-Pro durou até a última volta! Desde os últimos 50 minutos de prova, Jonathan Adam (Aston Martin #97) e Jordan Taylor (Corvette #63) seguiam colados um no outro, com o Vette na frente. No penúltimo giro, Taylor errou o ponto de freada e passou reto numa das chicanes da reta Mulsanne, o que ocasionaria um furo de pneu! Taylor até tentou segurar, mas quando abriu a última volta o pneu estourou completamente, deixando o caminho livre para o triunfo de Adam/Turner/Serra! E o erro de Taylor acabou lhe custando até mesmo o segundo lugar, ocupado pelo Ford #67 dos britânicos Harry Tincknell e Andy Priaulx e do brasileiro Pipo Derani! Pódio duplo para o Brasil na GTE-Pro.
O balanço final ficou assim:
Na LMP1, vitória do Porsche #2, com o Toyota #8 (que terminou em 9º na geral) em segundo. Apenas esses dois carros completaram a prova;
Na LMP2, vitória do Oreca#38 de Tung/Laurent/Jarvis, com o Oreca #13 de Nelsinho/Beche/Hansson em segundo e o Oreca #37 de Cheng (EUA)/Gommendy (FRA)/Brundle (GBR) em terceiro;
Na GTE-Pro, primeiro lugar para o Aston Martin #97 de Serra/Adam/Turner, segundo posto para Priaulx/Derani/Tincknell do Ford #67 e terceiro lugar para o Corvette #63 de Taylor (EUA)/García (ESP)/Magnussen (DIN);
Por fim, na GTE-Am, vitória da Ferrari #84 do ex-F1 Will Stevens (GBR)/Robert Smith (GBR)/Dries Vanthoor (BEL). Completaram o pódio a Ferrari #55 dos britânicos Duncan Cameron e Aaron Scott, além do italiano Marco Cioci, e a Ferrai #62, dos norte-americanos Townsend Bell, Bill Sweedler e Cooper MacNeil.
Mais uma vez, Le Mans nos presenteia com uma prova fantástica. Depois do drama da Toyota no ano passado, dessa vez a Porsche também sentiu o gostinho do que é perder uma corrida praticamente ganha. Mas os alemães não se renderam, deram tudo o que podiam e acabaram com uma das maiores reviravoltas do esporte a motor no mundo. E essa é a alma do automobilismo: ganha quem é rápido, mas só ganha quem chega no final.
*ATUALIZAÇÃO: na tarde desta segunda-feira (19/06), o Oreca #13 (de Nelsinho Piquet), foi desclassificado da prova por alterações ilegais durante a corrida. Com isso, o Alpine A470 #35 de Nelson Panciatici/André Negrão/Pierre Ragues herdou o 3º lugar no pódio da LMP2.
Nas primeiras horas de prova, o que se viu na LMP1 foi um domínio da Toyota, que manteve constantemente o #7 de Conway/Kobayashi/Sarrazin na liderança. Quem vinha em segundo era o Porsche #1, guiado por Jani/Tandy/Lotterer. Na terceira e quarta posições vinham, respectivamente, o #8 e o #9 da Toyota, enquanto o outro P1 de fábrica, o Porsche #2, de Bernhard/Hartley/Bamber, ocupava a 57ª posição geral, depois de ficar quase uma hora parado nos boxes.
Nas demais categorias, os brasileiros faziam prova consistente desde o início! Nelsinho Piquet, junto com Mathias Beche (SUI) e David Heinemeier Hansson (DIN), revesava a liderança da LMP2 com os demais Oreca da pista, incluindo outro brasileiro, André Negrão (este que vinha de Alpine e dividia o cockpit com Nelson Panciatici (FRA) e Pierre Ragues (FRA)). Ainda na P2, Bruno Senna também vinha bem com seu Oreca, até perder muito tempo nos boxes devido à problemas mecânicos. Estreando em Le Mans, Rubens Barrichello guiou pela equipe holandesa Racing Team Nederland, mas nunca esteve próximo dos líderes. Em entrevista depois da prova, Rubens afirmou ter adorado a experiência, e disse que quer voltar. Amante da velocidade como é, certeza que Barrica deve pintar ainda por muitos anos em Sarthe.

O choro nos boxes japoneses contrastava com a contida alegria nos boxes alemães. O Porsche #1 liderava agora com 9 voltas de vantagem para o Oreca #38 de Ho-Pin Tung (HOL)/Thomas Laurent (FRA) e Oliver Jarvis (GBR), líder da LMP2! Só mesmo uma falha mecânica tiraria o título dos alemães...
Mas Le Mans é mesmo o lugar aonde absolutamente tudo pode acontecer. Restando menos de quatro horas para o fim da prova, o Porsche #1 simplesmente parou no meio do circuito! Fim de prova para o carro alemão, e quem lidera a classificação geral agora é o LMP2 da Jackie Chan Racing!
Mas se engana quem acha que tudo estava definido. Lembram do Porsche #2, que figurava em 57º? Pois bem, ele seguiu intacto desde então, e agora ocupa a segunda posição geral, e tem três horas e meia para descontar duas voltas do líder LMP2! Uma missão que exige muita precisão, mas longe de ser impossível para carros de extrema precisão como os LMP1, e claro, para pilotos de muita capacidade.

Com pouco mais de uma hora para o final de prova, Timo Bernhard ultrapassa o Oreca #38 e assume a liderança para não mais perdê-la! Vitória sensacional, que marca o sucesso do retorno da Porsche para o WEC. Terceiro título seguido em Le Mans, 19º em toda a história. Tem que respeitar demais esses alemães...
Mas a ação ainda não acabou! Mesmo com a LMP2 definida, a luta na GTE-Pro durou até a última volta! Desde os últimos 50 minutos de prova, Jonathan Adam (Aston Martin #97) e Jordan Taylor (Corvette #63) seguiam colados um no outro, com o Vette na frente. No penúltimo giro, Taylor errou o ponto de freada e passou reto numa das chicanes da reta Mulsanne, o que ocasionaria um furo de pneu! Taylor até tentou segurar, mas quando abriu a última volta o pneu estourou completamente, deixando o caminho livre para o triunfo de Adam/Turner/Serra! E o erro de Taylor acabou lhe custando até mesmo o segundo lugar, ocupado pelo Ford #67 dos britânicos Harry Tincknell e Andy Priaulx e do brasileiro Pipo Derani! Pódio duplo para o Brasil na GTE-Pro.
O balanço final ficou assim:
Na LMP1, vitória do Porsche #2, com o Toyota #8 (que terminou em 9º na geral) em segundo. Apenas esses dois carros completaram a prova;
Na LMP2, vitória do Oreca#38 de Tung/Laurent/Jarvis, com o Oreca #13 de Nelsinho/Beche/Hansson em segundo e o Oreca #37 de Cheng (EUA)/Gommendy (FRA)/Brundle (GBR) em terceiro;
Na GTE-Pro, primeiro lugar para o Aston Martin #97 de Serra/Adam/Turner, segundo posto para Priaulx/Derani/Tincknell do Ford #67 e terceiro lugar para o Corvette #63 de Taylor (EUA)/García (ESP)/Magnussen (DIN);
Por fim, na GTE-Am, vitória da Ferrari #84 do ex-F1 Will Stevens (GBR)/Robert Smith (GBR)/Dries Vanthoor (BEL). Completaram o pódio a Ferrari #55 dos britânicos Duncan Cameron e Aaron Scott, além do italiano Marco Cioci, e a Ferrai #62, dos norte-americanos Townsend Bell, Bill Sweedler e Cooper MacNeil.
Mais uma vez, Le Mans nos presenteia com uma prova fantástica. Depois do drama da Toyota no ano passado, dessa vez a Porsche também sentiu o gostinho do que é perder uma corrida praticamente ganha. Mas os alemães não se renderam, deram tudo o que podiam e acabaram com uma das maiores reviravoltas do esporte a motor no mundo. E essa é a alma do automobilismo: ganha quem é rápido, mas só ganha quem chega no final.
*ATUALIZAÇÃO: na tarde desta segunda-feira (19/06), o Oreca #13 (de Nelsinho Piquet), foi desclassificado da prova por alterações ilegais durante a corrida. Com isso, o Alpine A470 #35 de Nelson Panciatici/André Negrão/Pierre Ragues herdou o 3º lugar no pódio da LMP2.
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