Donatello David Braz, após o jogo, disse que o Santos teve dificuldades com o gramado no primeiro tempo e por isso não conseguia dar os passes que gostaria, e que no segundo tempo o time melhorou, criou algumas chances mas não conseguiu empatar. Queria muito compartilhar a mesma visão, Braz, juro que queria. Mas o fato é que o segundo tempo do Santos foi um time meio pobre – e o primeiro, pobre e meio. Confesso que senti mais verdade nas palavras de Renato Cajá – que disse que a Ponte deveria ter feito mais gols, mas não conseguiu – do que nas do zagueiro do Peixe.

O resultado não é dos piores. Uma derrota é ruim, mas trata-se de uma desvantagem mínima, e graças à ausência daquele critério pavoroso de gols fora de casa, o Santos não precisa ter medo daquele cenário assustador de tomar um gol e ter que fazer três ou quatro ou cinco ou seis (ainda se tivéssemos Neymar pra doutrinar como doutrinou o PSG...) 


(Pausa para um momento de nostalgia com menino Ney desfilando seu talento com nosso manto contra nossos rivais nesta eliminatória)


Enfim, como eu ia dizendo, é perfeitamente possível que o Santos despache a Ponte com um 2x0 ou 3x1 no Pacaembu dia 10. No entanto, algumas observações me dizem que isso não será tão fácil...


1) Precisamos ter um lateral esquerdo em campo.


Zeca foi um dos nossos melhores jogadores em 2016. Deixando de lado por um momento que ele pegou a dengue do Michel Bastos e anda marcando pior que o Pará quando jogou pelos nossos lados, não dá pra deixar o coitado do Jean Mota pra tomar passeio do Nino Paraíba, que há bem uns dois anos é a válvula de escape do time da Ponte. Se o Zeca não puder jogar o segundo jogo, eu me pergunto quão ruim pode ser o Matheus Ribeiro que não mereça uma chance. Aliás, pelos últimos jogos do Ferraz, eu já andava me perguntando isso. Uma coisa é ter fé no trabalho do Dorival, outra é explicar essas opções bastante questionáveis. O gramado do Moisés Lucarelli realmente estava irregular, mas imagino que seja pelo TANTO DE TEMPO que a bola passou na ponta direita do ataque da Ponte. Não há grama que resista.
(Pausa para um momento de nostalgia para relembrar o nosso eterno Léo)


2) Vitor Bueno precisa tomar um chá de banco

Copete, apesar da sua pouca intimidade com a bola, foi um jogador que terminou 2016 em alta, por seus gols e obediência tática. No entanto, um começo de ano irregular viu o colombiano talismã perder a vaga para Bruno Henrique, que entrou muito bem contra o Sporting Cristal e agarrou a vaga desde então. No entanto, Copete – ou mesmo Vladminion Hernández – já estão merecendo a vaga do Vitor Bueno, que está num sono tremendo. O mapa de calor do VB deve estar parecendo uma lesma morta jogada no lado direito do nosso ataque. Ele precisa lembrar que ganhou a vaga de titular por sua intensa movimentação e capacidade de desafogar o Lucas Lima na armação. Talvez colocá-lo sentadinho vendo vídeos dele próprio ano passado enquanto um dos colombianos corre possa refrescar a memória dele...


3) Pastor e o resto do ataque precisam de uma DR

Já é bem o segundo ou terceiro jogo do Santos no ano que eu assisto e nosso querido Ricardo Oliveira, o Ricardão, pega menos na bola do que o gandula. Tudo bem que ele parece mais lento e menos móvel (como um Loco Abreu sem as entrevistas engraçadas), mas mesmo assim não vejo a bola chegar nele. E precisa. A bola chega na intermediária do Santos, lá vai ela pra ponta esquerda, de onde sai um cruzamento medíocre que acaba num zagueiro adversário. Eu fico pensando em um lance ano passado onde estávamos tomando um sufoco sem tamanho do Cruzeiro em Minas e o Pastor recebeu na intermediária e sentou a bota dali mesmo, marcando o gol que nos levaria à vitória. Entre ele se mexer mais e o resto do ataque procurá-lo mais, talvez melhoremos a nossa capacidade de fazer gols – coisa que hoje parecia muito distante de acontecer. 


4) Somos um time inexplicavelmente exausto

Hoje vi algo que pensei ser uma miragem ou trote de 1º de Abril: o jovem Renato, com seus 37 anos humanos (que na idade maldinesca dele, devem ser 24), sendo substituído para deixar entrar Longuine. Sim, OK, o time precisava atacar, e Renato volta de contusão, OK, isso explica. Mas me parece um sintoma. Em muitos momentos esse ano o Santos pareceu lento, cansado, se arrastando em campo – mesmo tendo passado Janeiro inteiro fazendo pré-temporada, como quase nunca os times brasileiros conseguem. Tivemos uma quantidade acima da média de lesões nos nossos veteranos, o que me pergunta exatamente que diabos o departamento médico do Santos planejou no período. Outra coisa que salta aos olhos é a incapacidade do time de contra-atacar – simplesmente não há velocidade para isso. O Santos dos últimos dois anos, usou com muita eficiência o recurso de se fechar, recuperar a bola com rapidez e chegar ao gol com trocas rápidas de passe. Hoje somos um time de troca de bola estéril.


Por tudo isso, suspeito que vamos acabar fazendo 1x0 no Pacaembu (provavelmente um gol de ombro do Copete aos 38 do segundo tempo) e levar o jogo para os pênaltis. Onde entra o quinto ponto...


5) Vanderlei é um goleiraço.


Esses dias estava vendo um debate sobre o Vladmir: ele é bom ou não? Respondo: é. Mas é reserva de um goleiro excelente, por isso empalidece na comparação. A volta de Vanderlei traz mais segurança a uma zaga abominável (PS.: quão ruim o Noguera é pra ser banco do Veríssimo?) e hoje nosso goleirão nos salvou uma boa meia dúzia de vezes, uma delas literalmente dando a cara a tapa (ou a uma bolada num chute a 1m de distância). Fico mais tranquilo em disputar pênaltis contra a Ponte porque o goleiro deles é o nosso “querido” Aranha e o nosso...


QUE HOMEM!!


Até segunda que vem, santistas. Haja coração!!
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Victor Martins

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