Antes de mais nada, devo pedir
desculpas aos leitores que esperavam uma análise pós-clássico contra o
Corinthians. Mas o fato é... não há muito o que analisar. O time estava
desfalcado de quase todos nossos melhores jogadores – Vanderlei, Luiz Felipe, Lucas
Lima, Pastor, Renato, Renato, Renato (o homem é tão sensacional que vale por
três) e optou por ir a Itaquera (onde o retrospecto do Corinthians é sempre
forte) com uma mentalidade de se defender e gastar o tempo enquanto esperava o
relógio acabar, pontuando com contra-ataques especulativos.
Uma estratégia meio simplória, que tinha uma
falha óbvia: a ausência de alternativas ao que aconteceria caso o Corinthians
tivesse sucesso em marcar um gol – o que aconteceu com requintes de crueldade
(ninguém merece perder com gol do Jô. Dá câncer na alma). Deste ponto em
diante, o Corinthians ficou gastando a bola muito melhor que nós – pois Carille
sabe montar defesas organizadas – e naturalmente tentamos um abafa deprimente e
previsível. Em suma: 90 minutos que o melhor que o santista pode fazer é
esquecer, pois só serve pra trazer más lembranças para o que é, de fato, a
grande notícia na semana: nossa estreia na Libertadores após 05 anos de
ausência.
O torneio que nos escapou em 2016 pela
estratégia imbecil arriscada de priorizar a Copa do Brasil enfim nos
recebe de volta. Como de praxe, estreamos com uma pedreira: o campeão peruano,
Sporting Cristal, na casa deles. Os peruanos têm um time leve e que gosta da
bola, com zagueiros que avançam com a bola, um goleiro que sai jogando e um
meio campo povoado com dois meias e três volantes que vão ao ataque. Por sorte,
Lucas e Renato estarão de volta – seria um
pesadelo encarar um time com meio campo tão povoado com o limitado Donizete em
campo. Ainda na linha de jogadores limitados, eu confesso que nunca pensei que
fosse ficar feliz com a notícia que David Braz vai ser titular, mas a fase de
Lucas Veríssimo e Cléber está tão ruim que o zagueiro pode ser uma boa notícia
contra os peruanos.
Completam ainda a nossa chave o
Independiente Santa Fe, o forte time colombiano que gentilmente abdicou da
disputa do título da SulAmericana com a Chape e o The Strongest, que
teoricamente é o time mais fraco do grupo (embora depois que a gente vê o Jorge
Wilstermann raquetar o Peñarol por 6 a 2, se sente obrigado a reconhecer que o
futebol boliviano evoluiu o bastante para não termos mais como
desconsiderá-los). O Santos precisa de todos os 9 pontos na Vila Belmiro (ou no
Pacaembu, que enche mais durante a semana) para conseguir se classificar.
Qualquer ponto desperdiçado em casa será muito difícil de ser compensado, e se
2011 vem à sua cabeça, eu peço que se lembre que não temos mais Neymar e Ganso
em boa forma.
Essa é a hora que o Santos precisa
mostrar sua força e provar que aprendeu pelo menos alguma coisa com os erros
bisonhos que tem cometido no Paulistão. O time do Santos é, sim, forte, e os
reforços – como expostos neste post – não são os melhores, mas são bons. O
grupo é forte e a classificação não está garantida, mas está longe de ser impossível,
ou mesmo improvável. Uma vitória hoje, inclusive, não é impossível, se os “novos
velhos reforços” conseguirem desempenhar em alto nível mesmo voltando de lesão.
Até porque, em 2008 o Santos chegou
às quartas de final com um time miserável que contava com Fabão, Betão, Marcinho
Guerreiro, Quiñónez, Lima, Tabata, Moraes, Sebástian Pinto e Tiarinha Trípodi,
que ainda fez o gol da classificação. Sempre que você estiver preocupado por
causa da má fase e futebol pobre apresentado, lembre-se desse time. Vamos ficar
bem.
Vai Santos!
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