O presidente eleito
como vice está, em tese, encurralado por seus erros, o famigerado “passado te
condena”
Enquanto o Brasil tenta se recuperar da maior recessão
econômica de sua história, o atual Governo, chefiado por Michel Temer e o seu
PMDB, "trabalham intensamente em estancar" erros que comprometeram toda a
estrutura de uma Nação, as muitas maracutaias e negociatas que, somadas a políticas econômicas equivocadas, levaram ao desemprego e frustração da, talvez
mal acostumada, Classe Média. Com derrotas diárias, nos campos éticos e morais,
as decisões de Temer vão incomodando a todos, inclusive os seus.
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Imagem: QUADRINSTA (@Quadrinsta no Instagram e no Twitter) |
As últimas semanas têm sido aterrorizantes para Temer. O
presidente está perdidíssimo, ao ponto de sair do Jaburu para o Alvorada e
pouco tempo depois voltar atrás, de fazer confusão com a moeda, desconhecer se
é Real ou Cruzeiro, persiste em disparar, sob inúmeras mesóclises e termos
arcaicos, discursos preconceituosos, desrespeitosos e, minimamente, fora de contexto
em relação ao tempo e geração. Segundo a
psicologia, boas recordações são mais difíceis de serem apagadas. Em um teste
realizado por psicólogos em 1930, em que propuseram que pessoas exercitassem
lembranças de episódios vividos por elas, como férias, e determinassem os
momentos como “agradáveis” e “desagradáveis”, apontou que quase 60% dos
entrevistados tinham se esquecido das passagens consideradas “desagradáveis” e
42% disseram ter se lembrado dos bons momentos, os “agradáveis”. Inevitavelmente, esses relapsos do presidente
remetem de certa forma, a momentos agradáveis que sucederam em sua vida, algo
intrínseco e nostálgico para ele, mas que, o advento de uma “caça as bruxas” do
mundo das negociatas, tem o atormentado e, fazendo valer aquela máxima
hollywoodiana de que “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado”, o assustado.
O andamento acelerado de ações penais, tanto nos Tribunais
Superiores, STF e TSE, como na 1ª instância, boa parte da Operação Lava Jato,
anda atrapalhando os caminhos de Temer e seus aliados, de boa parte dos
partidos políticos e, grosso modo, motiva o brasileiro a acreditar em dias
melhores. Infelizmente, apenas a grosso modo, já que há desconfiança em relação
a imparcialidade em se julgar, e ela é valida.
Nesse momento, a ação movida pelo PSDB no TSE para
investigar irregularidades na Campanha da ex-presidente Dilma, em 2014, tira o
sono do Presidente que foi eleito pela chapa investigada e que, de acordo com
depoimentos de ex-diretores e ex-presidente da Odebrecht, foi toda bancada por
propinas da empreiteira. Aliás, de certa forma, o tiro saiu pela culatra para o
PSDB, que viu seus lideres também sendo lembrado por Marcelo Odebrecht em
conversas com o ministro Herman Benjamin, relator do processo no TSE. Pelo
andamento do processo, Temer receberá um relatório favorável a sua cassação, ou
melhor, cassação da chapa Dilma-Temer, mas "em nome da estabilidade", assim como
fez a presidente do STF, Cármen Lucia, ano passado ao recusar o pedido de seu colega ministro, Marco Aurélio Mello, de cassar o senador, então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB – AL), Temer não deve cair e seguir até o final
do ano que vem.
E pensando no ano que vem, especialmente em outubro de 2018,
que muitos de nossos congressistas trabalham intensamente em projetos que, pelo
menos até lá, consigam estagnar os trabalhos da PF e do Ministério Publico. Baseado
nas 78 delações de ex-diretores da Odebrecht, Rodrigo Janot, Procurador da República
até setembro quando outra pessoa será indicada pelo Presidente Temer para ocupar
o cargo, enviou ao STF uma lista com nomes de políticos beneficiários do
esquema de corrupção envolvendo a construtora e os comandantes do Estado. Na
ultima quinta (09), o STF ironicamente disse que os jornalistas que quisessem
ter acesso as delações e essa lista, precisariam de HDs de 1 terabyte, já que o
arquivo conta muitas conversas, áudios e
vídeos dos envolvidos.
Ainda no TSE, as conversas entre o relator e os ex-diretores
apontaram para a participação intensa do braço direito de Temer, o ministro da
Casa Civil, Eliseu Padilha, no esquema, inclusive como um articulador do
partido de Temer, o PMDB, com o departamento de Operações Estruturais da
empreiteira, setor criado apenas para esse assombroso relacionamento da empresa
com a classe política. Ele, Chefe da Casa Civil, pediu licença de seu cargo
para passar por uma cirurgia na próstata. Mesmo estando, segundo os médicos, já
recuperado, o ministro preferiu estender seu tempo de recuperação, deixando o
Presidente sem reação.
Todavia, mesmo alguns falando que Temer o substituirá, ele
não deve deixar o ministério, já que é parceiro de Temer e também pelo o que já
tinha dito o Presidente que só exonerará caso o citado se torne réu. Não será
por qualquer citação que o Presidente irá trocar seus ministros, até porque não
há tantos nomes assim no mercado, e citado até ele foi.
Alguns setores do PMDB estavam felizes com a possível queda
de Padilha, ou melhor, estavam, como bons e velhos abutres, de olho na vaga que
poderia se abrir. Por sinal, a queda de Padilha serviria para estancar uma
pequena crise dentro do próprio PMDB provocada pelos caciques Calheiros, Sarney
e o presidente do partido, senador Romero Jucá (PMDB-RR), com a ala apoiada
pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que, conservando a tradição do bom
presidiário brasileiro, mantêm contato com o exterior das celas curitibanas e,
mesmo distante, ordenou que os seus parceiros de Câmara ficassem atentos aos
valores que serão repassados a eles, pelo fundo partidário, ano que vem, para
as campanhas eleitorais. As eleições de 2018, por enquanto, serão as primeiras
em âmbito federal sem a permissão de doação de pessoas jurídicas.
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O Presidente se preocupa muito com essas picuinhas, já que
propostas como a Reforma da Previdência tramitam na Câmara e ele, mais do que
nunca, precisa do apoio de sua bancada, a maioria da Casa, para aprovar o
projeto dentro de seu calendário, até maio desse ano. A proposta faz parte dos
planos para a retomada do crescimento que todos já ouviram falar, mas que nunca
se fez presente na renda do brasileiro.
Quando o presidente JK mandou projetar Brasília, ele
imaginara um espaço organizado, com o mesmo espaço igualmente dividido para os
Três Poderes. E lá foi Niemeyer desenhar as vontades do chefe do Executivo, um
marco de seu discurso de 50 anos em 5, além
de tira-lo da maresia carioca. Desde então, Brasília nos mostra que somente
seus espaços, esquadrados por Niemeyer, são nada bagunçados. Somente eles,
porque os nossos políticos se há alguma organização, essa, tenha certeza, é
criminosa e só lesa a nós.
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