Em novembro ainda do ano passado, uma grande tensão tomou conta dos EUA e consequentemente de todo o planeta, o até então virtualmente derrotado na disputa contra Hillary Clinton, Donald Trump, surpreendeu a todos e conquistou uma virada histórica nas urnas, perdendo na soma total de votos, mas vencendo e chegando á Casa Branca graças ao número de delegados, ou seja, estados com "maior representatividade" levaram o empresário e apresentador ao comando da maior potência do planeta.


A primeira de todas as críticas é essa, já citada brevemente e agora aprofundada. Como pode um país como os EUA (independente de quem vença) ter um sistema eleitoral onde determinados estados tem maior valia que outros, não importando o número total de votantes? É claro, que há estados com uma economia mais forte, tudo isso é "compreensível", mas isso dá uma clara ideia de que para quem fez a constituinte estadunidense, "nem todos os cidadãos são iguais", há cidadãos "mais valiosos" que outros, a ideia que passa é essa, na confusa democracia estadunidense. Mas você leitor pode questionar: "Ora, quem é você, brasileiro, cujo teve recentemente ditadura, cujo teve em menos de trinta anos, dois presidentes depostos, para questionar a democracia "americana"? Ora, não é por que cá é uma bagunça, que não podemos enxergar problemas de lá, afinal, o que acontece lá, influi DIRETAMENTE cá, já o contrário não ocorre.

O fato, é que estas eleições denotaram um movimento crescente e alarmante no planeta, o avanço do conservadorismo e do ultranacionalismo. Trump conseguiu cativar pessoas pouco instruídas, mas com razoável poder aquisitivo, conseguiu levar as urnas velhos (não no sentido de idade em si) conservadores que não se sentiam representados, por que poucas vezes na história se viu um discurso tão agressivo contra imigrantes, contra as minorias, contra qualquer um que se colocasse contra seu caminho. Esta parcela significativa da população viu em Trump a "oportunidade" de sua Nação voltar a ser uma força opressora, que faça tudo apenas por seus próprios interesses, a despeito de seu papel no mundo globalizado.

"Mundo Globalizado", que mundo globalizado que nada, não se trata de exagero definir Trump como um ultranacionalista, o exemplo mais claro está nas AMEAÇAS promovidas antes mesmo de fazer o juramento de posse, contra montadoras de automóveis, que dentro de um LIVRE MERCADO, planejavam instalar-se no México, o Presidente ameaçou sem qualquer pudor, sancionar de forma direta as montadoras, que aterrorizadas, recuaram em seus planos de negócio. O México por sinal é a grande "vítima" da "fúria" de Trump, este segue sustentando a promessa absurda de erguer um muro sob toda a extensão da fronteira com o país vizinho, algo muito mais simbólico (e sombrio) do que prático, afinal, os vôos comerciais, creio, seguirão existindo e o mais grave, Donald ameaçou os mexicanos dizendo: "Vamos construir este muro e são vocês quem pagarão, de uma maneira ou de outra". Ou seja, novamente ameaçando sancionar o país latino.

Ainda nesta seara do ultranacionalismo, Trump afirmou que deseja rever o NAFTA e retirar os EUA do acordo Transpacífico. Aliás, a grande plataforma de Trump em sua campanha foi o fechamento do mercado, segundo o magnata, para "gerar empregos", o que segundo economistas, pode ser uma faca de dois "legumes", tendo efeito inicial positivo, mas com a queda do livre comercio que sempre fez parte da política econômica estadunidense, gerando uma saturação do mercado interno.


Por fim, muitos atribuíram ao novo presidente um ponto positivo, que seria o de "não fazer parte da lógica bélica dos últimos ex-presidentes", incluindo-se nisso Obama. Em parte isso está correto, Trump é um "homem de negócios" fundamentalmente, não se espera que "entenda tanto" de guerra como os "políticos profissionais", como a própria Hillary. O novo presidente chegou a afirmar em seu discurso de posse que "A carnificina 'americana' acabou". Tomara, mas já repararam nos sinais de apoio recebidos por Trump? São os mais conservadores e bélicos possíveis: Putin e sua Rússia, as direitas conservadoras que vão tomando o poder na Inglaterra e Alemanha, enfim, essa lógica "não-bélica" pode mudar drasticamente em um instante. Aliás, no Brasil as alas mais conservadoras (e está "na moda" fazer parte delas) comemoraram, bradando que: "O Bolsonaro 'americano' ganhou a eleição, temos esperança". Sim, um BABACA ganhou a eleição estadunidense e o clima é de tensão, dentro e fora da potencia global, este babaca está com a caneta e o poder na mão. Já o daqui, não passa de um imbecil que seguirá sendo pago com o nosso dinheiro para dizer asneiras, nada mais.



Trump se mostra o mesmo da campanha, salvo momentos minimamente mais leves graças a discursos compostos por publicitários. Seu mandato promete ser um dos mais, senão o mais duro da história. É claro que o presidente seguirá sendo "contido" pelo próprio partido, bem como pelo congresso. É desejar que dos males, ocorram os menores e que entre feridos e oprimidos, salvem-se todos.




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Foto: AP. 
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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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