Amigos, que jogo! Um enredo perfeito pra uma conquista histórica. Nervosismo e pressão extremas durante o jogo, inclusive com alguns dos principais jogadores do time sentindo e rendendo menos. O craque do time aparecendo pra decidir. Disputa de pênaltis com decisão na última série, definindo a conquista inédita do ouro no futebol, em casa, no maior palco futebolístico do planeta. Vários ingredientes fizeram essa conquista histórica para o futebol brasileiro. Vamos juntos analisar o 1 x 1 ante a Alemanha com bola rolando, o títulos nos penais e o que vem daqui em diante para essa geração.


A etapa inicial foi bastante dura, o jogo brasileiro não encaixava, a pressão parecia atordoar sobretudo dois dos craques do time Jesus e Gabriel. Antes de sair na frente era o time alemão quem controlava as ações, chegando com perigo e com a trave nos salvando de sair atrás no placar, o que seria um desastre. Mas Neymar tirou um coelho da cartola ao acertar um gol fenomenal de falta, no Maraca, um gol que Zico assinaria com tranquilidade. Mesmo com o gol, os adversários seguiram dando trabalho e perigo, novamente lá estavam a trave e Weverton para nos salvar, fomos ao intervalo em vantagem.


Na etapa final o Brasil voltou ainda um tanto fora do seu máximo e num erro na saída de bola o time alemão chegou ao empate com o promissor Meyer, após cruzamento vindo da direita. Aos poucos o time de Micale fez o que tinha de fazer, inicialmente de forma desorganizada, mas depois com qualidade, o time foi pro ataque e passou a comandar o jogo. A entrada de Felipe Anderson na vaga de Gabriel que parecia sentir o jogo, fez o time ganhar um dinamismo maior no ataque, apesar do atleta da Lazio titubear em momentos de finalização. A produção ofensiva aumentou, mas não o suficiente pra que o time chegasse á vitória no tempo normal, veio a prorrogação.



Prorrogação esta onde o equilíbrio e a tensão predominaram, mais uma vez Felipe Anderson teve chance de gol, mas sem êxito. Neymar finalizou por cima na ânsia de marcar e o jogo foi mesmo para os penais.

Tensão extrema, cobranças perfeitas de lado a lado, com Weverton esperando e quase pegando. Até que veio a série final, o experiente (assim como os irmãos Bender, o camisa 17 é um dos jogadores acima dos 23 na Alemanha) atacante Petersen bateu e desta vez o goleiro do Furacão fez a defesa pra explodir o maraca, que veio abaixo com a cobrança de Neymar, que deu o título olímpico, a inédita medalha de ouro para o Brasil.



Foi um jogo espetacular de futebol, com todos os ingredientes que podem haver numa decisão que envolve tal enredo. Duas equipes que lutavam por um título inédito em olimpíadas (A Alemanha Oriental foi campeã em 76, porém não se considera como um título para a Alemanha reintegrada) o Brasil em casa, com uma geração que trouxe uma expectativa muito grande antes dos jogos, após insucessos consecutivos, um deles ante a própria Alemanha, o fatídico 7 x 1. Vexame que aliás, não está de maneira nenhuma vingado e não seria de maneira nenhuma vingado nessa decisão, mesmo que fizéssemos 10, são contextos diferentes, o time alemão tem talentos interessantes que aparecerão no futuro, mas são na essência um time de base, se alguém citar "vingança" será puro folclore . Não houvesse tudo isso, ainda tivemos muita tensão num jogo que culminou em prorrogação e em uma decisão por penais de tirar o fôlego.

Numa decisão como essa, qualquer que vença será merecedor. No que foi o jogo e na necessidade que esse time do Brasil tinha de dar uma resposta e acima de tudo uma esperança ao povo brasileiro, foi mais do que justa essa conquista. Com protagonismo de Neymar, com um Weverton que chegou sob desconfiança sendo um dos heróis da decisão, com Jesus e Gabriel que não atuaram bem nesse momento culminante, mas foram peças fundamentais nessa campanha vitoriosa e a expectativa é sim, a melhor possível.

Esse time precisou receber um choque pra atuar como um elenco, pra que todos pudessem mostrar seu futebol em prol do time e não de individualidades, de um grande craque que é Neymar. Após a presença de Tite, que certamente ajudou Micale a colocar esse time nos trilhos, o grupo cresceu e deu os resultados que pode. Alguns desses jogadores podem servir de base para o novo momento da seleção principal, isso certamente será notado na convocação (já feita) que será anunciada já nesta segunda por Tite. Nada contra e muito á favor de uma colaboração entre o técnico que conduz o time principal, com uma seleção que serve ao time principal. Afinal, á parte do sonho e obsessão pelo ouro olímpico, o objetivo de seleções e times de base é formar os futuros times e nisso essa geração pode ser muito importante, como foram as anteriores. Mas num momento onde estamos muito necessitados de talentos.

Esse time conseguiu responder EM CAMPO, NA BOLA as corretas críticas que recebeu e proporcionar esse momento épico. É claro que há muito trabalho pela frente, mas esses caras, com um comando técnico adequado, podem, até mesmo com a administração que temos, recolocar o Brasil no hall das principais forças do futebol em termos de competitividade. Nosso nome, nossa história jamais foi e jamais será abalado, mas precisamos e podemos á partir desta geração, voltar a ter BOLA pra estar entre as seleções dominantes no futebol mundial.





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Imagens: AFP. 



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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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