Amigos, apesar de não termos feito a cobertura que gostaríamos da competição, não poderíamos ficar de fora dela, por todos os ingredientes que ela reúne, uma Argentina que desde 93 não vence uma grande competição. Um Chile que busca manter-se em alto nível sob um novo comando após o fim da era Sampaoli. E com outro grande ingrediente, a expectativa da revanche Argentina após a derrota na última edição da competição frente ao Chile, na época de Sampaoli. Ingredientes de uma magnífica decisão, de uma edição comemorativa ao centenário da Conmebol, que como entidade tem muitas questões escusas, sim. Mas isso não diminui frente ao planeta a importância do futebol Sul-Americano. Após um jogo de muito equilíbrio em 120 minutos, o roteiro se repetiu, nos pênaltis o selecionado chileno bateu a Argentina e faturou o Bi da competição.




Antes de abordarmos a decisão, vale mencionar a disputa pelo 3º lugar, onde os anfitriões saíram derrotados pela contagem mínima. Foi de Bacca o gol na etapa inicial que deu a vitória por 1 x 0 para a Colômbia ante os EUA. Num jogo com chances de parte a parte, onde Ospina também brilhou para garantir a terceira colocação para os colombianos.




O duelo final começou com a Argentina buscando adiantar a marcação, tentando dificultar ao máximo a saída de bola adversária, e com isso deteve a posse de bola. Por sua vez, o Chile tentava disparar rapidamente, justamente apostando nesse adiantamento das linhas adversárias. Mesmo com a marcação alta, o time chileno tentava sempre sair tocando, e numa dessas saídas aos 21 a grande chance, com Higuain roubando, disparando e tocando pra fora do gol a chance da abertura do placar. Aos 28 outro momento chave, Diaz que já tinha cartão, obstruiu Messi e acabou expulso, um rigor um tanto excessivo de Heber Roberto Lopez. Aos 41, Heber conseguiu compensar a (no nosso entendimento) errada expulsão de Diaz, com (no nosso entendimento, sempre é bom frisar) outra expulsão injusta. Rojo foi expulso após entrada dura, porém para amarelo no máximo, pela força desproporcional, o lateral do United pega a bola, antes inclusive de pegar Vidal, mas o "show" era do árbitro brasileiro. O Chile que jogava bem mesmo com um a menos, ganhou confiança e teve ainda duas chegadas nos instantes finais da quente etapa inicial.

Na etapa final o jogo seguiu equilibrado, porém com menos entreveros, o que não tornou o jogo menos nervoso, ao contrário. A primeira mexida de Tata Martino foi defensiva, colocando Kranevitter na vaga de Di Maria, longe de seus 100%, minutos depois Higuain pagou pelas chances perdidas (já vimos esse filme) e deu lugar a Aguero. Infelizmente Higuain não consegue ser na seleção, o protagonista que é no Napoli. Já perto do fim, em jogada de Messi, Aguero perdeu uma chance incrível, já não se pode culpar somente Higuain, como buscam fazer. Na marca dos 45, uma grande chance pra cada lado, com Beausejour fazendo a jogada pela ponta esquerda e rolando pra Vargas que foi travado na "hora H" e Messi puxando lindamente o contra-ataque e finalizando fora. Após três minutos de acréscimo, mais uma vez Argentinos e Chilenos vão para a prorrogação em uma decisão de Copa América.

Na prorrogação um jogo bastante franco, com as equipes buscando sim, evitar os pênaltis. Á se destacar duas finalizações em jogadas aéreas, uma de cada lado, ambas defendidas por Romero e Bravo a segunda uma defesaça espetacular na cabeçada de Aguero, na marca dos oito minutos. Uma substituição conservadora no time chileno, com a saída do cansado Sánchez para a entrada de Francisco Silva. E o primeiro tempo da prorrogação terminou com a persistência do resultado de empate.

No início da etapa final da prorrogação, outra estrela chilena que sentiu muito o jogo e saiu também com a mão na coxa, foi Vargas, que deu lugar á Castillo. Na Argentina, Banega deu lugar á Lamela, uma mudança que manteria a estrutura tática do time, se é que aos seis da prorrogação, havia alguma preocupação tática. A Argentina dominou amplamente a etapa final da prorrogação, não conseguiu o gol e nos instantes finais o Chile controlou a posse e apostou nas penalidades para vencer.

E a decisão por penais não poderia começar mais eletrizante, com Vidal e Messi, os craques dos times sentindo a pressão e batendo pessimamente. O primeiro praticamente recuou pra Romero e Messi isolou. Nas duas cobranças seguintes Castillo e Mascherano bateram bem e converteram. Aránguiz e Aguero também converteram, Bravo quase pegou o segundo. Na quarta rodada de cobranças, Beausejour cobrou lindamente e fez. Enquanto Biglia bateu até que bem, mas Bravo espetacular foi buscar. Valia a taça, Silva bateu e foi na rede, pra dar o Bi da Copa América para o Chile.


Independente de quem vencesse, seria justo, um jogo onde a arbitragem esdrúxula, patética brasileira fez de um tudo para estragar, não estragou. os dois times tiveram oportunidade de vencer antes dos penais, não conseguiram. O Chile mostrou suas virtudes, trabalhando a bola, aparecendo bem com os laterais Isla e Beausejour. Já a Argentina não teve em Messi aquele protagonista que se espera, mas ele lutou sim, não somos favoráveis a esse rótulo de "pipoca", ele tentou decidir mas não conseguiu mostrar o ápice de sua genialidade. Vale lembrar que o time Argentino teve chances importantes com Aguero e Higuain não convertidas. E vale também buscarmos o entendimento de que não se devem buscar á todo instante como é constante em nossa "cultura", os "culpados" pela derrota. Devem ser enaltecidas as atuações, foi um jogo onde foi justo o empate e nas penalidades o emocional pesou e com isso o Chile ergueu a taça.

Encerramos com diagnósticos que envolvem o futebol Brasileiro. Primeiramente, independente de classificação nas eliminatórias, fica claro que Chile e Argentina hoje estão na nossa frente, se é que a Colômbia também não está. O Uruguai pela escassez de peças que tratamos aqui recentemente é um time assim como o Equador que pode ser citado como times com os quais hoje, o Brasil se equipara. Historicamente claro, o Chile ainda tem um longo caminho para ultrapassar o Uruguai como a terceira força do futebol Sul-Americano. O outro diagnóstico é da pífia atuação de Heber Roberto Lopes, a arbitragem brasileira passou vergonha em rede mundial nessa decisão. se tivéssemos uma administração séria, teríamos uma profunda reflexão sobre os caminhos da arbitragem brasileira. E outra, que direito brasileiro tem de tirar sarro de argentino hoje? Temos de nos recolher e torcer para que a andorinha solitária popularmente conhecida como Tite, possa trazer de volta a competitividade ao selecionado canarinho. É isso, parabéns ao Chile, que segue no caminho certo com Pizzi, após o legado deixado por Sampaoli.



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Imagens: Getty, AFP e AP


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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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