Amigos, Nação Corinthiana, é muito difícil fazer um texto num momento de dor como esse, porém é muito fácil comentar vitórias, ou xingar por xingar, pedir "raça" (como se futebol fosse só isso), tentar bater em pessoas, etc. Esse é o nosso ofício, trazer uma ideia, trazer opiniões ao torcedor para que ele possa abrir seus horizontes e torcer de maneira inteligente, cobrar com argumentos e não com velhos chavões. O Corinthians após o empate em 2 x 2 em casa, encerra sua trajetória na Libertadores desse ano com muitos erros sim, que vamos abordar aqui, mas também com acertos do adversário, o time sim lutou, o time sim teve garra, faltou muito mais do que isso para a classificação.


Após atraso por conta de sinalizadores (vamos falar de torcida no final), o jogo começou com o Nacional mostrando que se a proposta não era exatamente a mesma da ida, onde marcou o tempo todo sob pressão dentro de nosso campo, com dois em cima á cada bola, não nos deixando sair. Desta vez a marcação também foi firme, mas á partir de sua intermediária, esse jogo do adversário foi favorecido após eles saírem na frente do placar, jogada despretensiosa pela esquerda, a bola foi levantada pra área, Fagner pequenino perdeu na bola aérea e a bola sobrou com ele, o mesmo Nico Lopez que cruzou pra área para pegar o rebote de Cássio que dividiu com o atacante adversário, vejam que nosso lateral perdeu pelo alto, mas a nossa tão decantada defesa mais uma vez deixou Cássio na mão, dois jogadores chegaram sozinhos dentro da pequena área, isso é inadmissível, á partir de então, o time Uruguaio estava com a faca e o queijo na mão. Torcedor seguiu empurrando o time, e aos trancos e barrancos e com garra, muito mais do que qualidade (aliás, não vejo ninguém pedir qualidade, só "garra") o Corinthians conseguiu uma sequência de bons ataques e escanteios, onde poderia ter já empatado a partida com Felipe caso suas cabeçadas fossem menos altas. Mas aos 14 um lampejo de qualidade, a jogada saiu com Giovanni Augusto que enfiou passe preciso para André, que em sua inutilidade não dominou, mas por sorte atrás dele estava um jogador ai sim, preparado para fazer o gol, Lucca empatou a partida cedo, aos 15, muito jogo pela frente, possibilidades totalmente abertas. Á partir de então o adversário começou a fazer o que abe melhor, cera, sujeira, o time foi eficiente também nesse aspecto, assim como em toda a sua proposta, seja de jogo, ou de anti-jogo, faz parte de Libertadores, se não formos melhores que isso, não venceremos mais. O adversário adiantou a marcação sem a bola, mas ainda assim conseguimos criar algumas oportunidades, sem êxito, quando a bola ia no gol, Conde era muito seguro. No fim da etapa inicial a mostra do que seria o jogo dali em diante, primeiro um anti fair-play que quase gerou o gol adversário, e na saída de campo, trombadas e ofensas racistas dos adversários no caminho até o vestiário, sujeira peculiar, me enoja como humano, mas não me surpreende.


Na etapa final, o time tentou superar isso, tentou ir pra cima, mas aos 13 o time se enrolou na saída de bola, Giovanni claramente no sacrifício perdeu a bola, o Nacional retomou, uma finalização para difícil defesa de Cássio (não considero falha, o cara finalizou limpo, de perto, cadê o rebote?) e no rebote ninguém chegou novamente, a finalização perfeita de Romero (o deles) pra marcar. Então Tite sacou Giovanni e Lucca, para a estreia de Marcos Gabriel e a entrada de Romero, o Nacional recuou postando duas linhas na entrada da área e o Corinthians pouco conseguia passar, o meia contratado até então nem havia tocado na bola, até que entrou Danilo, que junto a Romero sim, incendiaram o jogo, á partir dali sim nasceram oportunidades, o Paraguaio perdeu várias, mas teve mérito em se posicionar para tê-las. Momento crucial do jogo, em outras das grandes jogadas de Danilo, ele rolou para Marcos, que foi derrubado pelo patético (alô Muricy) zagueiro Polenta, pênalti. Pega então a bola, um dos jogadores de pior aproveitamento nos treinos, e que nitidamente mostra que não está confiante, a expressão dele quando a câmera focaliza mostra isso (vamos falar mais dele daqui á pouco), o goleiro adversário malandro, fica num canto deixando todo o outro aberto, o desafia a bater lá, ele para e o goleiro nem se mexe, e perdido, o camisa 9 chuta fraco e em cima do goleiro adversário. O time seguiu em cima, seguiu lutando e acreditando até o último minuto, o camisa 9 sumiu de vez, era Romero quem finalizava as principais oportunidades criadas por Danilo, 46 minutos, mais um pênalti, o patético zagueiro adversário dessa vez inspirou-se em um certo chorão e jogou vôlei, o camisa 21 foi pra bola com confiança e fez, bateu serio, com força, como tem de ser numa decisão, teve a hombridade de pegar a bola no momento decisivo, minha única crítica á Danilo, o jogo ficou mais de dois minutos parado graças a cera adversária, o juiz não acresceu, ainda tivemos uma última chance, que Romero outra vez, não conseguiu mandar pra rede, mas novamente, ao menos ele lá estava pra finalizar, diferente de outros, parabéns Romero.


Vejam, primeiro isso da arbitragem, ela foi sim, sutilmente favorável ao adversário, marcou sim os dois penais corretamente, mas não deu faltas, foi conivente com a cera adversária, não acresceu tempo ao fim, devido as paralisações causadas pelos adversários, o primeiro acréscimo deveria ter sido ao menos de 7, e foi de cinco, fora os dois minutos após o penal, o time adversário cometeu uma infração e foi favorecido por ela, não há cabimento. Por outro lado, cabe uma crítica á nossos atletas, por tentar cavar tantas faltas, isso é garra? Isso é jeitinho brasileiro, é sujeira, se normalmente a Conmebol já ordena ferrar todo e qualquer time Brasileiro, imaginem com uma postura como essa de tentar jogar a arbitragem contra o juiz, lamentável.


Primeiro sobre o time, em relação a André, cheio de calcanhar, cheio de tentar ludibriar a arbitragem caindo como Florinda ao ver Girafales, um jogador sem o mínimo de qualidade, sem fundamento, que pegou a bola no pênalti não por se sentir seguro, não pelo coletivo, e sim por sua vaidade pessoal, pra tentar sair como herói mesmo sabendo que não tinha preparo para tal, deu no que deu, acho que ficou claro que não dá pra jogar com ele, Romero não funciona enfiado, e Luciano não aproveitou suas chances, eu não iria atrás de menino do Audax, seria uma aposta, estamos com um elenco inchado, precisamos de alguém que chegue pra jogar, eu iria atrás de Bruno Rangel maior artilheiro da Chapecoense que tem mostrado regularidade, já são anos na Série A mantendo o nível, é dar a 9 (ou a 99) pra ele, enquanto isso, já que é recomeço, nova chance pra Luciano na estreia do Brasileiro. Em relação á Tite, muita gente o xingando, nessa hora os que o odeiam saem de suas fétidas tumbas e fazem a festa, é isso, basta os ratos perceberem que não há cuidado no ambiente, que tomam conta. Não é por ai, o trabalho não pode ser detonado assim, o time que uns acreditavam que lutaria contra o descenso fez grande campanha na primeira fase de ambas as competições, faltou poder de decisão sim no mata-mata, isso precisa ser corrigido, isso é tarefa muito da Diretoria, mesmo aquele time do ano passado, foi eliminado por um time ainda inferior, e era um melhor time, e tinha um cara, Renato, que não foi suficiente.


Tite errou sim, Rodrigo jogou bem, eu o colocaria como destaque nessa partida, mas isso não significa que eu abdico do que venho colocando há meses, Tite tem nas mãos um jogador único, que cumpriu no Sport a mesma função de Renato, que é Marlone, por que não usá-lo, se a meta era a vitória? Nem ao banco ele foi, e foi Guilherme que claramente não tem a confiança do técnico. Acho que Williams não é jogador pro Corinthians, só destrói é um "cama-cartão", prefiro sim Bruno Henrique a ele, mas o camisa 25 também não está funcionando, além dele, seguimos marcando a bola, e seguimos péssimos no rebote, será que nossa defesa é assim tão boa, e quando falo em "defesa" não cito apenas o bode expiatório Yago, cito todo o sistema, a cabeça de área ineficiente, os laterais de vocação atacante e por fim, os dois desatentos do miolo de zaga. A mudança que proponho na volância é testar na estreia do Brasileiro Cristian, ele recebe 450 mil, nada temos a perder, se ele não ir bem, vamos ao mercado e tentamos nos livrar dos três primeiros volantes que temos (vai que um tal de Mattos fica afim né), não acho que o esquema deva mudar, é ele que nos fez vitorioso em pontos corridos, e em mata-mata, faltam mais peças decisivas do que esquema, ao menos enxerguei isso nessas eliminações, já são cinco.


Sobre torcida, festa linda sim, ódio ao futebol moderno, á federação, mas temos de seguir as regras, se amamos o clube não podemos prejudicá-lo, imaginem se passamos de fase, e ante o Boca, temos nossa Arena interditada? Irresponsabilidade pura no uso dos sinalizadores. E sobre quem tentou invadir o vestiário, vive de quê? De títulos ou de Corinthians? Não dá pra ganhar todas, nem os melhores times do mundo conseguem (a Champions não nos deixa mentir), é necessário dar os devidos méritos ao adversário, como disse no título, eles foram mais coesos em tudo, na briga, na sujeira, em tudo de ruim, mas também no aspecto tático, na ida marcaram em cima os 90 minutos, nunca vi isso, e isso já responde a pergunta se fomos ao Uruguai pra empatar e pagamos o preço, não vejo assim, o mérito lá foi deles, assim como aqui marcaram pressão enquanto puderam, catimbaram, foram eficientes no ataque, o que não fomos e ainda assim poderíamos ter achado o gol no fim, mérito total pra eles, não nos faltou luta, salvo André, não nos faltou caráter, vamos nos reerguer, como sempre. Está sobrando: "Essa noite teremos que ganhar", e faltando: "Eu nunca vou te abandonar", o que é isso, uma Neo-Fiel? Vamos seguir criticando, mas crendo no trabalho e valorizando o que foi bom, o time e o trabalho não acabaram em 2015, e não vai acabar em 2016, que Tite tenha lucidez e coerência, para aplicar a ideia que diz ter de que "não existem reservas", e com isso fazer as mudanças necessárias, para lutarmos por títulos nas duas competições que vem aí, ganhar ou não é do futebol, novamente, não vivemos disso, vivemos de Corinthians. 



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Foto: GazetaPress. 



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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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