É visível a todos, o momento de crise institucional que vive o Brasil, a revolta contra a crise econômica, e escândalos como o Petrolão, desencadearam uma ânsia de diversos setores da sociedade pelo impeachment da Presidente Dilma Rousseff (PT). O grande problema é que a análise do que está acontecendo há muito deixou de ser técnica (se é que um dia foi), a postura é como de torcidas num clássico futebolístico, ou pior. Ofensas de parte a parte, para uns "o PT e sua corja" precisam ir para a "Cuba que os pariu", já para outros, mesmo que o impeachment ocorra de acordo com o regimento legal, ele é um golpe, com isso, amplia-se apenas a crise e não se chega a nenhuma conclusão técnica aceitável, somos todos favoráveis ao fim da crise que tem ampliado a inflação e o desemprego no país, mas será mesmo que a troca de governo, que poderia ter sido feita nas urnas, e tenta agora fazer-se a força, será a grande solução de nossos problemas?


O governo Dilma sofre uma reprovação violenta, a ilação com escândalos como o da Petrobrás já citado, o Mensalão e outros são inevitáveis, e com a revelação por parte de Sérgio Moro dos grampos telefônicos, que indicam uma pressão sobre Lula para assumir o ministério em um momento culminante na investigação em instância inferior, fazem com que o clamor de grande parte da população sobre o congresso para a deposição da Presidente seja fortíssimo, inclusive impulsionado por abordagens fortes de veículos de imprensa, especialmente a Globo, basta ver como a questão é abordada pelos dois principais telejornais da emissora.

O grande problema para o PT de toda essa questão, é que o uso constante e até irritante do termo "Golpe", dá subsídios aos adversários, aos meios de comunicação, e aos que reprovam o governo, para ridicularizar a estratégia do partido de manter-se no Planalto. O processo que está sendo analisado pela comissão na câmara (que aliás está cheia de investigados pela Lava Jato, e históricos corruptos) trata das pedaladas fiscais, que segundo o partido, sempre foram praticadas no Brasil, e sobretudo no governo FHC, e não seriam portanto, crime de responsabilidade, pois teriam virado manobra comum, desde houvesse o repasse da verba mais a frente. Porém, o que caracteriza um Golpe de Estado, é a deposição á força da Presidência, o que tecnicamente não está ocorrendo, o processo está sendo julgado de acordo com o regimento, independente de acerto ou de erro em seu mérito.

A grande realidade e todos no PT sabem disso, é que o PMDB desde a redemocratização não lembra nem de longe o partido que o originou, é formado por velhas raposas, que sempre estão na base de quem está na crista da onda, de quem chegará ao poder, basta notar isso tanto na esfera federal, como por exemplo em SP, onde foram base tanto de Maluf, como posteriormente do PSDB no Estado e do PT na prefeitura, é um partido que está sempre ao lado de quem está no poder, e sempre pronto a passar para a cadeira, ou para a oposição quando conveniente, e é isso que acontece nesse processo, o vislumbramento de chegar novamente a presidência, sem ter obtido votos para tal, ótimo atalho.


A questão fundamental caso o PT tenha esperanças de se manter no poder, é remontar uma base, e conseguir os 171 (número interessante) votos e manter-se no governo, numa situação crítica, pois não teria base para aprovar nada, e o país seguiria com esse clima de separação entre "torcidas" e desaceleração econômica. Seguir usando o termo "Golpe", apenas dará subsídios para que a mídia siga ridicularizando as declarações de Dilma e dos petistas, e com isso elevando o clima de tensão, caso o processo avance e haja a votação em plenário. A única coisa que sustentaria talvez o argumento é a excepcionalidade, a informação que chega de Brasília, é de que caso haja a votação do impeachment, ela ocorreria em um Domingo, em sessão nominal e transmitida em Rede Nacional, certamente, a pressão pelo impeachment sobre os parlamentares será altíssima, e caso haja a deposição o PT usará essa excepcionalidade, para alegar que a Presidente foi impichada, através de um golpe.


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Fotos: Abril e AP. 


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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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