Por Joseclei Nunes (@JosecleiNunes)  

A primeira rodada da Copa Sul-Minas-Rio terminou, o publico compareceu, mas e agora, o que podemos esperar para as próximas rodadas, ou para os próximos capítulos envolvendo os clubes, principalmente a dupla Fla-Flu, CBF e FERJ?


Podemos iniciar no inicio da década passada, quando CBF, Globo e as confederações resolveram criar um calendário para o futebol brasileiro, e distribuição de cotas de TV, terminando com os torneios regionais, como a Copa do Nordeste, Taça Rio-São Paulo e Liga Sul Minas Rio, gerando uma revolta dos clubes com os envolvidos. Tempos depois, com enfraquecimento dos estaduais, brigas entre clubes, federações, confederação e emissoras de TV, alguns dirigentes optaram em retornar com os torneios regionais, começando pela Copa do Nordeste e a Copa Verde.


Com o sucesso dessas ligas, que tem a autorização da CBF, alguns clubes começaram se unir pela volta da Liga Sul Minas, mas com novos convidados, a dupla Flamengo e Fluminense, que nos últimos anos resolveram romper com a FERJ, que tem apoio de Vasco, Flamengo e os clubes pequenos do Rio de Janeiro.


A entrada da dupla começou uma queda de braço com a FERJ, até que Rubens Lopes, que tem interesse futuro em assumir a CBF, resolveu cortar o valor que seria distribuído aos dois clubes, dividindo entre as outras equipes do Campeonato Carioca. Depois ele solicitou a CBF para que vetasse a continuidade do torneio, que foi feito, colocando apenas em caráter amistoso de pré-temporada, que pela regra seria até 30 de janeiro. Essa decisão gerou uma revolta entre os dirigentes dos clubes envolvidos, jornalistas esportivos e até nas redes sociais com a hastag #JuntosPelaPrimeiraLiga, além do apoio do Bom Senso, mas isso não durou menos de uma semana e os clubes venceram a primeira queda de braço contra a CBF e a FERJ, que queriam o torneio apenas para 2017, onde colocaram o torneio no calendário oficial, mas nessa temporada como torneio amistoso. Uma vitória para o futebol brasileiro, mas ainda é pouco.


Ainda é complicado para alguns defenderem a Primeira Liga, até mesmo aqueles que não se juntaram a esses clubes, assim como a dupla Vasco e Botafogo, como os clubes paulistas. Há um jogo de interesse para todos os lados, é claro, isso envolve briga de poderes, cotas de TV e entre outros problemas como publicidade, preço de ingressos e por ai vai.


Claro que isso não mudará a situação do futebol brasileiro, que agoniza, mas pelo menos podemos ter ainda uma ponta de interesses. Vimos em outras oportunidades criação do clube dos treze, assumindo o campeonato brasileiro de 1987 e depois com outra oportunidade da Copa João Havelange e deu no que deu. Outra questão que precisa deixar de lado, é a rivalidade entre os clubes, como aconteceu com Kalil do Atlético Mineiro e o Gilvan do Cruzeiro. A Primeira Liga não será a solução, mas é a oportunidade para que o que existe de ruim no futebol como o que temos na CBF e na FERJ percam forças e no futuro tenha uma mudança. Assim como na questão nos direitos de TV, terminando com o monopólio de um canal e colocando uma divisão mais digna entre as equipes, fazendo do torneio mais atrativo, como um campeonato mais competitivo, o aumento de renda dos clubes, além da permanência de jogadores.


Ainda é cedo para criar uma expectativa sobre o futuro da liga e como a posição futura de outros clubes e confederações, mas é claro que o caminho para a criação de uma liga nacional poderá ser um inicio para o nosso futebol, resta como a CBF deixará os torneios dos clubes, mas a exemplo que tem na Europa, tem dado certo, mas aqui ainda tem a questão da rivalidade, do poder, do interesse financeiro e não ter uma cota dividida entre outros clubes. Espero que eu possa está errado, pois eu torço pelo futuro da liga e se realmente for um sucesso, com bom publico e bons jogos, quem sabe não podemos ver nos próximos anos ligas como a Rio-São Paulo, mas ainda é cedo, mas o importante que os clubes de inicio desafiaram a CBF e a FERJ, que aceitou a continuidade dessa edição do torneio e vamos esperar e que isso der certo e que o futebol brasileiro retorne aos tempos de outrora
.

Reitero também a permanência dos estaduais, pois nossa história esta na essência e nas rivalidades locais. A solução é que possamos também olhar para os clubes de menor investimento, dando também oportunidades nas ligas regionais. Não adianta pensar apenas nos clubes “considerados grandes”, pois todos precisam participar nesse momento pela mudança no futebol e os “pequenos”, assim como o sistema dos estaduais devem ser, permanecem em seu calendário.

Abaixo a nota da FERJ sobre a Primeira Liga:






*Joseclei Nunes é fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em História. Ama futebol, politica, escolas de samba e um bom papo de botequim. 

Imagem: Primeira Liga e FERJ
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Joseclei Nunes

30 Anos, Carioca, Licenciando em História na Simonsen, amante e pesquisador de Futebol, Política e Carnaval.

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