Olá fãs da velocidade! Depois de 19 grandes prêmios, a temporada 2015 da Fórmula 1 chegou ao fim no último fim de semana, após o GP de Abu Dhabi. Uma temporada que não foi caracterizada por muitas brigas dentro da pista, mas que foi bastante esclarecedora em muitos pontos determinantes para cada equipe. Hoje, trago a vocês uma análise de como foi o ano de cada equipe na F1, destacando os pontos positivos e negativos de cada time, atribuindo assim, uma nota referente ao desempenho da equipe nesta temporada. Vamos juntos, acompanhar nosso último post da Fórmula 1 em 2015!



Manor Marussia - A equipe que sequer participou do primeiro fim de semana do ano em Melbourne teve uma temporada típica de nanica: muitas dificuldades financeiras, nenhum ponto marcado e muitas indefinições que serão levadas para a próxima temporada. De bom, podemos levar os desempenhos de dois pilotos: Will Stevens e Alexander Rossi. O inglês declarou que poderia ter marcado seus primeiros pontos em Silverstone, aonde terminou em 13º, segundo ele, graças a um erro de estratégia do time, já Rossi disputou apenas 5 provas, mas igualou a melhor posição da equipe, um 12º lugar no GP de Austin. O piloto estadunidense se mostrou rápido, mesmo com o pouco tempo de prática com o bólido da equipe. A Manor, que terá ano que vem motores Mercedes, passará por uma reformulação, com um novo chefe de equipe e outros novos membros, possivelmente, já previamente indicados pela montadora alemã.
Prejudicada não só pelo carro desenvolvido com atraso, mas também pelo motor da temporada passada, essa foi realmente uma temporada para "se juntar os cacos" na Manor. Tendo como exemplo a Force India, sabemos que não é impossível ver uma nanica crescer, e se existe uma possibilidade disso acontecer, o ano que vem e a parceria com a Mercedes será fundamental para tal. Nota do ano: 5,5.


McLaren - A temporada 2015 para a McLaren se resumia em expectativa... Até que os testes com a nova McLaren Honda começaram! O ano que iniciou com um acidente de Alonso e muita tensão, terminou com os pilotos mais "conformados", porém não isenta de polêmicas. Alonso foi duro em suas reclamações no ano, e com razão (até certo ponto)! 2015 foi um dos piores anos da história da McLaren, com apenas 27 pontos ganhos e como melhor resultado um quinto lugar de Fernando Alonso na Hungria. Apesar de tudo isso, tanto Button como Alonso, quando aceitaram as propostas da McLaren, tinham em consciência que ninguém é capaz de fazer um motor competitivo logo no seu primeiro ano de volta à F1! Com isso, assumiram o risco de passar por situações humilhantes como punições incalculáveis e vários abandonos.
Se a McLaren quer voltar ao topo, o início de uma parceria exclusiva com a Honda é realmente uma ideia muito boa, mas a cautela deve se manter presente para os próximos anos. Potencial e estrutura a Honda tem, os japoneses precisam apenas de tempo para desenvolver seu trabalho. Se 2015 foi um ano terrível em termos de resultados, levamos de bom a experiência adquirida pelos desenvolvedores da unidade motriz. O caminho para o sucesso está apenas começando, e como para qualquer um, ele é longo e com vários obstáculos. Nota do ano: 6,5.

Sauber - "Ah se o ano todo fosse como foi em Melbourne", esse deve ser o pensamento da equipe Sauber neste ano. Depois de não pontuar em 2014, a equipe conquistou um oitavo e um quinto lugar logo no GP australiano, que abriu a temporada. A expectativa por um ano que honrasse a já tradicional equipe suíça foi diminuindo a cada GP, e o fim do ano acabou por não ser tão desastroso, e nem tão otimista assim. Com dificuldades financeiras e pouca margem de desenvolvimento, a equipe Sauber foi perdendo espaço conforme o passar das corridas, e viu equipes como Lotus e STR passarem à frente no rendimento e também na classificação de construtores, no fim do ano, até a própria McLaren apresentou melhor rendimento que a equipe suíça! O brasileiro Felipe Nasr fez temporada até bastante consistente, garantindo a grande maioria dos pontos obtidos pelo time de Peter Sauber e se tornando uma das boas surpresas da temporada. 2015 foi um ano para recuperar a moral do time suíço, e o oitavo lugar no mundial de construtores era o máximo que a equipe poderia conquistar, porém a evolução de McLaren e até da Manor promete ser grande, o que acende o alerta da equipe e praticamente obriga o time a evoluir financeira e mentalmente, para que o ano que vem não protagonize mais um capítulo triste da história da Sauber. Nota do ano: 6,0. 


Toro Rosso - No centro das expectativas graças aos seus jovens pilotos Max Verstappen e Carlos Sainz, a Toro Rosso não começou bem 2015. Os recorrentes problemas no motor Renault influenciaram diretamente nos abandonos de ambos os pilotos, mas aos poucos o motor francês foi melhorando no quesito confiabilidade e os pupilos da Red Bull tiveram condições de mostrar seu valor. Verstappen teve realmente um ano para se lembrar na história, dois belos quartos lugares e um grande repertório de ultrapassagens arrojadas, além ainda de não se intimidar dentro ou fora das pistas com a pressão de ser piloto de F1 ainda menor de idade! O holandês é o futuro do país e quem sabe, um futuro campeão na categoria! Sainz se mostrou competitivo, mas teve menos exibições de gala como de seu companheiro de equipe. Num ano onde o time começou criticado por uma média de idade absurdamente baixa, a Toro Rosso revela dois bons nomes para o futuro e conquista a maior pontuação numa única temporada em toda a sua história! Isso mostra que o desenvolvimento do carro e as escolhas feitas pela equipe estão no caminho certo, e manter-se nele pode render bons frutos no futuro. Nota do ano: 7,5.


Lotus - Mais uma equipe com dificuldades financeiras, a Lotus anunciou para o ano de 2015 que contaria com os motores Mercedes, o que aumentou as expectativas do time de Enstone para a temporada. Porém, a equipe enfrentou muitos problemas com o desenvolvimento do carro, o que atrapalhou muito a vida de Romain Grosjean e Pastor Maldonado. Para piorar, o piloto venezuelano resolveu mostrar em 2015 todo o seu lado "radical", acumulando penalizações e abandonos corrida por corrida, além de obter maus resultados também nas qualificações. O ponto alto do time na temporada foi o terceiro lugar de Grosjean na Bélgica, o último pódio da Lotus, agora já oficialmente comprada pela Renault. Foi uma temporada um tanto melancólica para a despedida do nome Lotus na F1. A equipe deve passar por uma grande reestruturação, mas os nomes escolhidos para esse processo não tem muita experiência (Jolyon Palmer e Pastor Maldonado). Deste ano, a Lotus talvez leve como principal lição de que não adianta apenas um motor vencedor, há de se ter um investimento também no carro para que resultados decentes possam aparecer. Nota do ano: 6,5.


Force India - O time indiano não começou 2015 com boas esperanças. O atraso no desenvolvimento do carro também foi problema para a equipe de Vijay Mallya, que fez toda a primeira metade do campeonato com um modelo parecido ao de 2014. Nesse período, a melhor posição foi um sexto lugar no GP Austríaco obtido por Hülkenberg, já na segunda metade do ano, a equipe conquistou três vezes o quinto lugar, todas com Sergio Pérez, tudo isso graças a tão esperada atualização do bólido, que chegou no GP da Bélgica. A equipe que começou como nanica, agora vive as vésperas de uma possível parceria com a Aston Martin, e vê de perto a possibilidade de alcançar pódios e outros bons resultados. A dupla Hülkenberg e Pérez é muito competitiva e capaz de levar a Force India a desenvolver um carro confiável e rápido, além de manter o bom desempenho nas pistas. O quinto lugar no mundial de construtores foi a melhor posição já alcançada pelo time em toda a sua história, a recompensa pelo trabalho duro que recuperou a primeira metade prejudicada. A equipe mantém a base desse ano para o ano que vem, e o trabalho que vem sendo bem feito pode levar o time a igualar os bons resultados desta temporada no ano que vem. Nota do ano: 7,0.


Red Bull - Os touros vermelhos começaram o ano desconfiados, o motor Renault não agradava em nada a diretoria do time e o carro perdia em certas circunstâncias até para o time B, a Toro Rosso! A fúria da RBR ficava evidente a cada GP que passava, isso pois o time simplesmente não aceitava ficar tão longe da disputa pelas primeiras posições. As declarações e provocações com a montadora francesa vieram a público e a Red Bull partiu atrás de outro fornecedor. Porém, Ferrari, Mercedes e até a Honda recusaram oferecer seus serviços ao time austríaco! Sem opções, o time cogitou criar um motor independente, mas voltou a fazer as pazes com a Renault e acertou permanecer com o motor francês em 2016. Esse foi o grande tema da escuderia em 2015, um ano bastante atípico para o time de Christian Horner. Sem forças para competir com os motores Mercedes, o time se aproveitou das pistas onde a aerodinâmica ajudou e marcou aí seus grandes resultados, segundos lugares com Kvyat e Ricciardo. Ambos os pilotos se mostraram bastante competitivos, com destaque para o russo, que derrotou Daniel logo no seu primeiro ano na escuderia austríaca. Bons pilotos, um bom carro, o que realmente faltou a RBR neste ano foi o motor, o que infelizmente nos impediu de ver uma briga entre equipes diferentes nesta temporada. Nota do ano: 7,0.


Williams - Depois de uma esperançosa temporada em 2014, o time Williams foi o mais especulado na virada de ano da F1. Muito se falou sobre o desenvolvimento do carro e uma possível briga com a Mercedes. Os pilotos sonharam com esse dia, que nunca chegou... Com o grande salto da Ferrari, a Williams sequer conseguiu brigar pelo posto de segunda força do campeonato, permanecendo estabilizada toda a temporada entre a Red Bull e o time italiano. Para piorar vieram os já costumeiros erros grosseiros tanto na escolha das estratégias como na execução dos pits. Vários pontos foram jogados fora pela equipe inglesa, pontos que poderiam ter dado à Bottas um merecido quarto lugar no Mundial de pilotos, já Massa não teve muito o que comemorar no ano. Provas burocráticas, sem muito brilho e momentos de emoção levaram o brasileiro a ser contestado por muitos, mas a renovação do contrato ainda dá esperança a trajetória de Felipe na Fórmula 1. Um ano com pouco progresso do time, tanto no planejamento e construção do carro como nas corridas e momentos sob pressão. O time tem pilotos capazes, precisa dar condições a eles. Nota do ano: 6,5.

Ferrari - Depois de um ano terrível em 2014, a saída de Alonso e a chegada de Vettel animava os tiffosi para um ano com melhores resultados, mas a crise interna que ameaçava se instalar provocava desconfiança do mundo do automobilismo. Arrivabene chegou, prometeu duas vitórias enquanto todos imaginavam um carro pior do que o do ano passado, e o time italiano fez mais, bateu as Mercedes em três ocasiões, e Vettel, numa grande temporada, brigou até a penúltima prova pelo vice-campeonato mundial. Um trabalho conjunto, que envolveu muito dinheiro, mas que rendeu bons frutos à equipe italiana. Räikkönen teve um ano menos brilhante. Efeito da idade, o finlandês não deve estar na F1 em 2017, mas a experiência de Kimi pode contar pontos valiosos no desenvolvimento de mais um carro, esse ainda mais aguardado por todo o mundo! 2015 foi um ano onde a Ferrari provou que há sim como alcançar a Mercedes, um trabalho quase perfeito. Levando em consideração toda a evolução que o time italiano apresentou, um trabalho digno de campeões! Nota do ano: 8,5.


Mercedes - Enquanto todos lutam, batalham e buscam ficar apenas alguns segundos a menos de distância deles, a Mercedes segue seu domínio na Fórmula 1. A equipe de fábrica desenvolveu o melhor motor da era V6 e desfruta de toda essa vantagem em mais um tranquilo título mundial, tanto de pilotos como de construtores. Lewis Hamilton protagonizou uma grande temporada das flechas de prata, com 10 vitórias em 19 corridas, igualando seu ídolo Ayrton Senna em número de títulos e aniquilando Nico Rosberg na maior parte do campeonato, garantindo o título com 3 corridas de antecedência! Se a vida do inglês parece fácil, Toto Wolff e Niki Lauda penam para manter o "respeito" entre os companheiros de time e evitar que possíveis desentendimentos tenham consequências mais graves. A relação de amizade entre ambos se estremeceu assim que começaram as disputas, e a crescente ascensão da Ferrari promete não dar brechas a erros e desentendimentos internos na equipe alemã. A temporada 2015 foi o melhor ano da história da Mercedes, novamente um trabalho impecável e que consolidou ainda mais a liderança do time na categoria. Agora, o foco deve se voltar para o futuro, manter o grande trabalho que foi feito até agora e vencer ainda mais vezes! Nota do ano: 9,0.

Mais um ano vai chegando ao fim e gostaria de agradecer a todos que nos acompanharam nesse 2015. Foi um prazer participar dessa cobertura junto com vocês. Espero ano que vem poder estar aqui de novo junto com toda a equipe do Jovens Cronistas fazendo o que mais gostamos. Deixe sua opinião, sugestão e/ou crítica, um abraço e até a próxima!
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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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