Caros leitores, se vocês acompanham o Papo de Torcedor palmeirense devem estar lembrados que no jogo de ida fiz uma postagem dizendo que o filme (de 2002) queria repetir. O mesmo ASA e um Palmeiras um pouco apático em campo, com pouca objetividade. Porém, nesta noite, o Palmeiras sofreu para fazer gol, mas não para não sofrer. A parte defensiva foi segura e o verdão está classificado às oitavas de final da Copa do Brasil, mudando o final do filme: triste em 2002 e alegre em 2015.

O jogo foi disputado em Londrina já que o ASA quis "vender" o mando de campo para sanar dívidas (medida aceitável, mas não concordo muito. Se um time possui uma casa, deve utilizá-la sempre). Mas isso não abalou os arapiraquenses que se postaram de forma fechada e muito eficiente, praticamente fechando os espaços que havia pelo miolo de zaga e intermediária.

O Palmeiras vinha com uma equipe bem modificada e até no esquema tático. Marcelo Oliveira optou por um 4-4-2 com Cristaldo e Leandro no ataque, Cleiton Xavier e Kelvin como meias, Amaral e Andrei Girotto de volantes. A falta de entrosamento ficou tão clara quanto a necessidade urgente de perceber que o tal Leandro não tem capacidade no ataque do Palmeiras: perdeu um gol inacreditável após belo passe de Girotto, além de atrapalhar algumas jogadas com faltas bestas e servir de barreira para o adversário.

Enfim, as jogadas eram produzidas mais por Kelvin, porém, faltava mais apoio ao meio campo. O ferrolho armado muito bem pelo técnico Vica conseguia desarmar o ataque palmeirense e sair jogando com tranquilidade na defesa. No ataque alvinegro, porém, faltou muita qualidade.

Veio o segundo tempo e olha o Marcelo Oliveira querendo queimar minha língua! Critiquei-o no começo por fazer trocas de "6 por meia dúzia", mas fez uma de extrema necessidade: saiu o Leandro e entrou o Gabriel Jesus, ou seja, mais velocidade e categoria para ajudar o Cristaldo na frente. E o Palmeiras começou diferente, marcando em cima e já com cobertura no meio campo ofensivo.

O treinador alviverde não parou apenas em Gabriel Jesus e foi mais ousado: sacou Andrei Girotto de volante (apesar de apoiar bem no ataque), restringiu a marcação apenas ao Amaral, e colocou Dudu (atacante). Esta substituição mudou o rumo do jogo.

Com mais movimentação no campo ofensivo (Kelvin, Gabriel Jesus e Dudu) foi menos difícil furar um ferrolho. Dudu saiu da área e deu bom passe em um gramado horrível para Cleiton Xavier que cruzou na medida para Gabriel Jesus marcar seu primeiro gol pelo profissional do Palmeiras (aleluia! Cleiton deu uma assistência... mas tem que correr mais).

A estratégia do ASA não alçou vôos elevados e o time teve que se lançar ao ataque. Porém, com falta de qualidade na frente, não levou praticamente perigo ao gol de Fernando Prass. Ainda deu tempo do Palmeiras criar umas boas chances para ampliar, mas não aproveitou.

E fim de papo! Não foi uma atuação brilhante, mas para um time desfalcado, pouco entrosado e ainda mais; contra um time que assombrava o Palmeiras, a vitória está de bom tamanho. Nomes principais do meio campo como Arouca e Zé Roberto foram poupados. Rafael Marques não entrou em campo e Egídio não jogou (embora a torcida tenha pedido o nome dele durante o jogo quando estava no 0x0 ainda).

Vai um destaque aqui no primeiro tempo para o lateral direito João Pedro que arriscava boas jogadas individuais (característica que o faz ser convocado para as seleções de base) e também pro Gabriel Jesus não só pelo gol, mas pela movimentação diferenciada que proporcionou ao ataque alviverde. Portanto, Gabriel Fernando de Jesus, encerro a matéria com uma imagem em sua homenagem.

Oswaldo de Oliveira (ex-técnico do Palmeiras) reclamando de torcedor alviverde que pedia entrada de Gabriel Jesus no time (após jogo contra o São Bernardo no Paulistão; fonte: globoesporte.com)

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Leonardo Paioli Carrazza

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