Oswaldo foi contratado no fim de 2014 (fonte: uol)

Caros leitores, hoje não será tratado aqui nenhum jogo, mas sim, o fim de uma trajetória e quem sabe o começo de uma nova mais vitoriosa? Este é o fim da era Oswaldo de Oliveira na Sociedade Esportiva Palmeiras. Essa era começou um tanto quanto promissora ao final de um pífio campeonato Brasileiro em 2014, quando o treinador chegou em dezembro e alguns primeiros reforços começaram a chegar.

Ao término da primeira temporada, estavam contratados cerca de 20 jogadores, afinal o Palmeiras desmanchou o time ridículo de 2014 e precisava montar um novo. E confesso que a minha primeira impressão foi das melhores: fui ao jogo Audax 1x3 Palmeiras pela estreia no campeonato paulista e vi um time bem ajeitado dentro de campo, sufocando o adversário e que com certeza daria trabalho aos demais times (ao contrário do time de 2014 que em vez de dar trabalho, deu pontos de graça aos adversários). Isso sem reforços renomados terem jogado como Cleiton Xavier, Dudu, Rafael Marques, além da ausência (pra variar) de Valdívia.

A sequência acabou não sendo boa, com derrotas para Ponte Preta e Corinthians nos domínios alviverdes, Oswaldo ja sentiu um pouco da pressão do clube. Nada que uma vitória na rodada seguinte contra o Rio Claro não resolvesse. Porém, a equipe foi se acertando e, apesar de ter perdido outro clássico na Vila Belmiro contra o Santos, vinha jogando bem. A melhor atuação foi contra o São Paulo em uma vitória por 3x0 no Allianz Park com golaço de Robinho e dois de Rafael Marques ("queridinho" de Oswaldo, mas que dentro de campo mostrou que mereceu mesmo a vaga de titular, apesar da simpatia do treinador).

Oswaldo trouxe de volta o orgulho ao palmeirense após a eliminação do Corinthians no paulistão dentro do estádio adversário. Porém, a equipe não apresentou a mesma intensidade de jogo nos dois jogos da finalíssima contra o Santos. Até então, não é sabido o motivo de tal queda de empenho, mas para um técnico ofensivo em sua essência, o Palmeiras passou a agredir pouco. A partir daí, começou a queda de Oswaldo.

Veio o começo do campeonato brasileiro e uma deficiência alviverde ficou demonstrada: falta de qualidade na finalização (somada com aquela falta de empenho). Pouca objetividade e qualidade renderam apenas dois pontos nas três primeiras rodadas e nenhuma vitória em casa, além de um empate horroroso contra o ASA pela Copa do Brasil. Oswaldo começou a ser pressionado, mas uma vitória com uma bela atuação contra o Corinthians fez o treinador respirar um pouco mais. Mas apenas um pouco. Novo tropeço contra o Internacional em casa e derrota de forma ridícula para o Figueirense em Florianópolis culminaram com a demissão do treinador que deixava, a cada jogo, a torcida com a mesma expressão dele, da foto abaixo:



Oswaldo de Oliveira depois de um empate contra o ASA (fonte: lancenet)
Apesar de muitos acharem amadorismo essa tal demissão de treinadores, Oswaldo tem sim sua parcela de culpa. O time sempre atuou com a mesma formação tática 4-2-3-1 e com a utilização de jogadores que não rendem muito nesse esquema; no caso, o mais sacrificado foi o Dudu que frequentemente vinha sendo escalado como ponta, quando rende mais de segundo atacante.

No tropeço contra o Internacional, mexeu no time de forma esquisita ao colocar Cleiton Xavier no lugar de Kelvin (que vinha fazendo boa partida e, devido à mexida de Diego Aguirre no Inter, teria um corredor inteiro a seu dispor) e não fazer isso com Dudu que naquela altura do jogo estava jogando mais centralizado.

No jogo contra o Figueirense acho que foi a gota d'água para a paciência de todos. Trocas de 6 por meia dúzia e a entrada de Cleiton Xavier com apenas 30 minutos do segundo tempo quando o time estava entrando na fase de "desespero" no jogo, foram incompreensíveis. O time pode não ser lá essas coisas, mas poderia render muito mais do que apenas 6 pontos em 6 rodadas. Neste caso, acho que o Oswaldo tem uma parcela de culpa sim.

Por outro lado, vale a pena escutar a parte dos jogadores. No programa Donos da Bola exibido para o Estado de São Paulo (conhecido como "Programa do Neto" para muitos), o repórter Nivaldo de Cillo reportou que Fernando Prass declarou após a derrota para o Goiás no Allianz Park que havia jogadores que precisavam aparecer mais dentro de campo. Não citou nomes, mas: Dudu, Cleiton Xavier e Arouca podem chamar um pouco mais a responsa na partida.

Agora saiu um treinador, obviamente, vem outro. O favorito da vez é Marcelo Oliveira, ex-técnico do Cruzeiro e amigo de Alexandre Mattos (gerente de futebol do Palmeiras). Disse favorito porque apenas acredito quando assumir oficialmente, apesar de algumas fontes já darem como certa a contratação.



Marcelo Oliveira no Cruzeiro (fonte: globoesporte.com)

Marcelo Oliveira teve campanhas de destaque com o Coritiba na Copa do Brasil e em ambas, curiosamente, envolveu o Palmeiras como seu adversário. Em 2011, o Coritiba aplicou uma sonora goleada de 6x0 e ficou com o vice do campeonato, mas em 2012 o Palmeiras deu o troco e venceu o Coxa na final, fazendo com que o treinador fosse bi-vice.

Foi contratado pelo Vasco da Gama e lá não durou muito tempo até se acertar com o Cruzeiro. Apesar de mais um vice da Copa do Brasil, Marcelo fez um time de alguns jogadores "rejeitados" como: Egídio, Marquinhos, Ricardo Goulart, Everton Ribeiro, Dagoberto jogar muito bem e culminar em dois títulos brasileiros consecutivos.

É um nome que me agrada muito em termos de competições de pontos corridos, pois estuda seus adversários e não costuma improvisar muito jogadores fora de suas funções. Não conheço sua filosofia de comandar o time, ou seja, não sei se é linha dura ou se é "paizão", mas para o Palmeiras, acredito que precise um pouco de pulso firme e fazer os jogadores citados anteriormente aparecerem.

Porém, é um técnico que deixa a desejar quando o assunto é campeonatos de mata-mata; pelo elenco do Palmeiras, torneios em mata-mata seriam a única opção de alguma glória em 2015. Acho que com Marcelo, as coisas têm que começar a ficar ajeitadas para o ano de 2016.

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Leonardo Paioli Carrazza

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