Foi bom enquanto durou. Fico feliz por ter analisado a segunda metade do Campeonato Espanhol pelo blog, foi uma experiência muito bacana. 

Caros amigos, a rodada derradeira da Liga das Estrelas aconteceu ao longo deste sábado, com partidas para todos os gostos: sonolentas, festivas e movimentadas.

Vamos aos principais jogos e os destaques finais:

Barcelona 2 x 2 Deportivo La Coruña

A tarde no Camp Nou foi de festa. Palmas para o Barcelona, no jogo da entrega da taça. 


Aplausos para a equipe aguerrida do La Coruña, time tradicional espanhol (campeão em 1999-2000), que, após um sobe-desce desde a temporada 2011-12, conseguiu permanecer na primeira divisão.

E reverências ao símbolo do tiki-taka, ao lado de Iniesta no meio-campo blaugrana. Um monstro que fez parte do maior time que eu vi em meus 12 anos de futebol, na era Guardiola. Um craque que viveu grandes emoções na Catalunha desde 1998, enquanto era lapidado nas canteiras. Uma bandeira do Barcelona, que poderia dar seu nome ao estádio no qual apresentou um futebol de encher os olhos. 6raciès Xavi Hernández! Isto é, muito obrigado, Xavi.

Na partida, o primeiro tempo foi do Barça. No 4-3-3, quase todo remontado, houve espaço para a estreia de Vermaelen – contratado no início da temporada, só conseguiu jogar agora. O goleiro Masip, cria de La Masia, também teve sua oportunidade.

No 4-2-3-1, o Depor posicionou-se atrás para tentar um empate, que possivelmente o salvaria do rebaixamento (como de fato aconteceu) ao final da partida. Iván Cavaleiro honrou o nome e batalhou, isolado, no campo de ataque.

Logo aos 5 minutos, após contra-ataque veloz armado pela esquerda, Rafinha deixou o marcador no chão e cruzou, na medida, para testada de Messi, no canto direito. 1 a 0.

O ritmo foi reduzido. Mesmo assim, os culés tiveram 80% de posse de bola e chutaram 12 vezes ao gol.
Na volta para a segunda etapa, o Barcelona tratou de ampliar o resultado. Em ataque armado pelo meio, aos 13, Neymar rolou para Messi, sozinho, cutucar para o fundo da rede. 2 a 0.
Contudo, na base da superação, o La Coruña escalou a montanha para sair do fundo do buraco. Aos 21, Lucas Pérez dominou a bola na entrada da área, bateu de canhota e acertou o ângulo direito. Um gol maravilhoso que diminuiu a vantagem.

Cinco minutos depois, Medunjanin acertou o poste, em cobrança de falta.

E aos 30, mostrando que o momento do time da Galícia era melhor, saiu o empate. O mesmo Medunjanin bateu falta na barreira, foi bloqueado no rebote, mas Diogo Salomão emendou no canto para igualar o placar. 2 a 2, na raça.

O 4-2-3-1 do Deportivo virou um 10-0 no final do jogo. Linda foi a festa da torcida, comemorando a não queda da equipe.

Circunstâncias de momento.

O Barça não queria mais forçar também.

Ficou bom para todos.


Os culés terão, nos próximos dois finais de semana, a chance de conquistar a tríplice coroa. No sábado, diante do Athletic Bilbao, a Copa do Rei e no sábado seguinte, a Champions League, diante da Juventus. Será a primeira vez na Espanha, caso o Barça vença, que um time emplaca duas tríplices coroas. 

Granada 0 x 0 Atlético de Madrid

Uma partida que ninguém lembrará daqui a 5 anos. O zero a zero resume com perfeição o que aconteceu no Nuevo Los Cármenes.

Sem dúvidas, os jogadores do Granada e do Atlético fizeram o certo, tendo em vista que o empate (com a derrota do Almería) deixava o time rojiblanco na divisão de elite espanhola e o time colchonero (resultado necessário, sem combinações) com a vaga direta na próxima Liga dos Campeões.

Todavia, ficou claro que nenhum dos lados queria jogar.

As equipes jogaram espelhadas no 4-4-2, embora El Arabi (do lado andaluz) e Griezmann (do lado madrilenho) tenham ficado isolados em boa parte da peleja.

Chances de gol? Zero. Na Espanha, os locutores de rádio devem ter anunciado mais comerciais que o Milton Neves enquanto a bola rolava.

É importante lembrar que o Granada permaneceu na zona perigosa da 16ª até a 36ª rodada. Evidentemente, o resultado foi super comemorado na cidade. O cartaz abaixo mostra o amor dos torcedores: Viemos da Polônia, para participar da salvação (do rebaixamento).


O lance mais interessante da partida, já aos 45 da etapa complementar, foi a homenagem da torcida local a Guilherme Siqueira, aplaudido de pé por ter jogado bem no Granada, há duas temporadas.

Real Madrid 7 x 3 Getafe

O jogo final da temporada 2014-15 da Liga BBVA foi elétrico. Há tempos, eu não via um jogo com o placar final de 7 a 3, aliás, não me lembro qual foi a última vez que isso aconteceu.

Um Real que alternou momentos de intensidade com outros de sono. No 4-3-3, quatro jogadores tiveram oportunidade como titular, em relação àqueles que atuaram durante o campeonato.

O Getafe, no 4-2-3-1, pelo fato de estar livre de qualquer ameaça, jogou de “peito aberto”, ou seja, atacou sem medo de ser feliz.

Uma postura que colocou os madridistas em apuros, mesmo no Bernabéu nesta temporada, vide os jogos contra Schalke 04, Valencia e Juventus. Em nenhum deles, o Real venceu.

Essa combinação deixou minha prancheta repleta de anotações de gol. 

Não havia chances de perigo. 

As bolas que foram em direção a meta, ao menos no primeiro tempo, entraram. Parecia jogo de fim de expediente entre trabalhadores.

Aos 13, Marcelo fez belo levantamento no segundo poste. Cristiano Ronaldo subiu sozinho e testou no canto direito. 1 a 0 Real Madrid. A equipe merengue tirou o pé do acelerador, por ter controlado a partida.
Ledo engano. Aos 22 e aos 25, dois chutes semelhantes da entrada da área acentuaram as vaias a Casillas. Escudero, de canhota, e Diego Castro, de chapa, acertaram o canto esquerdo do goleiro espanhol para virar a partida no Santiago Bernabéu.

Uma pausa na avalanche de tentos para falar do ídolo Casillas. A parte da torcida madridista que vaia o arqueiro, presente em todos os títulos da equipe no Século 21, comete uma injustiça incrível. Seria o mesmo se os torcedores do Liverpool apupassem Gerrard. Ou se os são-paulinos vaiassem Rogério Ceni. É inacreditável. Isso mostra que torcida, independentemente se no Brasil ou na Espanha se baseia no momento, e não na história.
Ronaldo, sempre ele, tratou de virar novamente o resultado pró-Real. 

Aos 31, em cobrança de falta sensacional, da meia esquerda. Inapelável para qualquer goleiro, ainda que Codina tenha saltado com o braço recolhido.  

E aos 34, após pênalti sofrido por Chicharito, o gajo bateu no meio do gol. 3 a 2 Real.

Como prêmio de consolação, o português foi o artilheiro da competição com 48 gols, cinco a mais que Lionel Messi.

As nuances táticas e técnicas foram esquecidas no jogo. Eu não me atentei a isso. Os jogadores também não. Isso foi muito divertido.

Aos 41, Lacen fuzilou Casillas, depois de um bate-rebate na área, para empatar de novo. 3 a 3.

Na volta do intervalo, os merengues acabaram com a brincadeira logo de cara. Na primeira volta do ponteiro, CR7 acertou o poste, em cruzamento de Marcelo, e Chicharito bateu cruzado para fazer o 4º. Aos 6, James Rodrigues cobrou falta perfeita, por cima da barreira. 5 a 3.

Pausa para a entrada histórica de Martin Odegaard. O norueguês de 16 anos é o primeiro jogador merengue a jogar, entre os profissionais, com essa idade. Ele entrou somente no lugar de Cristiano Ronaldo, mas mostrou qualidade com a perna esquerda.

Jesé, aos 25, e Marcelo, aos 45, fecharam o marcador. 7 a 3.

Fernando Hierro esteve nos últimos dois jogos do Real (o outro contra o Espanyol, semana passada) no banco, já que Carlo Ancelotti cumpria suspensão. O ex-zagueiro, ídolo merengue, pode dizer que está invicto no comando interino do time: duas vitórias, com 11 gols marcados.


Destaques: Valencia de volta a Champions! O bom time comandado por Nuno Espírito Santo ficou um ponto à frente do Sevilla na tabela e vai disputar a maior competição de clubes do mundo, após duas temporadas de ausência;

Cinco espanhóis na Champions? O Sevilla está na final da Europa League e, caso vença o Dnipro Dnipropetrovsk, vai para a Liga dos Campeões. Como os sevillistas terminaram a Liga BBVA em quinto lugar, a Espanha pode ter cinco representantes na competição;

A vaga é minha! O Athletic Bilbao está na Europa League. Se vencer a Copa do Rei, a vaga é direta na fase de grupos. Caso perca a Copa, a vaga fica com o sétimo do Campeonato Espanhol, o próprio time basco – mas será preciso disputar playoffs.

Vai Granada! Dez pontos nos últimos doze disputados. Apesar da partida tecnicamente fraca da equipe, o ponto conquistado diante do Atleti foi salvador. O time da Andaluzia segue na Liga BBVA;

Pobre Eibar. O time basco ficou em um triplo empate com Deportivo La Coruña e com o Granada. Entretanto, perdeu para os dois times nos confrontos diretos. Apesar da vitória contra o Córdoba, o Eibar volta para a Liga Adelante.


As partidas com ligação, seja por vaga na Champions, na Europa League ou contra o rebaixamento, foram disputadas no mesmo horário. A classificação final ficou assim:

Resultados 38ª rodada
Levante 0 x 0 Elche – 11h30

Athletic Bilbao 4 x 0 Villarreal – 13h30

Barcelona 2 x 2 Deportivo La Coruña

Granada 0 x 0 Atlético de Madrid
Rayo Vallecano 2 x 4 Real Sociedad
Eibar 3 x 0 Córdoba
Almería 2 x 3 Valencia
Málaga 2 x 3 Sevilla

Real Madrid 7 x 3 Getafe – 15h30




*Imagens: Mundo Deportivo

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Obrigado a Adriano Garcia e aos leitores da coluna do Campeonato Espanhol. Ao longo da semana, teremos a retrospectiva da temporada e o esquenta para a Final da Copa do Rei.

A Liga das Estrelas volta em agosto!
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