Chegou a hora dos brasileiros no mata-mata da Copa Bridgestone Libertadores. Dois clássicos nacionais e uma viagem corinthiana ao Paraguai. Vamos aos destaques:

Guaraní x Corinthians

Um dos principais favoritos a erguer o troféu da competição viaja ao Paraguai. Às 19h45, o Corinthians encara o Guaraní paraguaio, pela partida de ida das oitavas final, no Defensores del Chaco.



O Cacique, como é conhecido o time aurinegro, trata a partida como final de Copa do Mundo. A equipe é centenária e, apesar da pouca tradição na Libertadores, já foi semifinalista do torneio, em 1966 - com regulamento diferente em relação ao atual.

O time alvinegro se classificou com antecedência para o mata-mata e chegou a sonhar com o primeiro lugar geral entre os classificados, porém, o Boca Juniors não deixou - a derrota para o São Paulo também minou a esperança corinthiana.

Campanhas:

Guaraní: Duas vitórias, três empates e uma derrota. O triunfo-chave do Cacique foi contra o Racing de Avellaneda, na penúltima rodada da fase grupos, por 2 a 0. A equipe passou com a 13ª campanha (ou seja, o quinto melhor 2º colocado).

Corinthians: Quatro vitórias, um empate e uma derrota. Na minha visão, o jogo-chave do Timão foi contra o San Lorenzo, na Argentina. Primeiro, porque a partida não se apresentava para a vitória (com gol do Elias). Depois pelo fato de colocar a briga - naquele instante - entre o time do Papa e seu rival são-paulino pela segunda vaga, pois a primeira posição se encaminhava ali (confirmada após as duas vitórias sobre o Danúbio).

Destaques: 

Seis reais é o preço médio dos ingressos para a torcida local. Para os corintianos que quiserem ver a partida in-loco, o valor é de R$130 ou de R$140.

Corinthians jamais perdeu, em três jogos, no Defensores Del Chaco. Foram duas vitórias (contra Cerro Porteño e Olímpia) e um empate (diante do Olímpia).

Olho Neles: 

Federico Santander balançou as redes rivais 5 vezes na atual Liberta. O centroavante de 1,83 e 23 anos, dará trabalho à zaga do Corinthians.

Paolo Guerrero dispensa maiores apresentações. O peruano, autor do gol mais importante da vida gloriosa do Timão, volta após ser diagnosticado com dengue.

Escalações: 

Guaraní (3-5-2): Aguilar; Patiño, Cáceres e Maldonado; Filippini, Palau, De la Cruz, Ocampo e Bartomeus; Benítez e Santander. Técnico: Fernando Jubero

Corinthians (4-1-4-1): Cássio; Fagner, Felipe, Gil e Fábio Santos; Ralf; Elias, Jadson, Renato Augusto e Luciano; Guerrero. Técnico: Tite

Favorito: Corinthians. Hoje pode ser um jogo complicado pelo fator campo, ainda que a torcida do Guaraní não exerça tanta pressão. Entretanto, o Corinthians deve avançar para a próxima fase, pela consistência dos três setores da equipe.

São Paulo x Cruzeiro

No Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, um encontro brasileiro com rivalidade em competições latinas: São Paulo e Cruzeiro, às 22 horas.



O tricolor paulista deixou seu torcedor (eu inclusive) com dúvidas sobre a classificação para o mata-mata. As saídas de Kaká e de Álvaro Pereira do time vice-campeão brasileiro tiraram a alma da equipe. Porém, a fase de grupos ficou para trás e a tradição do clube na Libertadores pode pesar.

O adversário, entretanto, é complicado, nada menos que o bicampeão brasileiro. O esquadrão celeste está em processo de reformulação desde que suas principais peças – Ricardo Goulart e Everton Ribeiro – foram vendidas. Não à toa, o passaporte para as oitavas foi carimbado na última rodada – mesmo que em um grupo mais acessível que o do São Paulo.

Campanhas:

São Paulo: Quatro vitórias e duas derrotas. A fase de grupos do São Paulo, se levarmos em conta os resultados e o grupo no qual estava, foi boa. Contudo, a forma como os jogos aconteceram deixou uma incógnita na cabeça da imprensa esportiva e dos torcedores. Será que o excelente jogo contra o rival Corinthians, que acabou 2 a 0, será o mártire tricolor, ou as outras atuações inconstantes na temporada vão prevalecer? Veremos logo mais.

Cruzeiro: Três vitórias, dois empates e uma derrota. Ao longo dos seis jogos da fase de grupos, o Cruzeiro teve bons e maus momentos. A partida-chave foi contra o Universitário de Sucre, há duas semanas, quando a equipe cruzeirense se apresentou de maneira semelhante às atuações do BR-14 -  com atitude e pressionando o rival.

Destaques:

Olho neles: Ricardo Centurión será o substituto de Michel Bastos no ataque tricolor. O atacante argentino já foi decisivo na vitória heroica do São Paulo por 2 a 1 contra o Danúbio, no Uruguai, quando fez o gol decisivo nos acréscimos.

Escalações:

São Paulo (4-2-3-1): Rogério Ceni; Bruno, Rafael Toloi e Reinaldo; Denilson, Souza, Wesley, Paulo Henrique Ganso e Centurión; Alexandre Pato. Téc. Milton Cruz.

Cruzeiro (4-2-3-1): Fábio; Mayke, Léo, Manoel e Mena; Willians, Henrique, Arrascaeta, Marquinhos e Willian; Leandro Damião. Téc. Marcelo Oliveira.

Retrospecto cara a cara na Libertadores:

Em 2009, o Cruzeiro se classificou para as semifinais, após vencer as duas partidas.

Na ida, no Mineirão, placar de 2 a 1 para os mineiros, com gols de Leonardo Silva e Zé Carlos – Washington diminuiu para o tricolor. Em pleno Morumbi, na volta, o triunfo da Raposa por 2 a 0 teve gols de Kléber, o gladiador, e Henrique.

Em 2010, porém, a revanche. O São Paulo também ganhou os dois jogos. Na ida, no Mineirão, 2 a 0 com gols de Fernandão e Hernanes, que voltariam a marcar na partida de volta, no Morumbi – em vitória pelo mesmo placar.

Favorito: Não há favorito prévio. Tanto São Paulo quanto Cruzeiro podem avançar, embora os confrontos da última década apontem para uma leve vantagem tricolor.

Atlético Mineiro x Internacional

No mesmo horário, um confronto inédito pelas competições sul-americanas. Às 22 horas, na Arena Independência, Atlético e Internacional degladeiam por uma vaga nas quartas.
 

O clube atleticano avançou com uma campanha muito instável, tanto que, se chegar à Final, só decide em casa se o River Plate for o adversário - por ter a 14ª campanha geral (o Universitário de Sucre, 15º, já deu adeus à disputa).

O colorado avançou como melhor brasileiro e está ascensão, no 3º lugar geral.

Campanhas: 

Atlético Mineiro: Três vitórias e três derrotas. Parece que o Atlético gosta de sofrer para conquistar seus objetivos. O jogo-chave não poderia ser outro senão os 2 a 0 contra o Colo-Colo, com um gol espetacular de Rafael Carioca.

Internacional: Quatro vitórias, um empate e uma derrota. De criticado por rodar o elenco demais a reverenciado por dar oportunidade aos jovens. Foi assim que Diego Aguirre trouxe o Inter para o mata-mata. O jogo-chave foi, na minha opinião, o heroico 3 a 2 contra o Emelec, buscando uma virada incrível no segundo tempo, na raça.

Destaques:

Caiu no Horto, tá morto! Será? O Atlas mostrou como derrotar o Atlético no Independência. Tudo bem que o galo estava desfalcado, mas a força da equipe, em casa, pode não ser decisiva em um clássico.

Em quatro confrontos diante de brasileiros, o Internacional só perdeu um. Foi para o Fluminense em 2012. Nos dois títulos de Libertadores, o time colorado deixou ao menos um compatriota pelo caminho.

Olho Neles:

Lucas Pratto, atacante argentino, mal chegou à Belo Horizonte e já tem status de ídolo. O Galo só está nas oitavas por conta de um gol dele sobre o Santa Fé, na Colômbia e outro, que abriu o caminho para a vitória espetacular sobre o Colo-Colo. Sem contar os dois tentos marcados diante do Cruzeiro na semifinal do Campeonato Mineiro.

Lisandro López é a principal esperança colorada no Horto. Sem Nilmar lesionado, o argentino terá a incumbência de liderar o ataque. Será sua estreia na Liberta 2015.

Escalações:

Atlético Mineiro (4-2-3-1): Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete, Rafael Carioca, Dátolo, Luan e Carlos; Lucas Pratto. Téc. Levir Culpi.
Internacional (4-2-3-1): Alisson; William, Alan Costa, Juan e Ernando; Rodrigo Dourado, Aránguiz; Valdívia, D'Alessandro e Eduardo Sasha; Lisandro López. Téc. Diego Aguirre.

Favorito: Não Há favorito prévio (mas acho que passa o Galo).

O Galo não terá a força do Horto (ou, eventualmente do Mineirão) para decidir sua classificação, mas ainda tem o espírito da equipe que vencer a Libertadores 2013 e a Copa do Brasil 2014. 

O Internacional, sobretudo na figura de Diego Aguirre, se fortaleceu demais com a vitória sobre o arquirrival Grêmio na final do Gaúcho. Além de evoluir durante os jogos duros contra Emelec e Universidad de Chile, em casa. 


Serão três jogaços. Mario R. Magalhães, com Galo x Inter, João Paulo, com São Paulo x Cruzeiro, e Adriano Garcia com Corinthians x Guaraní farão as análises pós-jogo.


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