Caros amigos, o Campeonato Espanhol chegou ao fim com domínio e título merecido para o Barcelona. Ao longo da temporada, tivemos surpresas e constatações.

Vamos a análise da temporada 2014-15:

Barcelona campeão!

O time que mais venceu (ao lado do Real Madrid), o que menos perdeu. A melhor defesa, apesar das dúvidas que pairavam no setor. Um trio de ataque imparável. Os culés voltam a reinar na Espanha, onde conquistaram cinco dos últimos sete torneios. 

O Barça ficou oito rodadas invicto, no início da Liga, sem sofrer gols - com sete vitórias. 

Contudo, na oitava rodada, no Superclássico contra o Real, no Santiago Bernabéu, o time blaugrana sofreu demais e acabou derrotado por 3 a 1 - na estreia de Suárez. 

A derrota inesperada, na rodada seguinte, para o Celta de Vigo, em pleno Camp Nou, ligou o sinal de alerta.

Houve uma crise entre o treinador Luis Enrique e seus medalhões, sobretudo Neymar e Messi. Crise essa que deixou o clima tenso na Catalunha, após a derrota para a Real Sociedad por 1 a 0, porque tanto o brasileiro quanto o argentino não queriam ser poupados.

Com o passar do tempo, Enrique percebeu que poderia rodar todo o elenco, exceto sua trinca ofensiva. Deu certo. O time encaixou, principalmente na perfeita parceria entre Suárez, Messi e Neymar. 

Os culés mudaram a forma de jogar. Mais velocidade para definir as jogadas, em relação ao tiki-taka moroso que derrubou Tata Martino na temporada anterior.

O jogo-chave aconteceu no Camp Nou, contra o Real Madrid. A vitória por 2 a 1 indicava que, dificilmente, o título não ficaria em Barcelona. Depois deste triunfo, na 28ª rodada, foram oito vitórias e dois empates.

Campanha: 30 vitórias, 4 empates e 4 derrotas. 
Destaque 1: 84 dos 110 gols no Campeonato foram marcados pelo trio MSN. O argentino fez 43, o brasileiro, 22 e o uruguaio, 16;
Destaque 2: O time sofreu apenas 21 gols nos 38 jogos da Liga.

Real Madrid vice!

Os merengues tiveram uma temporada aquém do tradicional, ainda assim conseguiram o vice-campeonato. É interessante a mentalidade madridista: o time venceu a Supercopa da UEFA (2 a 0 no Sevilla, em agosto) e o Mundial de Clubes (2 a 0 no San Lorenzo, em dezembro), no entanto para os torcedores, o biênio 14-15 passou em branco, sem trocadilhos.

A temporada começou com tropeços diante do Atlético de Madrid (por 2 a 1, em pleno Santiago Bernabéu) e da Real Sociedad (por 4 a 2, no Anoeta). 

Mas o time comandado por Carlo Ancelotti emplacou 22 vitórias seguidas em jogos oficiais e mostrava que a conquista da Liga seria questão de tempo.

Seria.... As ausências de Modric (especialmente) e James Rodrigues deram instabilidade à equipe. 
O croata é uma peça fundamental na engenharia merengue. 

A festa de aniversário de Cristiano Ronaldo, após uma acachapante derrota por 4 a 0 para o rival Atlético, em fevereiro, aflorou os ânimos na capital espanhola.

Faltou fôlego no momento crucial da disputa. Faltou confiança ao esquadrão dez vezes campeão da Champions. O time, porém, ficou a dois pontos do campeão, apesar dos problemas. Restou a Cristiano Ronaldo reinar como artilheiro, com 48 bolas na rede.

Campanha: 30 vitórias, 2 empates e 6 derrotas.
Destaque 1: Em quatro confrontos diretos em busca do troféu (contra Barcelona e Atlético de Madrid, o Real perdeu 3;
Destaque 2: O time teve o melhor ataque da competição com 118 gols marcados.

Bravo Atlético!

Uma temporada com maior alternância do Atleti, porém o terceiro lugar é merecido.

Creio que o pragmatismo de Diego Simeone em diversos jogos travou a equipe tanto no Espanhol como na Champions (sobretudo nos dois jogos contra o Real nas quartas de final).

Campanha: 23 vitórias, 9 empates e 6 derrotas.
Destaque: Antoine Griezmann, contratado junto à Real Sociedad, fez uma temporada primorosa no Atleti com 22 gols marcados. O francês não deve ficar para a temporada 2015-16.

Valencia e Sevilla voltam ao holofote!

Dois bons técnicos trouxeram Valencia e Sevilla ao estrelato. 

Nuno Espírito Santo chegou nesta temporada aos valencianos e já levou a equipe para a Champions League.

Com uma defesa consistente formada por zagueiros finalistas da Copa do Mundo (Mustafi, alemão, e Otamendi, argentino), aliada a um futebol bem jogado, o treinador mostrou competência.

Na próxima temporada, o time de Mestalla terá aporte financeiro para reforçar o, já competitivo, elenco.


Unai Emery, espanhol de 43 anos, desembarcou na Andaluzia em 2013 para tornar os sevillistas os maiores campeões de Europa League. 

Na tarde de ontem, com show de Carlos Bacca, o time rojiblanco conquistou o bi consecutivo da competição (aqui, a análise do Adriano Garcia), nas mãos de Emery - que já é sondado pelo Real Madrid.

Com a conquista do torneio continental, o Sevilla vai disputar a Champions League 2014-15 também.

Seleção do Campeonato

O campeonato teve bons valores. Alguns deles ressurgiram, digamos, durante a disputa da Liga.

A minha seleção ficou distribuída no 4-2-4, à la anos 60:

Bravo (Barcelona);  Daniel Alves (Barcelona), Piqué (Barcelona), Otamendi (Valencia) e Gayá (Valencia); Krychowiak (Sevilla) e Dani Parejo (Valencia); Griezmann (Atlético de Madrid), Neymar (Barcelona), Messi (Barcelona) e Cristiano Ronaldo(Real Madrid). Téc. Nuno Espirito Santo (Valencia).

Estrela da Liga


Lionel Messi foi imprescindível ao time blaugrana. O argentino precisou modificar, para o bem do coletivo, sua forma de jogar. Aberto pela direita, tal qual surgiu para o futebol, o camisa 10 aumentou a força ofensiva do Barça, já que também precisava armar as jogadas - além de concluí-las.

Artilheiro


Cristiano Ronaldo foi mortal ao longo da Liga BBVA. O gajo fez 48 gols. Por conta das ausências de Benzema, de James e de Modric - de forma alternada durante a temporada - o português jogou mais próximo ao gol como um finalizador. Um exímio finalizador, diga-se.

Classificação Final


Um Campeonato incrível que volta em agosto. 

Mas a temporada espanhola ainda não acabou. Amanhã, teremos a prévia da Final da Copa do Rei entre Athletic Bilbao e Barcelona, que acontece sábado, no Camp Nou.

*Imagens: Mundo Deportivo

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