Olá fãs de futebol! Voltamos hoje com a análise do duelo entre Brasil e França, em Amistoso realizado em Paris, no Stade de France. Com o principal objetivo de preparar as equipes para as competições continentais deste ano, Dunga e Deschamps viram suas seleções apresentarem um bom futebol, nada mais. Erros ocorreram das duas partes, e acertos também. Desvendemos os enigmas desse jogo juntos, na nossa análise de mais um amistoso da seleção brasileira.

Os primeiros minutos de jogo foram muito bem jogados. As primeiras ações de ambos os times foram iguais: a pressão na saída de bola. Tanto o Brasil quanto a França tentaram surpreender, um gol no início era tudo o que ambas as equipes queriam. E ele quase veio para o time azul. Benzema cabeceou livre na cara de Jefferson, mas o goleiro brasileiro usou de seu bom posicionamento e sua rápida reação para espalmar a bola. Depois de atuações convincentes nos jogos de 2014, o goleiro botafoguense daria hoje mais um passo para se firmar de vez no gol canarinho. Uma atuação segura, orientando sempre seus defensores e trabalhando muito bem quando necessitado. Graças a boa regularidade, Jefferson tem tudo pra garantir a vaga de titular na Copa América.

O jogo seguiu, e começou a revelar uma das falhas do sistema tático brasileiro, a maior delas, a falta de rotatividade. A França, mesmo sem o principal articulador do time, o lesionado Pogba, trocava passes com facilidade em meio a defesa brasileira. Quando tinha a bola, o Brasil não conseguia boas articulações, esbarrava na defesa adversária, e via nas jogadas individuais de, ora Neymar, ora Firmino, ou ainda nos cruzamentos a única alternativa. Cruzamento... pois é, o time brasileiro falhou exatamente nessa jogada, uma das mais perigosas dos franceses. Varane subiu livre de marcação e abriu o placar aos 20 minutos.

Depois do gol, a equipe brasileira perdeu rendimento. Os franceses ganharam mais liberdade para tocar a bola, encontrar aos espaços, mas lhe faltavam alguém que desse o famoso "último passe". É, era a ausência de Pogba, que talvez poderia auxiliar e muito o jogo dos franceses. O Brasil, sem desfalques no meio-campo, tinha o mesmo problema. Faltava movimentação, toque de bola com objetividade, e principalmente, paciência quando se chega na frente do gol. No futebol moderno, há muito mais questões que devem ser prioridades que apenas a habilidade individual de cada jogador. É um esporte coletivo, estudado e valorizado pelas equipes.

A seleção brasileira foi melhorando com o passar do tempo, e foi incomodando mais o goleiro francês. Mandanda era o substituto de Lloris, e não inspirava tanta confiança no início da partida. Apesar de tudo, as principais chances do Brasil ainda vinham das jogadas individuais de Neymar ou de Firmino. No final da primeira metade, eis que surge um Oscar para fazer companhia a dupla de ataque. A tabela foi perfeita, Oscar entrou na área como atacante, definiu como tal, e marcou o gol do empate brasileiro. O intervalo mostrava a igualdade no marcador, refletida em parte no campo, mas inexistente na segunda metade...

O segundo tempo começou sem mudanças nas escalações de ambas as seleções, mas com diferenças nas posturas de cada equipe. A França veio muito mais apática para a segunda metade. As triangulações, as tabelas e jogadas de efeito não saíam mais. O time voltou sem nenhuma criatividade, continuando a levar perigo apenas nas bolas aéreas. O Brasil voltou diferente, mas não tanto. Dessa vez a equipe demonstrava mais calma, arriscava menos e procurava mais o toque da bola, a penetração numa defesa que não estava nos seus melhores dias. O Brasil melhorou, adequou-se mais ao jogo e como deve jogar contra as grandes potências mundiais, como uma equipe, que se apoia num elenco, com jogadas bem trabalhadas.

O resultado veio em pouco tempo. A França não segurou a bola depois do tiro de meta, Willian ganhou do marcador e viu Varane se descuidar de Neymar, que recebeu sozinho, esperou Mandanda escolher o canto para tirar do goleiro e virar a partida no Stade de France. Era a primeira vez que o Brasil liderava uma partida contra os franceses no estádio!
O gol foi o resultado do que era visto em campo. Um time francês que pouco produzia e apostava somente nos cruzamentos pra área. Uma defesa insegura e desatenta, e um Brasil regular, que se aproveitava dos erros adversários procurando se expor o mínimo possível. Possivelmente, era o retrato da nova Era Dunga na seleção: uma equipe que busca não sofrer gols e aposta nos bons jogadores para sair vitoriosa.

Neymar comemora gol do Brasil contra a França (Foto: Bruno Domingos / Mowa Press)Com o domínio do jogo e uma vantagem que ia além do 2 a 1, o Brasil administrava o jogo. Tocava a bola e ia com segurança ao gol de Mandanda, ciente de que se esperasse, nova falha surgiria, novo espaço se abriria. Aos 24 minutos da segunda metade, após cruzamento na área, Luiz Gustavo apareceu livre e nem precisou subir para cabecear para o fundo do gol. Era o terceiro gol brasileiro, uma tristeza para a torcida francesa, que compareceu em massa ao estádio, e um resultado improvável para o Brasil, que virou a perspectiva do jogo e assumiu o total controle da partida.
Os 20 minutos finais foram de pouca emoção, com exceção de duas chegadas francesas, sendo que uma parou em Jefferson, e outra perdeu-se pela linha de fundo, num lance cara a cara do galático Benzema contra o goleiro brasileiro. Dunga recuou o time, com moderação, fez testes e segurou o importante resultado frente aos franceses. Uma boa atuação para o início de 2015.

Ao final do jogo, podemos concluir que há ainda muito trabalho a ser feito, porém a base já pode estar montada. Com jogadores que vem demonstrando seu valor em posições-chave para o grupo, o elenco do Brasil vai se formando, completando as lacunas pouco a pouco, mas ainda com alguns pontos a desejar, como um meia com liberdade para criar jogadas e desafogar um pouco a responsabilidade de uma jogada individual dos atacantes para alguma chance de gol, e claro, o maior entrosamento do time, especialmente em jogadas defensivas. O caminho para o futuro brasileiro já começou a ser traçado, e demonstra estar indo a um bom caminho, que se aprimorado, pode ser a garantia de muitas alegrias aos fãs do futebol canarinho!
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Ricardo Machado

Um sonhador, que anseia por deixar sua marca no mundo. Apaixonado por automobilismo, futebol, letras e pelas tardes frias e chuvosas de inverno.

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