Neste domingo, o planeta bola vai parar mais uma vez. Às 17 horas, no Camp Nou, Barcelona e Real Madrid duelam pela 28ª rodada da Liga BBVA, em partida considerada final antecipada.

“El clásico”, como é conhecido, não é apenas um jogo de futebol, mas a apresentação de dois sentimentos diferentes: o orgulho de ser catalão diante do nacionalismo espanhol, caracterizado pela capital Madrid.

Criação das equipes

O Barça foi fundado em 1899 pelo suíço Joan Gamper. O interessante é que a criação do time foi feita através de um anúncio na revista Los Deportes – do próprio Joan. Na publicação, havia a intenção de fundar um clube de futebol na cidade (sendo que o futebol acabara de chegar à Espanha).

Onze entusiastas compareceram ao local combinado e a Catalunha além de ganhar seu clube, recebeu como bônus um porta-voz político e cultural. 

O escudo da equipe era o brasão da Catalunha, mas, em 1910, os sócios foram convocados para um concurso, visando a criação da identidade visual do Barcelona. 


O time merengue surgiu após uma reunião de estudantes ingleses, dirigida por Juán Padrós, em 1902. Não à toa, tem suas características vinculadas à classe burguesa e à realeza.

Essa ideia se intensificou a partir de 1920, quando o Rei Afonso XIII concedeu o título de Real ao então Club de Fútbol de Madrid, inclusive com o direito de usar a coroa sobre o escudo da equipe. 

Discute-se, até hoje, que o General Francisco Franco – aquele da Ditadura franquista espanhola – tenha financiado o Real Madrid durante sua permanência no governo. Coincidência ou não, dos 10 títulos madridistas na Champions League, 5 foram conquistados entre 59 e 64, época na qual o “Generalíssimo” mandava no país.

Início da rivalidade

A primeira partida foi disputada em 13 de maio de 1902, no Estádio do Hipódromo, em Madrid – para apenas 2 mil torcedores.

Com dois gols do atacante alemão Udo Steinberg, os Culés venceram por 3 a 1, e conquistaram a Copa da Coroação – que se tornaria, posteriormente, a Copa do Rei.

À época, a cordialidade era importante no mundo do futebol.

“Singelas” garrafas

Um dos episódios mais tensos do clássico é a noite das garrafadas. Em 1968, madridistas e catalães decidiram a Copa Del Generalísimo, no Santiago Bernabéu.

O Barça abriu o placar logo aos 6 minutos da etapa inicial e se retraíram; assim, os torcedores do Real perderam a paciência e, na volta do intervalo, começaram a reclamar de pênalti em toda bola cruzada na área.

Como não foram atendidos – pois o juiz não cedeu à pressão –, os torcedores atiraram diversas garrafas de vidro no campo, inclusive ao final da partida, quando se confirmou o placar de 1 a 0 para os catalães. Sequer a volta olímpica foi realizada.

Galácticos x Tiki-Taka

No início do Século 21, Florentino Pérez foi eleito presidente do Real Madrid e, como presente para a torcida, começou a formar a “Era Galática”.
Jogadores como Zidane, Figo, Ronaldo e David Beckham foram contratados, definindo que a equipe não só deveria ser competitiva, mas tinha que dar espetáculo.

Algo que permanece até hoje na busca de estrelas dentro e fora de campo, vide a contratação de Cristiano Ronaldo, Kaká e, mais recentemente, James Rodriguez.

Em 2001, o ápice dos galácticos: eliminaram o Barça, na semifinal da Champions League – com uma vitória por 2 a 0 e um empate por 1 a 1 – e foram campeões, ao vencerem o Bayer Leverkusen, com golaço de Zidane.


A partir de 2008, o Barcelona contra-atacou. A saída do técnico Frank Rijkaard, no ano anterior, trouxe ao time culé a oportunidade de lançar Pep Guardiola – que treinava o Barça B.

Os quatro anos de Guardiola foram espetaculares, desde as inovações táticas (seja a utilização de Messi como falso 9, seja a saída de bola lavolpiana – em que dois jogadores formam um triângulo com quem está com a bola) até os 18 títulos conquistados.

O futebol coletivo que deixava Messi brilhar. Assim, foi a soberania de Messi, vencedor de quatro Bolas de Ouro consecutivas, de 2009 a 2012.

Não apenas o Real Madrid se rendeu a esse arsenal, mas o futebol mundial se curvou para o tiki-taka catalão, considerado o melhor time da história do futebol.


Amanhã, continua o “esquenta” para o clássico de domingo.

*Imagens: foroalfa.com, r7.com, realmadrid.com e lazamarra.com
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