Mais um debate entre os Presidenciáveis, o penúltimo antes do pleito de Domingo, e o tom das críticas foi bastante alto entre todos os candidatos, todos com muita "fome" de colocar suas ideias, e não sendo comedidos nas críticas em relação aos adversários. Assim como no Debate Paulista (Clique), a Record implementou uma prática dinâmica, com tempos mais curtos e igualitária, o que contribuiu para que todos tivessem uma participação ativa, é preciso então parabenizar novamente a emissora. Vamos então analisar individualmente a performance de cada candidato.

Everaldo (PSC) 

Até quem não é afeito a política, se prestar atenção no debate, e no horário eleitoral dessa reta final, poderá perceber que a candidatura de Everaldo é claramente uma candidatura paralela a do PSDB, cada um sabe o que faz, mas penso que é esse tipo de postura que faz as pessoas crerem que todos os partidos ditos nanicos são legendas de aluguel, sendo que há sim algumas correntes eleitorais de baixa representatividade com ideias, que não são aproveitadas por que a Democracia Brasileira não é igualitária e permite disparidades, fomentadas sobretudo pelo financiamento privado de campanhas. É realmente triste ver que o candidato não coloca sequer uma proposta clara para o Brasil, é um desserviço à todos, inclusive aos Cristãos que ele diz representar, eu e muitos, não nos sentimos representados por essa candidatura.

Aécio Neves (PSDB)

O candidato do PSDB Aécio Neves foi duro, foi firme, e também foi genérico, fala em austeridade, em confiabilidade sem colocar propostas de forma efetiva para tais temas. Apresenta um excessivo otimismo quanto as pesquisas, mas sua leitura não é a mais correta, Marina vem sim em queda, por que os ataques do PT tem sido efetivos, e o eleitorado responde (infelizmente) as campanhas negativas.

Ele soube bem aproveitar hiatos da Presidente, quando da sua falta de clareza em algumas respostas, ou como imaginar que a PF tenha de ser submissa ao governo, o governo não tem mérito algum em investigações que são feitas, essa é a atribuição constitucional da PF, e o governo não deve intervir, como tentou inclusive ter acesso ao depoimento de delação premiada.

Levy Fidelix (PRTB) 

Fidelix se coloca bem quando fala de economia (apesar da população não entender o tema), quando fala de transporte. Mas o excesso de conservadorismo é prejudicial, é evidente que relações entre pessoas do mesmo sexo não geram procriação, mas seria este o objetivo único das relações humanas? Sou um Cronista enfático, mas é preciso dosar o que é ser enfático e o que é passar dos limites, acho que o extremismo tanto ideologista quanto conservador não é um caminho correto.

Eduardo Jorge (PV) 

Mais uma vez Eduardo Jorge se portou muito bem, foi firme quando teve de ser, bem-humorado, colocou com coragem suas ideias, suas propostas, foi propositivo como poucos são nesse pobre pleito, respondeu com dureza Luciana Genro quando do ataque, o "ataquismo" não é um caminho que a população enxerga como útil, e apesar de ele sempre ser levado pro lado da veia humorística, mais uma vez planta uma boa semente no debate. Uma correção importante que é preciso fazer ao candidato, é que Social-Democracia é uma política (aplicada por PT/PSDB) de centro, não é uma política propriamente Socialista, de qualquer vertente que seja. Outro elogio que faço à Eduardo é a defesa do voto ideológico, é esse voto que pode à passos de tartaruga, transformar o quadro político Brasileiro e verdadeiramente implementar novos métodos de política.


Luciana Genro (PSOL)

Creio que Luciana Genro representa o PSOL bravamente (apesar de ser Genro), coloca com firmeza suas posições, ataca com dureza os adversários, usa chavões, sim é fato. Mas tem objetividade na colocação de suas ideias, a participação é importante e produtiva, correta ou não, as ideias dela são fincadas perante a população, e levam sim a uma reflexão. Evidente que substituir Plínio de Arruda Sampaio não é tarefa fácil, mas ela cumpre bem o seu papel, que é o de se colocar como a única candidatura de esquerda, com espaço na mídia (a avaliação se isso é boa ou ruim fica por conta de vocês).


Marina Silva (REDE/PSB)

Marina deixou um pouco de lado a postura defensivista que adotou nos outros debates, contra-atacou, foi mais enfática nas suas colocações, e soube se colocar bem como sempre, ela teve uma queda nas pesquisas, e precisa saber reagir bem a isso, tem até então conseguido. O trunfo na manga de Marina é ter um programa, o ônus é vê-lo ser alvo de ataques por brechas existentes, o ataque a polarização é sim uma tática eficiente, mas o PSB é um intermediário à essa polarização, o que traz relativo ônus à candidata.


Dilma Rousseff (PT)


Falta clareza na exposição de ideias da Presidente, ela insiste em apropriar-se do Estado e de componentes fundamentais dele como a PF, isso não é propriedade de governo nenhum, é propriedade do povo. Eu não temo o tal "Foro de SP", por que a Esquerda Brasileira não se entende, e por que a postura do PT de aproximação extrema com os que conduzem os mercados especulativos, ou causarão um racha, ou ditarão um fim do tal foro. Mas a postura de apropriar-se do Estado, e de considerar ofensiva e cabível de direito de resposta, cada posição de discordância em relação ao seu regime de governo, é uma postura totalitária e anti-Democrática, que deve ser refutada com firmeza.

Avaliação Final

Apesar da qualidade da regra, que foi democrática, dinâmica, o nível do debate não foi bom, muita genericidade, poucas propostas, o confronto foi raso, não foram colocadas ideias efetivas para o país, foi um "bang-bang classificação 12 anos", que não acrescentou para a definição de voto nas principais candidaturas, a participação mais efetiva novamente em nosso ponto de vista que não é partidário, é analítico, foi de Eduardo Jorge e Luciana Genro. Mas vale também novamente destacar a sobriedade com que se coloca Aécio Neves, faltou colocar de forma mais efetiva suas ideias ao longo do pleito, talvez ele tenha imaginado que a insatisfação com o Vermelho, automaticamente traria votos para o Azul, e o movimento natural seria esse, mas ele não contava com a existência do fator Marina, que perde sim força, mas que é sempre importante enfatizar, tem uma base eleitoral consolidada entre 20 e 22%, que no atual cenário é suficiente para levá-la ao 2º turno. 

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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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