Minha última crônica havia sido no clássico GREnal, aonde o Grêmio, na estreia do Felipão na casamata, até fez uma partida razoável mas foi derrotado por causa de erros individuais dos seus piores jogadores. Aí eu tive alguns contratempos de ordem pessoal e, somente hoje, estou escrevendo uma crônica onde abordarei os 3 últimos jogos do Imortal Tricolor contra os 3 C's, nesta ordem: Criciúma, Cruzeiro e Corinthians.

O jogo contra o Criciúma foi o primeiro jogo do Felipão como técnico do Grêmio dentro da Arena. E ali ele se obrigou a não escalar o deprimente lateral Pará por força de suspensão. No seu lugar, entrou o argentino Matías Rodriguez e, mesmo fora de ritmo de jogo, conseguiu dar conta do recado. O centroavante Barcos sofreu uma lesão na véspera e, no seu lugar, entrou o jovem atacante Lucas Coelho, oriundo das nossas categorias de base, que acabou sendo o grande destaque daquele jogo, aonde no primeiro tempo ele sofreu o pênalti que foi convertido por Luan e no segundo tempo fez um belo gol de fora da área, fechando o marcador em 2x0. Ali o Grêmio encerrava uma série negativa de 3 derrotas consecutivas.

O próximo desafio era encarar o melhor time do Brasil na sua casa. O Cruzeiro estava atropelando todos os adversários que pisavam no Mineirão até então. Mas o Grêmio, enfim, fez um jogo que deixou o seu torcedor satisfeito e esperançoso em dias melhores. Como time em si, apenas no seu terceiro jogo à frente da equipe, Felipão armou um time que conseguiu controlar o grande time do Cruzeiro, realizando uma partida praticamente perfeita no quesito tático. Com certeza fomos o adversário mais duro que o time mineiro encarou, fato reconhecido por eles inclusive. Porém, Felipão cometeu um erro: promoveu a volta do bisonho Pará, mesmo com o jogo satisfatório do Matías contra os carvoeiros na rodada anterior. E esse erro acabou custando a derrota gremista, já que o gol de Dagoberto que decretou o 1x0 para o Cruzeiro aconteceu por ele ter subido sozinho para cabecear na área gremista, já que Pará e Werley, que estavam na jogada ou ao menos deveriam estar, marcaram a bola e deram a liberdade necessária ao atacante, coisa que não havia tido durante o jogo inteiro. O Grêmio fez um jogo excelente, estava conseguindo trazer um ponto valioso para Porto Alegre, mas como virou rotina nos jogos importantes e decisivos, a dupla dinâmica tem que falhar e comprometer todo o esforço feito pelo resto do time. Valeu a grande atuação que serve como um recado aos adversários e ao próprio torcedor gremista que o time do Grêmio está melhorando e vai melhorar ainda mais com o passar dos jogos.

Eis, então, que chega a vez de enfrentar o bom time do Corinthians, dentro da Arena. Felipão, mais uma vez, escolhe Matías para começar o jogo, e desta vez por opção própria, já que Pará estava disponível para jogar. E ele, mais uma vez, fez uma partida razoável, apesar de ser incomodado pelo atacante corinthiano Guerrero durante praticamente toda a partida. De qualquer forma, fica provado que o Grêmio não precisa do bisonho Pará, existe outra alternativa para a lateral. Sobre o jogo, após um primeiro tempo equilibrado e sem grandes emoções, o Grêmio volta do intervalo arrasador. Com menos de 30 segundos no segundo tempo, o centroavante Barcos, que voltava de lesão, aproveita uma bola que sobrou na área após um cruzamento da esquerda e abre o marcador para o Grêmio. Poucos minutos depois, após um novo cruzamento da esquerda, o mesmo Barcos amplia o placar com um chute no canto. O placar de 2x0, construído em cerca de 5 minutos, deu tranquilidade ao Grêmio e fez o Corinthians se lançar ao ataque. E depois de uma certa pressão, Guerrero diminuiu a vantagem gremista. O Corinthians buscou o empate até o fim, mas o Grêmio segurou a vitória por 2x1 até o apito final. Foi necessária uma boa dose de bravura, relembrando os bons tempos do Grêmio de Felipão dos anos 90.

Analisando os 3 jogos, percebe-se que o intocável Pará participou apenas de um deles, e justamente aonde o Grêmio saiu derrotado. Juntando às 3 derrotas anteriores, são 4 derrotas com a presença do Pará e 2 vitórias com a ausência dele. Matías não é nenhuma maravilha de jogador, mas ao menos dá para esperar algo a mais dele, bastando apenas que receba uma sequência de jogos. Felipão está trabalhando muito para montar um time competitivo para o Grêmio, e pouco a pouco este time está aparecendo. Eu confio nele para, ao menos, fazer uma campanha digna no campeonato brasileiro, já que a conquista do título é inviável. No entanto, na quinta-feira, começa uma outra competição, aonde apenas 8 partidas são necessárias para tirar o Grêmio do jejum de 13 anos sem conquistas de expressão. A Copa do Brasil começa para nós na Arena, contra o Santos. Esse sim, é um título que está ao nosso alcance. Estamos sendo comandados pelo velho mestre Felipão, o que nos traz mais esperança de, finalmente, gritarmos "é campeão" de alguma coisa. Vamos meu Grêmio!


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