19 de julho de 2004. Depois de mais de seis meses, o Vasco finalmente voltava a atuar em sua casa, com torcida, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. Mesmo com o time na segunda divisão, a torcida fez sua parte e lotou o estádio. Para animar ainda mais a festa, Douglas voltava ao time e Kléber fazia sua estréia em São Januário.

O Vasco tinha tudo, repito, tudo para deslanchar de vez nesta série B, chegar ao G4, e brigar pelo titulo. O clima era favorável, o time estava bem, e começou vencendo, com um golaço de falta de Douglas, sem chance de defesa para o goleiro potiguar. A torcida explodiu de alegria, como há muito não se via na Colina Histórica, e o time seguiu dominando a partida, com chances de ampliar, até o intervalo.

Ainda no primeiro tempo, a equipe sofreu uma baixa. Pedro Ken deu lugar a Aranda, que não entrou bem no jogo, e deixou um buraco no meio-campo, aproveitado pelo time do América-RN. Logo nos primeiros dez minutos da segunda etapa, Luan tentou cortar, a bola bateu em Diego Renan e entrou. Gol contra. Dali em diante, a festa que tomou conta de São Januário deu lugar à apreensão. O adversário começou a gostar do jogo, e passou a ter chances preciosas de contra-ataque. Aos 24 minutos, Adilson tirou Carlos César e pôs em campo Lucas Crispim. O cunhado de Neymar deu dinamismo ao ataque, e teve duas chances de matar o jogo: a primeira, após rebote da cabeçada de Douglas Silva, e a segunda, quando entrou sozinho pela esquerda e chutou pra fora. Numa última tentativa, Adílson pôs Dakson no lugar de Douglas, aos 37, mas o Vasco não conseguiu ser criativo a ponto de furar o bloqueio americano.

No final, mais um empate, que deixou a nação cruzmaltina em estado de alerta. São Januario, que foi palco de treinos das finalistas da Copa, Argentina e Alemanha, ouviu ecoar o coro de "burro", dirigido a Adilson, que não abriu mão de três volantes, mesmo jogando em casa, contra um adversário mais fraco.

O Vasco continua em oitavo na tabela, seguido pelo próprio América-RN, e pela Ponte Preta, próximo adversário na Série B e na Copa do Brasil. Resta saber se Adilson resistirá à pressão, entregará o cargo ou dará lugar a outro técnico, porque o Vasco, pela sua grandeza, não pode perder pontos em casa nesse campeonato, muito menos estar em outra posição que não seja a primeira.

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