Aconteceu o que eu já esperava. Depois de assistir a jogos sensacionais e a decisões memoráveis durante a Copa do Mundo (assisti ao vivo a 3 grandes jogos em Porto Alegre: França x Honduras, Austrália x Holanda e Alemanha x Argélia), voltar à mediocridade do campeonato brasileiro é simplesmente desolador. Mas pior do que aturar um campeonato de nível técnico abaixo do chão, é ver o seu time ser incapaz de se impôr num certame horroroso como esse. Assistir aos jogos do Grêmio nesse ano têm sido um verdadeiro teste de paciência. Já era assim antes da parada para a Copa e, pelo visto, esses praticamente 2 meses de paralisação não serviram para rigorosamente nada. Não houve melhoras, os velhos problemas se repetem, o Barcos continua sendo um grosso incapaz de fazer um gol em quem quer que seja, o Pará continua sendo um medíocre incapaz de acertar um cruzamento para a área, enfim, o Grêmio de 2014 é um time que não dá ao seu torcedor nenhuma perspectiva de, finalmente, acabar com esses 13 anos sem conquistas de expressão.

Na quarta-feira (16/07) resolvi ir à Arena para acompanhar a volta do Grêmio ao campeonato brasileiro contra o Goiás. Parecia que eu estava adivinhando o show de horrores que eu teria que assistir, principalmente depois de ter ficado mal-acostumado com o futebol de primeira linha que acompanhei na Copa. Nada de novidade, mais do mesmo: um time burocrático, sem qualidade, sem organização tática, com jogadores tenebrosos sendo titulares inquestionáveis do meu Imortal Tricolor. Foi triste. O Goiás é um time apenas médio, um mero figurante no campeonato, e o Grêmio não conseguiu fazer nada para, pelo menos, merecer a vitória. A coitada da bola sofreu nos pés dos dois times ruins. O placar não poderia ser outro senão um 0x0 chato, tedioso, insosso. Deu vontade de passar na bilheteria na saída do estádio para exigir o meu dinheiro de volta, pois eu paguei para ver algo decente em campo e não aquele espetáculo deprimente.

Hoje (19/07), o Grêmio enfrentou o Figueirense no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis (SC). O começo do jogo pareceu animador, afinal, logo aos 3 minutos de partida, Giuliano mandou um chute cruzado no canto e abriu o marcador para o Grêmio. Parecia que o meu sábado seria mais animado, acompanhando um jogo interessante. Doce ilusão. O Grêmio fez somente isso no jogo, já que nos outros 87 minutos só se preocupou em fazer o tempo passar, sem criar oportunidades, jogando um futebolzinho constrangedor para um clube dessa grandeza. O pobre Figueirense, com suas sérias limitações, também não teve forças para nos ameaçar. Enfim, o jogo seguiu ruim e arrastado com esse 1x0 até o final. Mais uma vez, os dois times ruins maltrataram a coitada da bola e até mesmo eu, que sou torcedor apaixonado, não consegui me concentrar em assistir a essa pelada na íntegra. Era a televisão ligada no jogo e eu fazendo outras coisas, sem prestar atenção naqueles pernas-de-pau de ambos os times quebrando a bola em campo.

Eu, realmente, estou desesperançoso com esse time atual do Grêmio. O treinador precisa ser trocado para ontem, e a nossa diretoria inerte não se mexe, mostrando convicção num trabalho que é certeza que não vai dar em nada. Tite, Renato e Felipão estão dando sopa no mercado, sendo que qualquer um dos três pode conseguir tirar mais desse elenco, por mais fraco e cheio de furos que seja, do que esse imbecil acéfalo do Enderson Moreira. Eu não aguento mais ver o Grêmio com 3 laterais-direitos melhores no elenco (ou, pelo menos, menos ruins) e, mesmo assim, o Pará continuar sendo o dono indiscutível da camisa 2 que já foi de Arce, Anderson Lima, Mário Fernandes e outros. Até quando eu vou ser obrigado a ver o Barcos perder gols de forma bisonha e constrangedora? Por que a "solução" para o Grêmio tentar mudar o jogo no segundo tempo é sempre aquele velho aposentado e enceradeira do Zé Roberto? Por que o Alan Ruiz, que é nulo em campo, recebe uma penca de oportunidades enquanto o talentoso e contributivo ao time Maxi Rodriguez fica fora até mesmo do banco de reservas? Me dá calo nos olhos ver um Grêmio sem nenhuma jogada ensaiada de bola parada, sem nenhuma jogada trabalhada de bola rolando, sem velocidade no ataque, sem conclusões a gol mesmo sendo de fora da área, sem um mínimo de organização e compactação do time em campo.

Falta comando, falta treino, falta trabalho, falta jogadores qualificados, enfim, falta tudo ao Grêmio dentro de campo. A nossa sorte é que o nosso campeonato é tão ruim, mas tão ruim, tão nivelado por baixo, com um nível técnico tão deplorável, que mesmo jogando uma bolinha dessas, digna de um verdadeiro timeco de segunda divisão, o Grêmio ainda consegue se manter entre os 10 primeiros na tabela de classificação. Se o Grêmio é essa nulidade toda e ainda assim está relativamente bem na tabela, então é de se imaginar como são os outros concorrentes. Resumo: um campeonato lixo desses explica e reflete muito bem a grave crise técnica do futebol brasileiro, com os nossos times fazendo um papelão atrás do outro em competições internacionais (até times africanos batem nos nossos, até time boliviano chega em uma semifinal de Libertadores) e, claro, com a nossa seleção tendo que parir uma bigorna para chegar a uma semifinal de Copa do Mundo e acabar tomando 7 da seleção campeã. Enfim, pausa de uma semana, o próximo jogo do Grêmio é no outro final de semana. Será que no "Papo de Torcedor GRÊMIO" da semana que vem eu terei uma análise melhor para fazer? Sinceramente, acho difícil. Não se chega a lugar nenhum com um trabalho onde o fracasso está escrito com letras garrafais, ou faz-se a mudança necessária ou a seca de conquistas continuará.


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